domingo, 20 de dezembro de 2020

𝓟𝓸𝓮𝓶𝓪 𝓭𝓮𝓼𝓽𝓮 𝓝𝓪𝓽𝓪𝓵

É tudo tão anormal

Que nem parece Natal


Crentes e não crentes fiéis ou infiéis

Todos querem o regresso ao passado

O fumeiro, o encontro e o reencontro

À mesa do assado com vinho bem regado

 

A alegria contagiante do Natal

Que a todos fazem felizes

Na correria desenfreada dos petizes

Ilustram bem este postal

Que neste período anormal

Traz silêncios incomodativos

Nada condicentes com esta quadra

De sinos, músicas alegres, e muitos risos

 

O vermelho agora é sangue infetado

Que corre nas veias dos atingidos

Deixando em pânico todos os outros

Que não sabendo como viver, mesmo ungidos

Vão-se livrando da infeção em ziguezague permanente

Na esperança de que o vírus não lhes bata à porta.

 

Não há local de reflexão ou de peregrinação

A que se possa recorrer

Tudo é de temer

O vírus criou um verdadeiro abalo

A que não escapou a “Missa do galo”

 

A lenda ancestral, este ano não se vai cumprir (em Portugal)

À meia-noite do dia 24 de dezembro

O galo que cantar fortemente, como nunca ouvido

Anunciando a vinda do Messias.

Não será pelos crentes ouvido

Porque o vírus tornou proibido.

 

 

 

 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

𝐇𝐈𝐏𝐎𝐂𝐑𝐈𝐒𝐈𝐀

Morte no aeroporto: diretora do SEF admite “situação de tortura evidente” ao cidadão ucraniano - Ihor Homenyuk, de 40 anos de idade. Estas acontecimentos datam de 12 de março de 2020.

Hoje, dia 10 de dezembro de 2020, após serem conhecidas as declarações prestadas pela viúva do assassinado, que disse que, até hoje; “Choro todos os dias. É muito difícil em termos psicológicos e financeiros. De cada vez que oiço a palavra Portugal... fiquei com tanto ódio a este país. Não quero dinheiro nenhum, só queria que mo trouxessem de volta …”, logo veio o “Establishment”, governo, presidente da República, partidos políticos, comunicação social, etc., com uma hipocrisia sem limites, verter “lágrimas de crocodilo”, fazendo deste incidente inqualificável, mais um caso, que não mereceu qualquer prioridade quer do governo perante a família da vítima quer uma comoção generalizada dos portugueses, perante este ato hediondo, praticado pelas autoridades policiais portuguesas. Diz o presidente da República: “temos de ver se isto é um ato isolado ou é uma prática instalada no SEF.”

É Claro que o senhor presidente da República, não tem estado atento aos relatórios europeus e internacionais sobre as práticas usadas pelas nossas policias, seja em esquadras seja nos espaços públicos. Vale a pena, por isso, trazer à colação o último relatório do Comité Antitortura do Conselho da Europa ((CPT), que no passado dia 13 de novembro, recomendou às autoridades portuguesas a adoção de medidas firmes para prevenir maus-tratos policiais e garantir que os alegados casos sejam investigados de forma eficaz.

Esta recomendação vem expressa no relatório elaborado pelo Comité na sequência dos resultados da visita `ad hoc´ realizada por responsáveis do (CPT) a Portugal em dezembro de 2019, em que concluem: O Comité Antitortura do Conselho da Europa fez a 11.ª visita a Portugal e concluiu que afrodescendentes e imigrantes são dos que mais sofrem às mãos da polícia. O Chefe de delegação declarou que já não acredita na Inspeção-geral da Administração Interna”.

Ora, este crime praticado pelos agentes do SEF no Aeroporto de Lisboa, é mais uma degradante ilustração da desumanidade com que as autoridades policiais portuguesas exercem as suas funções, há muito denunciadas, mas não eliminadas por incúria e laxismo das entidades competentes. Praticar a tortura até à morte é de tal forma hediondo que desqualifica qualquer autoridade e põe em causa a organização em que se inserem. Quem não tem qualquer respeito pela vida humana, não pode ser guardião da vida dos cidadãos. Isto é, “lobo no galinheiro.”

Cabe recordar, que as autoridades europeias e internacionais têm chamado a atenção para a crescente infiltração nas forças policiais portuguesas, de indivíduos da extrema direita, xenófoba e racista.  Estes, não tem respeito pela vida humana. Estes têm de ser banidos destas funções de autoridade.

Nove meses depois, vem pedir-se desculpa, apresentar (publicamente) condolências à família da vítima, determinar-se o pagamento de uma indemnização e … a Diretora do SEF, demitiu-se. É pouco, não é?

 

 

 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

“𝐀 𝐏𝐫𝐨𝐜𝐮𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫𝐢𝐚 𝐈𝐥í𝐜𝐢𝐭𝐚”

 A maioria dos líderes das ordens profissionais, com a pandemia, revelaram a sua verdadeira vocação profissional, nada condicente, com a que atualmente exercem. O bastonário dos advogados, por exemplo, demonstra uma propensão para os assuntos da saúde, que faz inveja ao seu colega da ordem dos médicos. O bastonário dos advogados, certamente por trauma de infância, decidiu na pandemia, “brincar aos médicos”. Daí que, em órgão de comunicação dos advogados, o senhor bastonário, espalha epistolas em todos os sentidos, em matéria de saúde. Esquisito, não é? Pois é o que temos.

Já o bastonário dos médicos, virou justiceiro e político.  Justiceiro, porque advoga uma justiça “privada” para as questões de saúde. Político porque anseia a coisa pública. Todos os dias e a toda a hora é vê-lo a fazer oposição ao governo usando o bastonato como ferramenta política. Parece que está a dar frutos, pois o seu partido (PSD), já pensa nele para a Câmara do Porto. Outra bastonária, com vocação errada, é a dos enfermeiros. Esta senhora, como ficou demonstrado à saciedade, revelou dotes de “croupier” verdadeiramente espantosos, à mesa da economia de casino. Todo o seu comportamento, como bastonária dos enfermeiros, está em contraciclo com os valores e objetivos daquela Ordem. Nunca olhou a meios para atingir os seus fins, nem que para isso tivesse de sacrificar valores, como o da solidariedade ou de humanidade, como efetivamente sacrificou. Tem dos valores democráticos, um quanto Chega, sobrepondo esses valores, à mesquinhez da baixa política.

Que têm em comum, estas personalidades? São todos do PSD. E todos usam o seu cargo, para fazer política partidária. 

Nós chamamos a isso, Procuradoria Ilícita …



sábado, 5 de dezembro de 2020

𝐌𝐎𝐕𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎 (𝐦𝐞𝐭𝐚𝐟ó𝐫𝐢𝐜𝐨) 𝐒𝐎𝐁𝐑𝐄𝐕𝐈𝐕𝐄𝐑 𝐀 “𝐒𝐎𝐏𝐀𝐒 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐕𝐀𝐋𝐎 𝐂𝐀𝐍𝐒𝐀𝐃𝐎”

Após o movimento citadino “A Pão e Água”, projeta-se (com justiça, diga-se!) a criação metafórica de um movimento, nascido nas periferias das grandes cidades, nas vilas e aldeias,  que se pretende denominar “Sopa de Cavalo Cansado”, em homenagem à triste lembrança de um Portugal (ainda mais) pobre e distante, em que os tempos difíceis vividos pelos portugueses, levavam a uma alimentação pobre e pouco saudável, de que a maioria desta restauração, sem “Chief”, mas de cozinheiros e cozinheiras de mão cheia, são o seu exemplo atualizado. Quem não admira e saboreia a nossa gastronomia regional portuguesa? E os petiscos das nossas tascas? E as pequenas casas de pasto? E as tabernas? Esta gente, com os seus pequenos negócios, estarão a ser ajudados? Saberão eles pedir ajuda? Terão eles acesso às ajudas? É que estes, ao contrário daqueles, não podem vir para Lisboa ou para o Porto, fazer greve de fome, pela simples razão de que o negócio são eles (mulher e filhos). Esta gente não se pode dar ao luxo de parar a atividade, mesmo no pouco tempo que estão abertos (como os demais), porque não têm almofada ou acesso ao crédito. Como dizem, “é chapa ganha, chapa gasta”. Assim, esta franja enorme da pequena restauração, está longe dos holofotes dos Chefse das suas preocupações, que se guiam por outras métricas e outros valores.

