Em tempos de pandemia e perante esta unanimidade bafienta em torno do serviço nacional de saúde (SNS), a direita e a extrema direita, lembrou-se de montar o “acampamento cigano”, e vai daí envolveu-se numa zaragata entre “tendas”, nada apropriada para os tempos que correm, mas está nos genes desta gente. Nada a fazer. Protagonistas: Maria João Avillez, a decana do jornalismo da direta ultraconservadora, a quem abril deu a mão, mandou-se para cima de Henrique Raposo e outros, novéis militantes da direita neoliberal, por razões ligadas ao iliberalismo, matéria do agrado da decana. Também, João Miguel Tavares (JMT), se mandou para cima de Francis Mendes da Silva (CDS), igualmente por causa do iliberalismo, e também aqui, matéria do agrado do JMT.
É claro que a direita da “democracia cristã”, vê estes espúrios do iliberalismo, como uma emanação do protofascismo, xenófobo e racista, que pulula no espectro político-partidário português, através de um pequeno partido, com raízes no PRN, no Ergue-te e outros, liderados por um ex-PSD, que os incomoda, é bem de ver. E têm razão para isso.
Na verdade, enquanto a direita democrática teve líderes verdadeiramente competentes do ponto de vista político, o seu campo sempre esteve preenchido e era fonte natural das coligações à direita lideradas pelo PSD.
A descaracterização do CDS e a sua degradação progressiva seja ao nível da liderança seja ao nível programático, abriu brechas irreparáveis na sua estrutura, dando origem ao aparecimento de forças nacionalistas, populistas e antidemocráticas.
Estas forças, embora agrupadas num partido político, com assento parlamentar, não gozam de um apoio popular relevante e por isso, se combatidas eficazmente, não passarão de um epifenómeno incapaz de determinar ou influenciar qualquer alteração no sistema democrático português.
Porém, se os partidos do sistema democrático português, tiverem a veleidade, com teve o PSD, de estabelecer acordos ou quaisquer tipo de relacionamento com essas forças antidemocráticas é certo e sabido que, mais tarde ou mais cedo, o nosso sistema democrático estará ferido na sua essência e passará ter dentro de si a sua bactéria destruidora.
Rui Rio, pelos vistos, está disposto a arriscar.
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