quarta-feira, 11 de novembro de 2020

𝐑𝐔𝐈 𝐑𝐈𝐎 𝐝𝐢𝐳 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐧ã𝐨 𝐂𝐇𝐄𝐆𝐀. 𝐐𝐮𝐞𝐫 𝐦𝐚𝐢𝐬!

 É um bocado obsceno falar-se (escrever-se) sobre ou a propósito do Chega. Até aqui, este partido de extrema-direita, xenófobo, racista, fascista, só era citado pela comunicação social, dos escribas, ou pelas redes sociais, onde o algoritmo comanda. Mais nada. Todos os partidos, de uma maneira geral, assistiram à chegada desta excrescência político partidária, com total desconfiança e até com algum temor, pois a democracia começava a ser minada por dentro. Todos resistiram, até aqueles que aparentemente se encontravam mais próximos. Era impossível partilhar espaços e opiniões com os detratores da democracia. Os iliberais, como agora hipocritamente se pretende denominar. Porém, o PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA (PSD), cansado de esperar na oposição, decidiu dar uma a Chega. Vai daí, formaliza um acordo de incidência parlamentar nos Açores, com o Chega, em troca de conjunto de compromissos que (ao que veio a público), passa pela redução de mandatos no arquipélago, pelo reduzir (acabar?), com o rendimento social de inserção (RSI), pelo combate à corrupção e pela elaboração de um projeto de revisão constitucional regional. Rui Rio, aceitou. Afinal, o que é que estas propostas têm de fascistas? Gritou. Nada, ou quase nada, dir-se-ia!

Vamos a uma história.

“Nomeado chanceler do Reich em 30 de janeiro de 1933, Hitler, que considerava o cargo apenas um passo para a tomada do poder absoluto, começou imediatamente a montar um sistema ditatorial. Desfez-se rapidamente dos aliados que permitiram sua ascensão, reservando-se plenos poderes. Através de uma lei aprovada pelos partidos burgueses, proibiu todos os grupos políticos, com exceção do seu NSDAP. O Partido Social Democrata e o Partido Comunista foram dissolvidos, e os demais, forçados à autodissolução.”

Esta história não devia ser do desconhecimento de Rui Rio que tem formação germânica (Estudou no Colégio Alemão do Porto). Claro que lhe pode ter escapado!...

É de uma imprudência política a rasar a ignorância ou pior que isso é colocar em cheque todo o projeto político saído da revolução de abril de 1974. Rui Rio, líder do segundo maior partido político português, não tem o direito de fragilizar a democracia portuguesa com as suas alianças à extrema-direita, xenófoba, racista, fascista e violenta, realizadas em qualquer parte do território português. Não se trata, sequer, de ultrapassar ou não linhas vermelhas. Trata-se de ser conivente com a destruição do estado democrático. Isto não honra a memoria dos pais fundadores da nossa democracia. E é uma ofensa, para todos nós.

Rui Rio, deixou de merecer a consideração política que lhe era devida enquanto líder partidário do segundo maior partido da democracia.

Hoje faz parte dos detratores da democracia. Compete ao PSD, ainda sobrevivente, repudiar e desprezar estas alianças obscenas, que põem em perigo a democracia portuguesa.    

Haja, vergonha!

 

 

 

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