Seria muito importante que o projetado Movimento (metafórico), “Sobreviver a sopas de cavalo cansado”, tivesse uma ajuda condigna, nestes tempos de pandemia, por forma a não caírem no malfadado “pão e água”.

Afinal, todos têm direito a manifestar-se da forma que quiserem e muito bem entenderem, só que tal não pode querer dizer que as graves condições em que vive o setor da restauração (e não só, claro!), se encontram ali representados.  Longe disso.

Grande parte dos “grevistas”, são empresários, bem-sucedidos, é certo, porque “Chefs” de mérito, o são, também. Mas a verdade é que a esmagadora maioria da restauração em Portugal, não se fez ouvir nem tem forma de o fazer. Para esses, deverão ser as autarquias locais a prestar-lhes apoio, mais que não seja através da criação de pontes com o governo, que permitam àqueles beneficiar daquilo que hoje, provavelmente, desconhecem, que têm direito.   

E esta é a grande diferença, entre aqueles que têm voz e sabem fazê-la ouvir e aqueles que tende voz, também, não se sabem fazer ouvir. E não sabem, porque tradicionalmente fazem parte dos excluídos do debate. Para estes, o microfone está desligado.

São inúmeros os setores e profissões afetadas por esta crise de saúde pública. Sem dúvida que o setor da restauração tem sido afetado de sobremaneira. E as atividades artísticas, criativas e de espetáculos? E a hotelaria? E o transporte aéreo? E as atividades assentes essencialmente na exportação (têxtil e automóvel)? E os cuidados de saúde, a logística e o retalho alimentar, enfim, são tantos os setores (e profissões) afetados pela pandemia que é particularmente injusto falarmos de uns e não dos outros.

Mas grave mesmo, muito grave, são aqueles que apanhados pela pandemia perderam os seus empregos, fecharam os seus negócios, perderam família e amigos, adoeceram com o Covid-19 ou por causa dele faleceram.

Na pandemia, não dá dividir para reinar. É muito pouco ético e seguramente desumano. 

sábado, 21 de novembro de 2020

“𝐙𝐚𝐧𝐠𝐚𝐦-𝐬𝐞 𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐚𝐝𝐫𝐞𝐬, 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐛𝐫𝐞𝐦-𝐬𝐞 𝐚𝐬 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬”!

Em tempos de pandemia e perante esta unanimidade bafienta em torno do serviço nacional de saúde (SNS), a direita e a extrema direita, lembrou-se de montar o “acampamento cigano”, e vai daí envolveu-se numa zaragata entre “tendas”, nada apropriada para os tempos que correm, mas está nos genes desta gente. Nada a fazer. Protagonistas: Maria João Avillez, a decana do jornalismo da direta ultraconservadora, a quem abril deu a mão, mandou-se para cima de Henrique Raposo e outros, novéis militantes da direita neoliberal, por razões ligadas ao iliberalismo, matéria do agrado da decana. Também, João Miguel Tavares (JMT), se mandou para cima de Francis Mendes da Silva (CDS), igualmente por causa do iliberalismo, e também aqui, matéria do agrado do JMT.

É claro que a direita da “democracia cristã”, vê estes espúrios do iliberalismo, como uma emanação do protofascismo, xenófobo e racista, que pulula no espectro político-partidário português, através de um pequeno partido, com raízes no PRN, no Ergue-te e outros, liderados por um ex-PSD, que os incomoda, é bem de ver. E têm razão para isso.

Na verdade, enquanto a direita democrática teve líderes verdadeiramente competentes do ponto de vista político, o seu campo sempre esteve preenchido e era fonte natural das coligações à direita lideradas pelo PSD.

A descaracterização do CDS e a sua degradação progressiva seja ao nível da liderança seja ao nível programático, abriu brechas irreparáveis na sua estrutura, dando origem ao aparecimento de forças nacionalistas, populistas e antidemocráticas.

Estas forças, embora agrupadas num partido político, com assento parlamentar, não gozam de um apoio popular relevante e por isso, se combatidas eficazmente, não passarão de um epifenómeno incapaz de determinar ou influenciar qualquer alteração no sistema democrático português.

Porém, se os partidos do sistema democrático português, tiverem a veleidade, com teve o PSD, de estabelecer acordos ou quaisquer tipo de relacionamento com essas forças antidemocráticas é certo e sabido que, mais tarde ou mais cedo, o nosso sistema democrático estará ferido na sua essência e passará ter dentro de si a sua bactéria destruidora.

Rui Rio, pelos vistos, está disposto a arriscar.

 

  

domingo, 15 de novembro de 2020

𝐈𝐥𝐢𝐛𝐞𝐫𝐚𝐢𝐬, 𝐈𝐫𝐫𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬, 𝐈𝐠𝐧ó𝐛𝐞𝐢𝐬 𝐞 𝐈𝐥𝐞𝐠𝐚𝐢𝐬

Agora que o porta-estandarte do protofascismo foi varrido da américa e esta retoma a sua decência democrática, abrem-se perspetivas muito animadores para a contenção ou até para o esvaziamento de algumas bolhas de extrema-direita xenófoba e racista, como aquela que se formou em Portugal, desde 2019, e que já mereceu o abraço do PSD Açoriano, com a «agremente» da estrutura nacional do partido. Este, foi um dos efeitos do “Trumpismo”. A perda da decência democrática. Em alguns países europeus, como Portugal, algumas forças democráticas, essenciais ao Estado de Direito Democrático, como é o caso do PSD, cansaram-se da democracia representativa e do fraco apoio que têm recebido da população, para ensaiarem “uma fuga pra a frente”, a reboque da extrema-direita fascista, xenófoba e racista. Os ventos que sopravam do outro lado do atlântico, estavam a favor. Havia um nevoeiro antidemocrático persistente que se alastrou pela Europa e pelo resto do mundo democrático, durantes os últimos quatro anos, e que permitiu o crescimento destas aberrações antidemocráticas. Com a queda de Trump, caiu o suporte ideológico que sustentou o aparecimento e manutenção destas forças antidemocráticas e constitui um rude golpe nas fontes de financiamento que alimentavam as atividades desta extrema-direita, xenófoba e racista.

Não tenhamos dúvidas, porém, os iliberais, irracionais, ignóbeis e ilegais, vão continuar a fazer o seu caminho, porque, infelizmente, as sementes foram lançadas e uma parte da sociedade desiludida e desesperançada, agarra-se a estes “vendedores de sonhos”, como se de uma “tábua de salvação” se tratasse. Os escribas, tentarão manter à “tono d’agua”, estes protofascistas e a direita mais reacionária infiltrada nos partidos do sistema, andarão de mãos dadas com eles. Mas tudo agora fica mais claro. Já não há um tonto na “casa branca”, a chapelar estes protofascistas. Tudo agora, fica mais doméstico. Rui Rio, já deu o mote!    

