sábado, 2 de março de 2024

 AS ELEIÇOES DE INICIATIVA PRESIDENCIAL

A 10 de março de 2024, se os policias deixarem, vão realizar-se as eleições legislativas de iniciativa presidencial. Não são as primeiras, são as segundas que, por iniciativa presidencial, os portugueses, são chamados às urnas. Nas primeiras de iniciativa presidencial, que foram em janeiro de 2022, o povo não gostou que o presidente não exercesse competentemente a constituição e por isso respondeu com uma maioria absoluta ao PS. Estava o ‘caldo entornado’. Marcelo, não gostou desta ‘reprimenda’ eleitoral, vai daí, jurou para consigo mesmo, que isto não ficaria assim. E não ficou. Dois anos depois, em aliança com a justiça, dissolve o parlamento e volta a marcar eleições legislativas, para o próximo dia 10 de março. Estava feita a desforra. Como irá o eleitorado responder a mais esta provocação Marcelista? Será difícil de prever, em todo o caso, mais uma vez, o país perde. Estes vazios políticos que o presidente insiste em promover, de dois em dois anos, enfraquece as instituições, fomenta a anarquia nas forças de segurança, promove o laxismo nos serviços do Estado, espicaça as forças armadas, cria o desanimo na economia, aumenta o populismo, a agressão e o ódio, fortalece a divisão entre os portugueses, alimentando, isso sim, os jornalistas do acessório que num debate entre eles, se satisfazem a dar notas uns aos outros, numa perfeita reconstituição da tv marcelista, na era do comentário. São estas ‘forças de bloqueio’ que uma vez instalados no poder atrasam o desenvolvimento do país, criando interregnos inexplicáveis e inconcebíveis, acentuando, como diria Pessoa, «escravos da mentalidade estrangeira, uns; escravos da falta de mentalidade própria, todos…». Os tempos são outros, mas a mentalidade de alguns políticos são as mesmas. Falta-lhes o sentir da nação como um todo, falta-lhes o orgulho de servir Portugal e os portugueses. Tudo é feito em benefício próprio. Neste particular, somos um péssimo exemplo.

Vejamos o exemplo do que se passa, no Reino Unido. O partido conservador ganhou as eleições gerais em 2019 (já vinha a governar desde 2010). Nas eleições gerais de 2019, os conservadores obtiveram uma maioria, mas uma série de escândalos levou à moção de censura de Boris Johnson, à crise do governo de julho de 2022 e à renúncia do então primeiro-ministro. A Boris Johnson sucedeu Liz Truss, que anunciou sua própria renúncia menos de dois meses depois, após outra crise governamental. Rishi Sunak foi eleito sem oposição como líder do partido em 24 de outubro de 2022 e primeiro-ministro. Ou seja, o partido vencedor das eleições, independentemente, das crises e escândalos, por que passem os seus líderes, não tem de dar origem, forçosamente, à queda do governo e à dissolução do parlamento. Preservar as instituições democráticas e fortalecer as regras da democracia, exige que os eleitos saibam construir as pontes necessárias ao funcionamento da democracia. Quando um presidente, não tem esta cultura democrática, dificilmente estará em condições de promover este crescimento democrático no país. Infelizmente, é o que nos está a acontecer, há tempo demais.

 

 

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