O PSD lançou uma candidata à Câmara Municipal da Amadora, que em intervenção televisiva disse, “espero mesmo que o Bloco de Esquerda seja exterminado”.
A Bacorita,
sabia bem a palavra que estava a utilizar (“exterminado”) e qual o significado
ideológico profundo, da mesma. Esta não é uma palavra do combate político, em democracia
pluralista, esta é a afirmação de um tipo de discurso virado para o ódio e para
eliminação física dos adversários. Esta é a ameaça que paira sobre a democracia
portuguesa, quando partidos da sua génese, criam dentro de si os seus agentes
destruidores. Hoje, com algum ascendente do discurso de extrema-direita de
cariz protofascista, já com assento na Assembleia da República, assistimos
arrepiados, a coberto do direito de liberdade de expressão, a manifestações de
ódio, intolerância, preconceitos contra determinados grupos por temas ligados a
gênero, religião, etnia, orientação sexual, entre outros.
Manifestações
de intolerâncias desta natureza não são protegidas pela liberdade de expressão,
já que tal proteção viola os princípios fundamentais da nossa sociedade.
O
PSD/Amadora, veio a terreiro defender a Bacorita e acusar o BE de
"interpretações desonestas" e diz que com "exterminado"
Suzana Garcia se referia a "pesada derrota eleitoral".
Imediatamente
me veio à memória a fábula d’ “O burro que vestiu a pele de um leão”, que
todos conhecem, mas que não resisto em transcrever:
Um burro encontrou a pele de um leão que um caçador
tinha deixado largada na floresta. Na mesma hora o burro vestiu a pele e
inventou a brincadeira de se esconder numa moita e pular fora sempre que
passasse algum animal. Todos fugiam correndo assim que o burro aparecia. O
burro estava gostando tanto de ver a bicharada fugir dele correndo que começou
a se sentir o rei Leão em pessoa e não conseguiu segurar um belo zurro de
satisfação. Ouvindo aquilo, uma raposa, que ia fugindo com os outros, parou,
virou-se e se aproximou do burro rindo:
— Se você tivesse ficado quieto, talvez eu também
tivesse levado um susto. Mas aquele zurro bobo estragou sua brincadeira. – Se
você tivesse ficado quieto, talvez eu também tivesse levado um susto. Mas
aquele zurro bobo estragou sua brincadeira!
𝐌𝐨𝐫𝐚𝐥: 𝐀 𝘽𝙖𝙘𝙤𝙧𝙞𝙩𝙖, 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐞𝐧𝐠𝐚𝐧𝐚𝐫 𝐨𝐬 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐭𝐫𝐚𝐣𝐞 𝐞 𝐚 𝐚𝐩𝐚𝐫ê𝐧𝐜𝐢𝐚 (𝐚𝐯𝐚𝐧𝐭𝐚𝐣𝐚𝐝𝐚!), 𝐦𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐬𝐮𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 𝐥𝐨𝐠𝐨 𝐢𝐫ã𝐨 𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚𝐫 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐞𝐥𝐚 é 𝐝𝐞 𝐟𝐚𝐭𝐨.
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