 

 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

𝐑𝐔𝐈 𝐑𝐈𝐎 𝐝𝐢𝐳 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐧ã𝐨 𝐂𝐇𝐄𝐆𝐀. 𝐐𝐮𝐞𝐫 𝐦𝐚𝐢𝐬!

 É um bocado obsceno falar-se (escrever-se) sobre ou a propósito do Chega. Até aqui, este partido de extrema-direita, xenófobo, racista, fascista, só era citado pela comunicação social, dos escribas, ou pelas redes sociais, onde o algoritmo comanda. Mais nada. Todos os partidos, de uma maneira geral, assistiram à chegada desta excrescência político partidária, com total desconfiança e até com algum temor, pois a democracia começava a ser minada por dentro. Todos resistiram, até aqueles que aparentemente se encontravam mais próximos. Era impossível partilhar espaços e opiniões com os detratores da democracia. Os iliberais, como agora hipocritamente se pretende denominar. Porém, o PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA (PSD), cansado de esperar na oposição, decidiu dar uma a Chega. Vai daí, formaliza um acordo de incidência parlamentar nos Açores, com o Chega, em troca de conjunto de compromissos que (ao que veio a público), passa pela redução de mandatos no arquipélago, pelo reduzir (acabar?), com o rendimento social de inserção (RSI), pelo combate à corrupção e pela elaboração de um projeto de revisão constitucional regional. Rui Rio, aceitou. Afinal, o que é que estas propostas têm de fascistas? Gritou. Nada, ou quase nada, dir-se-ia!

Vamos a uma história.

“Nomeado chanceler do Reich em 30 de janeiro de 1933, Hitler, que considerava o cargo apenas um passo para a tomada do poder absoluto, começou imediatamente a montar um sistema ditatorial. Desfez-se rapidamente dos aliados que permitiram sua ascensão, reservando-se plenos poderes. Através de uma lei aprovada pelos partidos burgueses, proibiu todos os grupos políticos, com exceção do seu NSDAP. O Partido Social Democrata e o Partido Comunista foram dissolvidos, e os demais, forçados à autodissolução.”

Esta história não devia ser do desconhecimento de Rui Rio que tem formação germânica (Estudou no Colégio Alemão do Porto). Claro que lhe pode ter escapado!...

É de uma imprudência política a rasar a ignorância ou pior que isso é colocar em cheque todo o projeto político saído da revolução de abril de 1974. Rui Rio, líder do segundo maior partido político português, não tem o direito de fragilizar a democracia portuguesa com as suas alianças à extrema-direita, xenófoba, racista, fascista e violenta, realizadas em qualquer parte do território português. Não se trata, sequer, de ultrapassar ou não linhas vermelhas. Trata-se de ser conivente com a destruição do estado democrático. Isto não honra a memoria dos pais fundadores da nossa democracia. E é uma ofensa, para todos nós.

Rui Rio, deixou de merecer a consideração política que lhe era devida enquanto líder partidário do segundo maior partido da democracia.

Hoje faz parte dos detratores da democracia. Compete ao PSD, ainda sobrevivente, repudiar e desprezar estas alianças obscenas, que põem em perigo a democracia portuguesa.    

Haja, vergonha!

 

 

 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

DESPOLUIÇÃO

É fantástico o efeito provocado na “atmosfera” política, pelo afastamento repentino do agente poluente. Claro que estou a falar da derrota de Trump, nas eleições norte-americanas.

Em matéria de combate à “poluição”, já havíamos experimentado esta boa sensação, por más razões. Refiro-me, aqui, ao confinamento provocado pela pandemia do Covid 19, que durante largo tempo, manteve as cidades, vilas e aldeias fechadas, com o objetivo de conter a propagação do vírus.

Houve, por isso, quem visse na pandemia de covid-19 uma esperança para travar o iminente desastre climático de origem antropogénica anunciado por muitos climatologistas.

Há paleoclimatologistas que defendem que as pandemias têm sido um dos principais agentes a moldar a atividade humana e, através desta, a mudança climática e que esse poder começou a manifestar-se bem antes do século XX ou da Revolução Industrial.

No primeiro trimestre de 2020, devido à quebra no consumo de petróleo, houve uma redução muito significativa de emissões de gases poluentes que em conjugação com o abrandamento do consumo de carvão, se estima que as emissões de CO2 podem reduzir-se este ano em cerca de 7%, um valor próximo do que o planeta devia atingir em 2020 com os esforços dos países para cumprir o Acordo de Paris sobre alterações climáticas.

É, pois, consensual que o Covid-19 trouxe um alívio momentâneo ao ambiente.

A travagem a fundo da atividade económica, das viagens aéreas e da vida em geral de milhões de pessoas afetadas pela pandemia do novo coronavírus SARS-CoV-2 em vários países do mundo trouxe uma momentânea redução da poluição e da emissão de gases com efeito de estufa (GEE), nomeadamente do dióxido de carbono (CO2).

Será isto apenas e só um intervalo? Ou tem de ser uma oportunidade? Tem de ser uma oportunidade. 

Aceitemos, agora, sem grandes polémicas, que Donald Trump foi um agente político poluidor dos nossos sistemas democráticos, durante mais de quatro anos. Conseguiu tal proeza, porque detinha o cargo de presidente da maior democracia do mundo, e como tal expelia em maior quantidade e para todo o mundo, o maior número de parasitas e agentes nocivos de que há memória (pós nazismo). A quantidade destes “infetados” que germinaram com o “trumpismo”, é uma realidade indesmentível, já com consequências desastrosas em alguns países, sendo o caso do Brasil o mais emblemático. Também a Europa dos Salvini, Orban, Le Pen, Santiago Abascal, André Ventura e tantos outros, sob a batuta do ideólogo do “trumpismo”, Steve Bannon, se preparam para “infetar” as democracias dos seus países, a coberto desse manto protofascista vindo das américas.

Aliás, no caso português, acontecimentos recentes têm revelado sinais cada vez mais perturbadores de que o internacionalismo de extrema-direita está transformando o nosso país num alvo estratégico. A primeira porta, foi aberta no meio do Oceano Atlântico.

Mas às democracias afetadas por este “vírus” foi lançada uma “boia”, no passado dia 03 de novembro, chamada, Joe Biden.

O mais aliciante do resultado das eleições norte-americanas, contudo, foi o afastamento de Donald Trump essa “bandeira” do internacionalismo de extrema-direita.

Realmente, a eleição dos democratas para a Casa Branca, é um acontecimento extraordinário que poderá servir de tampão ao avanço da extrema-direita, xenófoba, racista, populista e anti-imigração.

Há muito trabalho a fazer na contenção desta praga protofascista que pulula por aí e agora também no nosso país e que aqui tende a disseminar-se, com a ajuda de outros partidos à direita do sistema político partidário português

Poderá ter sido ganha uma batalha, mas a “guerra” continua!...

 

 

 

 

 

 

domingo, 8 de novembro de 2020

𝐀𝐬 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐎𝐫𝐝𝐞𝐧𝐬 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧𝐚𝐢𝐬 𝐞𝐬𝐭ã𝐨 𝐞𝐦 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐧𝐞𝐠𝐚çã𝐨

 Só num Estado de Direito Democrático, são explicáveis as declarações de estados de exceção e muito mais quando se está perante uma crise muito grave de saúde pública e se percebe que a sua contenção passa por restrições de alguns direitos individuais. Afinal, só serão admissíveis restrições aos direitos individuais quando as mesmas servirem para proteger bens maiores, como são os direitos de todos à saúde.

