A audição antecipada dos partidos - O epílogo burlesco da
farsa presidencial
O país está anestesiado. As
eleições de iniciativa presidencial de 10 de março, foram um logro, para além
de uma forte penalização do eleitorado, aos atos antitudo, do presidente
Marcelo. Nunca, após um ato eleitoral, o país se sentiu tão traído e
desanimado. Mesmo aqueles que dispõem dos megafones, estão sem ‘pilhas’. Andam
para trás e para a frente, bobinando e rebobinando, mostrando a sua inutilidade
e temendo o pior. Para aqueles a quem Abril nada diz, a oportunidade está aí. O
presidente Marcelo, colaborou até à exaustão, na criação deste cenário. O
presidente Marcelo, quis este cenário. Também eles se sentem confusos com tanta
indecisão. A democracia de Abril, terá de resistir. Seja pela porta grande seja
pela porta pequena, a ‘raposa está no galinheiro’. Agora é tarde e a ‘Inês é
morta’. A resistência, agora, é a salvaguarda dos valores de Abril, dos
direitos conquistados, das premissas democráticas do Estado de Direito Social,
dos direitos das mulheres, dos imigrantes, dos jovens, dos idosos, do acesso
público à saúde, educação e habitação, da ação continuada na criação de emprego
e de melhores condições de vida para todos. A ‘raposa está no galinheiro’ e os
seus pares em órgãos de poder. O acesso ao ‘pote’, volta a não ser uma figura
de estilo, agora suportada por uma extrema-direita musculada, assente em ‘milícias’
e homens-de-palha saídos do buraco negro da sociedade portuguesa. O perigo
espreita. A xenofobia, o obscurantismo, o racismo, o preconceito, a
discriminação racial a misoginia, vão fazer parte dos programas de governo
alimentado, pelos parasitas. Os partidos de Abril, têm uma dupla tarefa a
realizar. Manter cerradas as portas da democracia e extirpar o quanto antes os
parasitas que nela se instalaram, com a ajuda presidencial, perniciosa. Como se
esperava, o PSD desagrega-se e prepara-se para alimentar o parasita, ainda que isso
possa dar origem a uma nova cisão no partido, o que muitos estão dispostos a
protagonizar, sobre o lema “rumo ao pote”. Portugal foi colocado,
grosseiramente, numa situação extraordinariamente difícil, nas vésperas de
comemorar 50 anos de vida democrática. Assim o quis, Marcelo.
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