AS ELEIÇOES DE INICIATIVA PRESIDENCIAL
A 10 de março de 2024, se os
policias deixarem, vão realizar-se as eleições legislativas de iniciativa
presidencial. Não são as primeiras, são as segundas que, por iniciativa
presidencial, os portugueses, são chamados às urnas. Nas primeiras de
iniciativa presidencial, que foram em janeiro de 2022, o povo não gostou que o
presidente não exercesse competentemente a constituição e por isso respondeu
com uma maioria absoluta ao PS. Estava o ‘caldo entornado’. Marcelo, não gostou
desta ‘reprimenda’ eleitoral, vai daí, jurou para consigo mesmo, que isto não
ficaria assim. E não ficou. Dois anos depois, em aliança com a justiça,
dissolve o parlamento e volta a marcar eleições legislativas, para o próximo
dia 10 de março. Estava feita a desforra. Como irá o eleitorado responder a
mais esta provocação Marcelista? Será difícil de prever, em todo o caso, mais
uma vez, o país perde. Estes vazios políticos que o presidente insiste em
promover, de dois em dois anos, enfraquece as instituições, fomenta a anarquia
nas forças de segurança, promove o laxismo nos serviços do Estado, espicaça as
forças armadas, cria o desanimo na economia, aumenta o populismo, a agressão e
o ódio, fortalece a divisão entre os portugueses, alimentando, isso sim, os
jornalistas do acessório que num debate entre eles, se satisfazem a dar notas
uns aos outros, numa perfeita reconstituição da tv marcelista, na era do
comentário. São estas ‘forças de bloqueio’ que uma vez instalados no poder atrasam
o desenvolvimento do país, criando interregnos inexplicáveis e inconcebíveis,
acentuando, como diria Pessoa, «escravos da mentalidade estrangeira, uns;
escravos da falta de mentalidade própria, todos…». Os tempos são outros,
mas a mentalidade de alguns políticos são as mesmas. Falta-lhes o sentir da
nação como um todo, falta-lhes o orgulho de servir Portugal e os portugueses.
Tudo é feito em benefício próprio. Neste particular, somos um péssimo exemplo.
Vejamos o exemplo do que se
passa, no Reino Unido. O partido conservador ganhou as eleições gerais em 2019
(já vinha a governar desde 2010). Nas eleições gerais de 2019, os conservadores
obtiveram uma maioria, mas uma série de escândalos levou à moção de censura de Boris Johnson, à crise do governo de julho de 2022 e à
renúncia do então primeiro-ministro. A Boris Johnson sucedeu Liz Truss, que
anunciou sua própria renúncia menos de dois meses depois, após outra crise
governamental. Rishi Sunak foi eleito sem oposição como líder do partido em 24
de outubro de 2022 e primeiro-ministro. Ou seja, o partido vencedor das
eleições, independentemente, das crises e escândalos, por que passem os seus líderes,
não tem de dar origem, forçosamente, à queda do governo e à dissolução do
parlamento. Preservar as instituições democráticas e fortalecer as regras da
democracia, exige que os eleitos saibam construir as pontes necessárias ao
funcionamento da democracia. Quando um presidente, não tem esta cultura
democrática, dificilmente estará em condições de promover este crescimento
democrático no país. Infelizmente, é o que nos está a acontecer, há tempo
demais.
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