 

No conflito entre o direito individual e o coletivo à saúde pública, deve prevalecer o dever (constitucional) do Estado de proteger a população.

 

Repito, esta questão (colisão de direitos), só se põe em Estados de Direito Democráticos, como é o português, na medida em que o exercício do poder público está submetido a normas e procedimentos jurídicos que permitem ao cidadão acompanhar e eventualmente contestar a legitimidade das decisões tomadas pelas autoridades, o que significa que o exercício do poder baseiase na participação popular.

 

Em princípio todos sabemos isto e uma esmagadora maioria de nós, entende que assim deve ser. Porém, há uma minoria, que inclui alguns responsáveis das ordens profissionais, que teimam em desvalorizar a pandemia e a pretender sobrepor direitos individuais aos direitos de todos à saúde.

 

Afinal estes “negacionistas” que se apresentam como guardiões das liberdades individuais, são os mesmos que recusam a participação “excessiva” do Estado, na resolução dos problemas de saúde pública, com que o país está confrontado. Também aqui, o mercado (de saúde?), seria o competente para gerir a pandemia, como se depreende. Claro que não é verdade.

 

É público que se não fosse a existência do SNS, os portugueses estariam à sua sorte nesta pandemia com resultados, absolutamente dramáticos. E, é um facto. Na primeira fase da pandemia, não houve solidariedade dos serviços de saúde privada no combate ao Covid-19.

 

É que Portugal, no combate à pandemia, nem sequer é original. Aliás, no mundo, não há nenhum país que tenha sido original nas medidas de combate ao vírus. Todos se acertam pela mesma diapasão. Há exceções, claro, e essas são dos que negam a existência do vírus. Líderes relutantes em adotar medidas para controlar a pandemia como Trump, Bolsonaro, Boris Johnson e outros enfrentam agora um número recorde de afetados pelo coronavírus. Esta atitude ostensiva de pôr em perigo a saúde publica naqueles países, devia ser objeto de condenação internacional, pois o que eles fizeram assemelha-se muito a genocídio.

 

Foram estes líderes que inspiraram (e ainda hoje inspiram) esta minoria negacionista em Portugal. Sorte a nossa, que um deles desaparecerá de cena brevemente.

 

Mas atenção, prevê-se um agravamento significativo da situação epidemiológica no nosso país que pode levar à rotura dos serviços públicos de saúde. Nessa altura, todos estes “Zandinga”, vão estar de “faca afiada”, se tiverem a sorte de sobreviver à pandemia.

 

Acabo com esta pérola de um Ricardo Arroja no Twitter: “Vou sair com a família e aproveitar o domingo em liberdade. Enquanto o Governo não perde de vez o bom senso. O poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente, e a banalização do Estado de Emergência só serve para facilitar a vida ao Governo. Recuso.

 

Afinal, isto da pandemia é uma questão de poder. Sim senhor…!    

sábado, 7 de novembro de 2020

𝐒𝐔𝐁𝐋𝐈𝐌𝐈𝐍𝐀𝐑

 Que não atinge o limiar da consciência, mas pode ter efeitos a nível subconsciente”, isto é o que dizem os homens (e mulheres) da psicologia. Eu, que sou um assinante do jornal o Expresso, nos últimos tempos (anos?), leio alguns artigos dos articulistas com alguma desconfiança, pois fico sempre com a ideia que, por detrás daqueles escritos, existe uma intenção que está para além do que está escrito. Passa-se muitas vezes, com os artigos de João Vieira Pereira, atual Diretor do jornal, e não foge à regra o seu artigo, publicado no mencionado jornal, em 07/11/2020. Intitula-se, “Alguém que dê um murro na mesa”.

Queixa-se o articulista “…do impacto do adiamento dos atos médicos [que] é silencioso agora, não se vê e não se sente, mas no futuro próximo será bastante audível e vidente”. Fico sempre confuso com estas análises e conclusões. Esta gente, vive em que país? Terão a ideia do que se tem passado em Portugal, desde março de 2020 até agora? Terá esta gente, porventura, beneficiária do Lay off, alguma vez percecionado uma crise pandémica e os efeitos da mesma num país pobre como Portugal? Terá esta gente, “inimiga” assumida, da intervenção do Estado, quer na vida social quer na vida política e económica do país, ou seja, apologistas do “Estado mínimo”, moral para exigir mais do SNS do que tem sido feito até agora. Não será censurável e até condenável, que esta gente, “contagiosa”, beneficiando de uma situação de crise de saúde pública, mantenham exatamente os privilégios que tinham “ante-Covid-19”, à custa da delapidação de recursos financeiros que bastante falta fazem, para a “prática dos atos médicos silenciosos”, que certamente estão em falta. Mas estão em falta, não porque o SNS os negue, mas porque, como é legitimo, os cidadãos se retraem em tempos de pandemia. É o que dizem, todos os estudos efetuados. Há um perigo iminente, e as pessoas tudo fazem para fugir dele, incluindo, não comparecer às consultas obrigatórias ou aos tratamentos imprescindíveis. Só um mentecapto, não perceberá este fenómeno. Miguel Esteves Cardoso, justamente, no Expresso de hoje, em entrevista, diz “Não se consegue dar valor à vida sem passar pelo medo de perdê-la”. Julgo saber do que ele fala, e creio que muitos de nós, afetados pela crise do Covid-19, terá sentimento idêntico.

Nos últimos dias, têm-se multiplicado as profecias dos “Professores Zandinga”, relativamente à “catástrofe” do nosso Serviço Nacional de Saúde. É lamentável, o coro de negacionistas do nosso SNS e do vazio de alternativas. É a teoria do “bota abaixo”, mesmo em matéria de saúde publica. Alguém dizia que, dos jornalistas, se pede a notícia e não a opinião. Essa temos nós.

Fazer esta gente perceber isso, é obra!...

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

“𝐆𝐎𝐕𝐄𝐑𝐍𝐎 𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀” … 𝐂𝐈𝐍𝐙𝐄𝐍𝐓𝐀!!!

 “Isto é mesmo gozar com quem trabalha”. Ora, reparem.

O programa televisivo “Governo Sombra” (GS), que nasceu inicialmente na TSF, como programa da rádio e, posteriormente, por força da compra da TSF pelo grupo TVI, passou a ser televisionado neste canal durante alguns anos. Depois, aparentemente, com base na «lei da oferta e da procura», a equipe do (GS) rumou à SIC, onde hoje “atua”, todas as sextas-feiras/sábados. Nada disto, merecia grandes apontamentos. já que se trata de atividades privadas, em televisões privadas e financiadas por privados. Será? Pois não é. E aqui é que está o busílis e o escândalo.

 

Quem se quiser dar ao trabalho de ler a página da internet do IMPIC (Instituto dos Mercados Públicos do Imobiliário e da Construção), sem ser exaustivo, constatará que, em 01/10/2019, em 16/10/2019 e  em 03/12/2019, foram celebrados contratos públicos de aquisição de serviços, com o objeto “Gravação do programa televisivo "Governo Sombra" no âmbito do …” , que se cifram no total de 50.000 euros, isto num universo de mais de 500.000 euros de contratos públicos de publicidade na TVI em 2019 e 2020. “Isto é mesmo gozar com quem trabalha”!

 

Claro que o “Governo Sombra”, já não está na TVI. Agora está na SIC, patrocinado pelo “Casinos Solverde”. Também aqui, “isto é mesmo gozar com quem trabalha”. Ora, vejam. Desde março de 2020, que os “Casinos Solverde” dos 1063 trabalhadores, que têm ao seu serviço, colocou em lay-off 947, ou seja, quase 100% da sua força de trabalho. Como se sabe o lay-off, representa uma despesa para o Estado (Segurança Social) e por trabalhador de cerca 70%, do salário de cada um. É fácil de ver, que uma empresa que coloque em lay-off, quase todos os seus trabalhadores, pode dar-se ao luxo de patrocinar um programa de televisão privado. Indiretamente (ou não, sabe-se lá), o Estado Português financia o patrocínio dos “Casinos Solverde” ao programa “Governo Sombra”, na SIC. Digam-me lá, se “Isto [não] é mesmo gozar com quem trabalha”?

 

Evidentemente, que não me movem quaisquer sentimentos negativos quer quanto ao programa, quer quanto aos seus intervenientes. Claro que fico incomodado, com aqueles que dentro do programa fazem a apologia neoliberal de direita radical, de negação do papel do Estado em “tudo o que mexa” e, vai-se a ver, auferem e acumulam rendimentos à custa da participação direita ou indireta dos dinheiros do mesmo Estado, nas suas diversas dimensões.

 

E ainda mais gritante é o facto de o Estado, em plena crise de saúde pública, canalizar recursos que não tem, com a finalidade de ajudar as empresas a manter os seus postos de trabalho e a sua atividade, e estes recursos serem desviados (direta ou indiretamente), para fins totalmente contrários à sua finalidade.

 

Este seria só por si razão e fundamento para retirar quaisquer apoios àquela entidade, não sei mesmo se com a obrigação de devolver tudo o que recebeu.

 

Quanto ao programa (GS) da SIC, que quer aqui quer na TVI tem recebido apoios diretos e indiretos do Estado, está na altura dos donos das respetivas estações televisivas, “fazerem-se à estrada”, e cativarem outros privados que sem a “bengala pública”, patrocinem os programas que muito bem entenderem.

 

Aos neoliberais de direita radical existentes no programa (GS), está na hora de se retratarem e rumarem à iniciativa privada (sem a “bengala pública”), ai ganhando o seu sustento sem se locupletarem à custa do Estado e daqueles que dele dependem.

 

 Digam lá, se “Isto [não] é mesmo gozar com quem trabalha” ?

 

 

 

sábado, 31 de outubro de 2020

𝘼 "𝙙𝙞𝙩𝙖𝙙𝙪𝙧𝙖 𝙙𝙤 𝙘𝙤𝙧𝙤𝙣𝙖𝙫í𝙧𝙪𝙨"!

É este o discurso dos negacionistas, cá e lá fora. Há medida que a pandemia se vai cada vez mais alastrando, com números de infetados e mortes, aqui na Europa, assustadores, é arrepiante ver o número de pessoas que, como os abutres, se opõem a quaisquer medidas restritivas de mobilidade e circulação que estão a ser adotadas para conter a transmissão do vírus Covid 19. Alega-se, violação de direitos fundamentais. Mas em estado de exceção, terá de haver, obrigatoriamente, compressão de direitos. O que se espera, e nada aponta para o contrário (pelo menos aqui no nosso país), é que essa compressão de direitos seja proporcional ao risco que se pretende evitar.

 

A pandemia do Covid 19, colocou todos os países em estado de exceção decretado pelas autoridades de saúde publica em situações de clara emergência nacional.

 

PCP, BE, CHEGA e IL, votam contra a implementação de medidas de exceção no combate à pandemia. Por “dever de oficio”, cito estes dois últimos, como o rodapé do negacionismo e consequentemente, irrelevantes. Já o mesmo, não se passa com o PCP e BE que, como alguém escrevia, são “um terço da esquerda” em Portugal. Só em democracia se pode, e quando imprescindível, criar estados de exceção. Só em democracia, existem mecanismos suficientemente fortes para dosear o impacto (sempre negativo, mas necessário), das medidas restritivas de direitos. PCP e BE, cuja democracia representativa, nascida com o 25 abril de 74, serviu de escola à assunção universal dos direitos de todos, teimam, em certas circunstâncias, em relembrar-nos a origem das suas conceções político-ideológicas.

 

A restrição de direitos, seja de que natureza for, não é uma medida boa. Justamente por isso, a nossa Constituição define, com precisão, em que condições de tempo e de modo, as mesmas podem ser aplicadas. Agressão efetiva por forças estrangeiras, grave ameaça à ordem constitucional democrática ou calamidade pública, são exemplos que podem levar à suspensão temporária de direitos e garantias constitucionais, por forma a proporcionar a necessária eficiência na tomada de decisões para casos de proteção do Estado, já que a rapidez no processo de decidir as medidas a serem tomadas é essencial em situações emergenciais.

 

Para aqueles que dizem, que aceitar a restrição de direitos é um mau sinal, escamoteando propositadamente, em que moldes é feito, apenas estão a contribuir para a irrelevância do discurso político e para o aprofundamento das teses negacionistas, que declaram que a pandemia é uma mentira e a população não deve se deixar mandar por "aqueles lá de cima".

Estes vão buscar as suas forças à “Aliança dos Avestruzes”, que fingem que o problema não existe. “

Coitados …!

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

BLOCO DE ESQUERDA, "MY GOOD"!

 Esta gente não pensa, definitivamente.

Votar contra o Orçamento do Estado (OE) para 2021, nas circunstâncias atuais, imediatamente nos remete para a origem e composição do Bloco. Não sei qual é a composição da Mesa Nacional (o equivalente a assembleia), isto é, quantos são (ou eram), da ex-União Democrática Popular (marxista), do Partido Socialista Revolucionário (trotskista mandelista) e da Política XXI (ex-militantes do Partido Comunista Português, pelos herdeiros do MDP-CDE e por independentes)., e um cheirinho de PCTP-MRPP. Não é difícil perceber que a argamassa que deu corpo a este Bloco, há pouco menos de 20 anos, não é uma mistura homogênea de agregados, contendo apenas adições, com propriedades de aderência e endurecimento, ponto. Com estas propriedades, os mesistas, ainda empedernidos, mostram rigidez no pensamento e nas atitudes. Falta-lhes a idade adulta na política. São inconstantes, ora fazem parte da solução ora são parte do problema. Isto é típico dos Blocos não homogéneos e depois, claro, dá nisto. A veia marxista, leninista e trotskista, vem ao de cima e a rotura é o caminho. Nada com a burguesia instalada, voltemos às bases. Quem são estas bases? A ver pela composição da mesa são, professores, atrizes, médicos, engenheiros, investigadores, psicólogos, arquitetos, biólogos, relações internacionais, advogados, jornalistas, estudantes, etc., etc. Há, e um marceneiro …

Realmente, os tempos são outros. As lutas, do Bloco, hoje, são inspiradas na escola grega do Syriza, que tão maus resultados deu. O Acácio Barreiros, há muito que foi abandonado pelos seus sucessores. Têm lá o ícone «Major Tomé», “mas não é a mesma coisa”, como diria o outro. Louça é para o Bloco o que Steve Bannon é para Trump e o seu Partido Republicano. O estrategista. O «governo sombra» da atual direção do Bloco. A experiência política da atual direção do Bloco, é muito baseada nas assembleias de estudantes e nos convívios políticos, com os mais velhos. Votar não à proposta de Orçamento para 2021, na fase mais critica da pandemia do Covid 19 em Portugal, é disso o espelho. Não havendo qualquer inversão do governo quanto às políticas implementadas a partir de 2015/16, não se entende porque terá o Bloco necessidade de votar contra, só porque o governo não acolheu todas as suas propostas. Isso, não é responsável e é até mesmo espúrio, porquanto se propõem votar exatamente como a direita, essa sim, arredada do desenho político traçado pela geringonça. A abstenção seria o cenário político mais lógico, para quem quer mais e melhor no OE. O voto contra do Bloco, significa “birra” irresponsável de quem está bem na vida e usa a política para exercícios populistas e demagógicos mesmo que em contextos de pandemia.

Lamentável…!

sábado, 24 de outubro de 2020

𝐎𝐒 𝐒𝐀𝐁𝐈𝐂𝐇Õ𝐄𝐒 𝐞 𝐚𝐬 𝐒𝐀𝐁𝐈𝐂𝐇Ã𝐒

Com o tom de voz dos cobardes, ex-ministros da saúde, das ordens profissionais da saúde e outros(as) tão ou mais irrelevantes, nos últimos dias, tem feito fogo cerrado à ministra da saúde e, em geral, às autoridades de saúde, pela forma como têm enfrentado a pandemia do Covid 19 que, no entender destes sabichões e sabichonas, têm sido marcada por grandes erros. Estas iluminarias, suprassumo da sociedade portuguesa, conseguem opinar criticamente sobre um fato totalmente novo, inesperado e grave que é a pandemia do Covid 19. É, para mim evidente, que o presidente da República, com o seu comportamento errante, nesta matéria, tem contribuído e muito para a critica acéfala e desmedida, dos titulares de órgãos profissionais e de ex-governantes. Todos, de uma maneira geral, querem o serviço nacional de saúde a responder totalmente pela pandemia, como se tivessem num Estado o seu principal “compagnon de route”.  Estes hipócrates, que vêm nos serviços públicos em geral um “abcesso” da economia neoliberal, basta um sobressalto significativo e “ai-jesus”, venha o Estado e em força. Foi assim na crise financeira e é agora na pandemia do Covid 19. É deprimente, assistir recorrentemente a comportamentos daqueles que entre os seus pares, se apresentam como líderes das áreas que representam. Tem-se falado muito de corrupção e de novas formas de combate à corrupção. Geralmente, todas ligadas as vantagens patrimoniais. Mas, atente-se bem, aos comportamentos destes bastonários e ex-ministros, por exemplo. Será que esta gente, que se coloca no lado da confusão, que nada têm para oferecer ao país, atua por motivações pessoais ou políticas? É duvidoso. A maior parte desta gente, atua por interesses escondidos, mais ou menos manipulados, às vezes por “sucateiros”, de quem dependem e a quem respondem em primeira linha. Será isto corrupção? Obviamente que sim. Não é sério que esta gente, torne mais difícil a tarefa de combater a pandemia se não tiverem um interesse superior para eles ao interesse nacional.   

A Ministra da saúde e as restantes autoridades de saúde merecem todo o nosso apoio em confronto com o que se tem visto quer em Portugal quer nos restantes países europeus. As pessoas estão todas a aprender como gerir a pandemia e como combatê-la. Quem, como Portugal, que desde a primeira hora desta pandemia, defendeu o princípio de “não deixar ninguém para trás”, é óbvio que choca com todos aqueles que, seguindo Passos Coelho, nos lembram, permanentemente, que não há Estado para todos e muito menos sistema nacional de saúde. Se melhor pensaram, melhor fizeram. Declarou-se a pandemia, e a oferta de saúde privada, cooperativa e social foi reduzida para níveis inferiores aos anteriores à pandemia. Estranho, quando devia ser, exatamente o contrário. Quando mais se precisava (e precisa) dos serviços de saúde em geral, mais estes declinam a responsabilidade e a endossam ao serviço nacional de saúde. Aqui, os críticos, nada têm a dizer. Afinal se não dá dinheiro e só dá chatices, para quê reclamar. Mas, também aqui, não desesperem. O presidente Marcelo (consta), está a dar uma “perninha”. Parece que ele está a fazer pressão sobre o setor privado, social e cooperativo, para que participem empenhadamente neste combate à pandemia. É claro, que já lá vão mais de 6 (seis) meses. Há, é verdade. Não há almoços grátis!...  

domingo, 18 de outubro de 2020

"𝓞 𝓹𝓸𝓿𝓸 é 𝓺𝓾𝓮𝓶 𝓶𝓪𝓲𝓼 𝓸𝓻𝓭𝓮𝓷𝓪!"

 Antevendo o vírus que aí vinha, os portugueses, em 2019, entenderem distribuir os votos, por formações políticas acabadas de se formar, basicamente, para beneficiar dos subsídios estatais, para a sua existência.

 

Não se trata de posições ideológicas previamente definidas. Nada disso. Os “moços de esquadra” são o rodapé dos partidos da política do sistema português, que se foram libertando das suas franjas mais incomodas e, definitivamente, mais antidemocráticas.

 

André Ventura, Cotrim de Figueiredo, e outros, são, o exemplo acabado, após 46 anos da instauração da democracia em Portugal

 

O que é que esta gente contribui ou contribuiu para o bem comum ou para a solidificação da democracia em Portugal? Nada, absolutamente, nada! São o substituto do café. ESCÓRIA.

 

Pouco há fazer: A nossa democracia (como de resto toda a democracia europeia), comporta dentro dela as forças mais reacionárias do sistema. Essas forças não querem a democracia, que, alias, abominam. O que elas querem é a ditadura dos sistemas, dos meios e da vida de cada um dos cidadãos e dos mesmos em contexto, de sociedade. Mas quem são estes “Mussolini” do século vinte e um, em Portugal? Muito fácil de identificar.

 

São gente que só a própria família apoia? Por sentimento ou por consternação? Em todo o caso, por absoluto extinto de sobrevivência. Quando se vê estas alimárias a saltarem para a ribalta sem se saber como e porquê, facilmente se percebe que, agora, nada há a fazer.

 

A história, sem encarregará de os qualificar. Nós, no tempo da história, cabe-nos denunciar este oportunismo político sem limites. Os brasileiros chamam de vagabundos. Sem dúvida! Vagabundos ….

 

Os políticos mediáticos e de rodapé da nossa democracia portuguesa, são como os homicidas em série que atingem a sua imagem indelével na cultura pop e geral e se tornam um produto muito maior que os sujeitos e vítimas envolvidas. A caçada a tais indivíduos se tornou um produto de Hollywood. A imagem então ultrapassa e suplanta o sujeito.

 

Em pleno século XXI temos, em Portugal, estas aberrações políticas.

 

O jogo da democracia, expõe estas fragilidades do sistema que não dispõe de uma válvula protetora destas bactérias nocivas à saúde da democracia. Neste campo, o sistema comporta-se como o próprio corpo humano. Exposto a todos as agressões que a cada momento, se revelam, e pronto a reagir com uma vacina ou sucedâneo que mate o vírus ou a bactéria. O que é impressionante é o número de pessoas que não se importam de ser “infetadas”, e se opõem às “vacinas”.

 

Este movimento “anti vacinas”, é hoje o maior inimigo das sociedades democráticas europeias.

 

Há que continuar a lutar, no dia a dia, para que aqueles que se mostram antidemocratas de ocasião, percebam que o que está em causa, para si e todos so seus, em cada momento, é a possibilidade de inverterem o sentido da politica nacional e europeia e não a admissão sem discussão e participação nas politicas do futuro de cada um de nos.

 

Os partidos e políticos de rodapé, são aqueles que se aproveitam do «status o quo» existente e, com base nele, são marionetes das grandes centrais internacionais do protofascismo.

 

Já não há inquisição, mas sem dúvida que seriam os primeiros, a arder na fogueira.

 

Como é óbvio, depois de “mortos” …!   

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

STOP STAYAWAY COVID

Bastou uma infelicidade deste governo, para logo pôr em causa uma boa ideia que estava a fazer o seu caminho, com níveis de adesão, bastante apreciáveis. Falo da aplicação “STAYAWAY COVID”, uma aplicação para telemóveis iOS ou Android que tem como objetivo auxiliar o país no rastreio da COVID-19. Desde a primeira hora da sua criação e aplicação, ficou esclarecido que a adesão à aplicação, se regia pelos princípios de utilização voluntária, proteção da privacidade individual, e sem recolha de informação pessoal por parte das entidades que gerem o sistema.

Creio, aliás, que foi este “princípio de utilização voluntária”, que afastou os medos e receios de muitos de nós a descarregar a aplicação no telemóvel e levou as autoridades da proteção de dados pessoais a, com algumas reservas, legitimas, a não se opor à sua divulgação.

 

Porquê alterar esta regra de adesão voluntária para obrigatória? Dirão que o número de casos de Covid 19 disparou em flecha em Portugal e que há que utilizar todos os meios disponíveis para o respetivo rastreio. Não parece fazer sentido, pelo contrário. Por mais que se diga que a aplicação é de utilização voluntária e gratuita e, em momento algum, tem acesso à identidade ou dados pessoais, não nos podemos esquecer que a aplicação traz riscos à privacidade, que há dados que serão disponibilizados online, apesar de se garantir, que estes dados são meros identificadores aleatórios sem qualquer afinidade com os telemóveis, nem os seus utilizadores.

 

Descanam-nos, que os dados manipulados pelo sistema são anónimos, isto é, os dados difundidos e recebidos pelos telemóveis, e que eventualmente são publicitados online, são gerados aleatoriamente pela aplicação STAYAWAY COVID sem qualquer relação com os telemóveis nem os seus utilizadores.

 

No entanto, é admitido que se pode ser identificado pelo uso da aplicação. Apesar de se alegar que ela obedece aos mais elevados padrões de segurança e ter sido desenhada para o evitar, a verdade é que a aplicação estabelece comunicações e transmite dados em duas ocasiões distintas e, em cada uma, podem ser exploradas formas maliciosas e ilegítimas de identificação do telemóvel ou do utilizador.

 

Com todas estas dúvidas, legitimas, mandava a prudência que o governo português fosse cauteloso, na abordagem deste tema incentivando os portugueses à sua adesão voluntaria , para que o clima de confiança se instalasse definitivamente, em cada um de nós, o que permitia a cobertura pelo maior parte do país.

 

Com esta declaração do governo, que pretende que passe a obrigatório o uso da aplicação STAYAWAY COVID, é de temer que a população mais cética reaja ainda com maior desconfiança, face à desconfiança que a maioria dos políticos (incluindo os do governo) e dos poderes estabelecidos, se preparam para acentuar.

 

Como auxiliar de rastreio, assim se deve, voluntariamente, manter.

 

Não há razão para atribuir à aplicação “STAYAWAY COVID”, poderes que ela não tem.

 

 

 

sábado, 10 de outubro de 2020

“𝐂𝐚𝐧𝐭𝐚𝐬 [𝐟𝐚𝐥𝐚𝐬] 𝐛𝐞𝐦, 𝐦𝐚𝐬 𝐧ã𝐨 𝐦𝐞 𝐚𝐥𝐞𝐠𝐫𝐚𝐬”

É usual ouvirmos (lermos) esta expressão, quando alguém em lugar de poder tenta justificar o injustificável ou pior ainda faz ou pretende fazer dos seus ouvintes (ou leitores) uns “totós”. Vem isto a propósito, do discurso do Presidente da República no 05 de outubro, quando a dado passo do seu discurso pediu cautelas éticas na aplicação de fundos europeus contra a "corrupção, clientelismos e compadrios".

António Costa, e bem, já lhe respondeu: O primeiro-ministro […] está indisponível para governar com suspeitas sobre o uso de dinheiros públicos e defendeu que é "o primeiro interessado" numa lei de contratação pública do parlamento que dê garantias de confiança.

Este confronto do Presidente com o Primeiro Ministro, nada tem a ver com o processo de confiança e desconfiança existente entre ambos. Se fosse isso, estávamos bem. O confronto é mais ideológico. O Presidente, está a dar voz ao seu setor politico da direita democrática que reclama que a «pipa de massa» que vem de Bruxelas, não seja “desperdiçada”  maioritariamente no setor pública, mas antes e sobretudo no setor privado, esse sim, o “motor” da economia e o único capaz de vencer a crise económica em que vivemos, no dizer de alguns “papalvos”.

Aliás, já José Gomes Ferreira dizia na SIC “que em toda a economia Ocidental, a história provou que o Estado como agente económico que quer ser o único a mandar em tudo, deu asneira, não há outra maneira de dizer isto, porque caímos numa economia planificada e aquilo que é o dinamismo da sociedade, desaparece.

Hoje (10/10/20) o Expresso, vem recheadíssimo de prosas neoliberais, que desesperam pelo destino dos fundos comunitários que estão para chegar ao nosso país, e acirram os ânimos dos rentistas para travar ou impedir, que os mesmo seja utilizados pelo setor publico da economia em detrimento do setor privado, esse sim, como dizem, o grande motor da recuperação económica, social e  até, imaginem, da saúde publica.

Neste particular, da saúde publica, convém recordar que quer no auge da pandemia quer ainda hoje, o setor privado da saúde “saltou fora”. Isto é fechou portas, recambiando os doentes para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). O desplante destes minorcas do neoliberalismo português só tem paralelo, para mim, com os “bufos” da PIDE/DGS. Poder-se-á dizer, que exagero. Admito. Mas sinceramente, perante uma enorme e inesperada crise de saúde pública em que o nosso país (também) se viu envolvido, estes minorcas do neoliberalismo, cujas famílias rastejam pelos serviços públicos de saúde, continuam com o seu discurso de elevar o sector privado ao papel de “grandes salvadores” da crise que atravessamos.

É claro que isto é uma mistificação e é exemplo do vazio que esta direita neoliberal e protofascista, tem para oferecer ao nosso país.

Estes defensores do sector privado para vencer a crise, são os mesmos que acreditaram que a PT, a Somague, o BPN, o BES, o Banco Privado, o BANIF, a SIVA, a Cofina, a TAP, a Soares da Costa e tantos outros, eram os grandes “motores de arranque” da economia portuguesa. Hoje, sabe-se, que foram dos maiores sorvedouros dos recursos públicos (in) existentes no nosso país.

Ainda hoje pagamos a fatura.

Não é por acaso que o insuspeito neoliberal de cátedra, Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças da “Troika” em Portugal, vem agora defender (ver caderno de Economia do Expresso de 10/10), um aumento da despesa pública (em particular do investimento) como alavanca para relançar o crescimento, segundo novo apelo feito a semana que passou, num artigo que publicou no blogue do FMI.

É claro que outras vozes, bem mais autorizada, quer na Europa quer no mundo, vêm sugerindo uma maior intervenção da despesa pública, como forma de vencer a crise económico-social, emergente da pandemia do Covid-19.

É, por isso, dececionante ler estes minorcas do neoliberalismo, que a única receita que têm é a apologia do setor privado Hiper dependente do Estado em detrimento de um amplo e abrangente Estado de bem-estar social sem renegar aos fundamentos económicos do livre mercado.

Vencer a crise económico-social provocada pela pandemia do Covid-19, exige a repulsa dos egoísmos privados e uma atenção concentrada nas vítimas desta crise que acrescentam às vítimas da crise do «subprime» de 2008.

Portugal tem taxas de pobreza e de exclusão social de tal forma gritantes que perder a oportunidade de inverter esta tendência, com os fundos comunitários que aí vêm, é sim, um crime público de proporções gigantescas.

Os políticos que estão atualmente no governo devem mostrar maior capacidade para inverter o curso da história e de uma vez por todas romperem com o marasmo das reformas de fundo que passam por implementar um  verdadeiro Estado de bem-estar social, exigência mínima, quarenta e seis anos depois do 25 de abril de 1974.  

   

 

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

𝐀 “𝐯𝐢𝐨𝐥ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐨𝐦é𝐬𝐭𝐢𝐜𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐝𝐢𝐬𝐜𝐢𝐩𝐥𝐢𝐧𝐚 𝐝𝐨𝐦é𝐬𝐭𝐢𝐜𝐚”?

Fiquei siderado com a noticia de hoje no “Publico”, replicada em quase todos os jornais, de um alegado “professor” de Direito Penal - Filipe Aguilar -, que terá proposto um conjunto de temas para o curso de mestrado, dos quais se destacam, “mulheres como “tribo vítima” e “canalhas”, “homem branco e cristão” como “tribo bode expiatório”, e um elogio à simbologia nazi.”.

Já não fiquei tão surpreendido, quando na mesma notícia li que o “professor” está a ser julgado por crime de violência doméstica, no Tribunal Criminal de Lisboa. Segundo o despacho de acusação do Ministério Público, Aguilar foi acusado por uma sua ex-aluna – dez anos mais nova – com quem teve uma relação em junho de 2015, e que terminou em 2016. Nesta pronúncia são descritos atos de violência de toda a espécie, o que permite caracterizar esta besta. É claro que para este energúmeno a “justiça [é vista] como paródia dos esclavagistas”, sentenciando o apreço que demonstra por este pilar do Estado de Direito Democrático.

Porém, o alvo desta aberração não é apenas o feminismo. O “professor” critica a maçonaria, o feminismo, e o que chama de “marxismo cultural”.  Um dos tópicos de um dos programas é: “A suástica, impante do triunfo da vontade da nova deificada casta das senhoras, flutua orgulhosa no Ocidente: para lá do círculo branco o cor-de-rosa substitui o vermelho”. Quem ler isto, pensará que o “professor” perdeu a braçadeira…

Comparar as mulheres a pessoas desonestas, “espertas” e canalhas, é também tema do seu “ensino”.

Felizmente que na academia, há quem ponha em causa os programas deste “professor” que, segundo dizem, “colocam em causa o sistema constitucional sem validade científica”. É um programa opinativo. Não permite que um aluno que tenha uma visão diferente se consiga rever e cumprir a unidade curricular” (Professora Inês Ferreira Leite).

Estou certo, também, que o conjunto de personalidades da sociedade civil e religioso que subscreveram o abaixo-assinado contra a disciplina de “Educação para a Cidadania e o Desenvolvimento”, a saber, o ex-presidente Cavaco Silva, o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, vão agora e de uma forma igualmente audível pedir o fim das disciplinas, que o “professor” aborda, como Julgar os agentes do “socialismo de género e identitário” como se julgaram os crimes do Holocausto, estudar as mulheres como “tribo vítima”, os “grupos LGBT” como “tribos aliadas”, e o “homem branco cristão e heterossexual” como “tribo bode expiatório”. Encarar a “violência doméstica como disciplina doméstica” e a “advocacia dita de género ou de violência doméstica” como “do torto contra a família”.

Encarar a “violência doméstica como disciplina doméstica”, causou-me bastante preocupação. Afinal, o que é isso de “disciplina doméstica”?

Fui procurar na Wikipédia e deparei-me, com a seguinte definição: “Disciplina doméstica” mais comumente se refere como a prática da disciplina corporal totalmente consensual entre dois parceiros adultos competentes em um relacionamento, mas também pode se referir a punições corporais em casa, a violência doméstica, ou seja, um padrão de comportamentos abusivos por um ou ambos os parceiros em um relacionamento íntimo.

Diz a Wikipédia, que a violência doméstica, não deve ser confundida com a disciplina doméstica Christian (CDD), um conjunto de visões e práticas defendidas por alguns cristãos que acreditam na consensual "disciplina doméstica", que também é praticado com o pleno consentimento de ambos os parceiros em um casamento ou relacionamento.

Agora sabemos o que é encarar a “violência doméstica como disciplina doméstica”, para o “professor” Aguilar.

"FUI CUMPRIMENTAR UM AMIGO"!

Ana Rita Cavaco (abreviadamente, BOE (lê-se boy)Bastonária da Ordem dos Enfermeiros), deslocou-se expressamente a Évora, por altura da convenção do “Chega”, para cumprimentar o seu amigo André Ventura. A BOE (lê-se boy) é, definitivamente, uma pessoa sensível e carente. Sensível, porque não resiste ao apelo interior de ir cumprimentar o amigo esteja ele onde estiver. Carente, porque há amigos e amigos. Nem todo o amigo Chega para a confortar. Só aquele!

A BOE (lê-se boy), para além destas debilidades de caráter psicológico, mostrou outras fraquezas igualmente assinaláveis e que merecem a atenção de todos, incluindo os seus representados. A BOE (lê-se boy), revela simpatia pela castração química e, não o dizendo, mas parece óbvio, também pela retirada dos ovários às mulheres quem abortam. Afinal, é de amigo!

A BOE (lê-se boy), vê no amigo a luz e a salvação. Vê nele e no partido que ele lidera o que não tem no seu líder e no seu partido. A BOE (lê-se boy), demonstra que é invejosa. Queria soluções extremistas, como aquela que defende o seu amigo. É favorável a uma democracia sem “rei nem roque”, feita de esquemas e compadrios. Por outro lado, a BOE (lê-se boy), tem uma tendência acentuada para a “remelisse” e não perde a oportunidade de utilizar métodos pouco ortodoxos para atingir os seus fins.

Formada na “jota” de Almada do PSD, a BOE (lê-se boy), depressa usou da “benevolência” democrática, para trepar na politica e na sua vida profissional, não se eximindo à pratica de alguns atos ilícitos do foro civil e criminal para cumprir os objetivos pessoais a que se propôs.  

A BOE (lê-se boy), usou a Ordem como “arma de arremesso” na luta sindical e foi pioneira na criação de um fundo de greve, à boa maneira americana, com roupagem de financiamento coletivo (crowdfunding), para financiar as paralisações dos enfermeiros no SNS. Teve êxito, os doentes não.

A BOE (lê-se boy), tem as características ideais para fazer parte destes movimentos neoliberais e neofascistas que vão evoluindo na sociedade portuguesa ora a coberto de partidos ora de estruturas inorgânicas. 

A BOE (lê-se boy), é, definitivamente, uma “menina e moça”, que precisa do seu comandante de bandeira, do seu chefe de quinas e do seu porta-estandarte. É uma PÁFioso convicta, amputada nas suas aspirações pela debandada troikiana.  André Ventura é o seu último recurso.

É de amigo!...