segunda-feira, 10 de junho de 2024

 ‘O BARATO, SAI CARO’!

O contributo de Sebastião Bugalho, para a AD, nestas europeias, situou-se ao nível do zero.

O nosso povo é mestre. Mesmo que não participe a 100%, os que participam, sabem distinguir o plástico do vidro. Foi o que aconteceu, nas eleições europeias, de ontem, dia 09 de junho. O PSD, aproveitando a embalagem de vitória das legislativas do passado mês de março, lembrou-se de lançar como cabeça de lista às europeias, um produto televisivo do ‘Observador’, relançado no mercado pela SIC de Balsemão um fundador do partido de Sá Carneiro. Tudo isto, com a reprovação em surdina (os tempos assim o exigem) dos quadros sociais democratas que viram nesta aventura de Montenegro, mais uma desconsideração, dizem, do potencial existente no partido. Mas as coisas são como são. O presidente Marcelo, lembrou-se de desqualificar a democracia portuguesa e, ao fazê-lo, abriu a porta a estes e outros dislates, com sérios prejuízos ao sistema político e social do nosso país. Porém, ao rejeitar o candidato ‘tupperware’, o eleitorado português voltou a dar um sinal de grande sabedoria e uma mensagem clara aos ‘novos’ donos disto tudo, de que à vontade não é à vontadinha! Terá sido esta a melhor lição que se pode retirar das eleições europeias de ontem? Apesar de tudo, talvez não. O travar o ímpeto neofascista do partido da extrema-direita portuguesa, foi, sem dúvida, o resultado mais positivo destas eleições e um sinal claro de que o povo português se mantém fiel aos princípios nascidos com o 25 de abri, de 1974. Cada eleição tem as suas particularidade e por mais que os partidos ou as instituições democráticas tentem a sua fragilização, o povo está aqui para dizer ‘alto e para o baile’. E foi isso que aconteceu, nestas eleições europeias. Quiseram impingir-lhe um candidato ‘tupperware’, vazio, sem conteúdo político, e má educação acentuada, numa atitude sobranceria de quem está, agora, no poder e, o resultado, foi o desprezo pela solução apresentada.

Como dizia o atual presidente do grupo parlamentar do PSD “Os que votaram a pensar em alhos e saíram-lhe bugalhos…”.  Não é que o homem é um vidente?

 

terça-feira, 4 de junho de 2024

 A IMIGRAÇÃO DE EXCELÊNCIA – FIM AO ‘BIDONVILLE’

Portugal não tem autoridade moral para se posicionar, em matéria de imigração, como um país de esquecimento fácil e rápido, dando guarida às novas tendências xenófobas, racistas e preconceituosas, que grassam pelo nosso país, cujo acolhimento, o atual governo da AD, parece disposto a dar.

É importante relembrar o fluxo migratório português para França. Muitos viveram nos anos 1960/70 no gigantesco bairro de lata português de Champigny-sur-Marne, nos arredores de Paris, que ficou para a história como o maior bidonville de sempre em França (15 mil pessoas, num terreno baldio de 45 hectares).

Alguns foram emigrantes clandestinos, viveram anos a fio a chapinhar na lama, em barracas ou casitas em tijolo, sem eletricidade, sem água canalizada, sem retrete, sem esgotos e sem serviço de recolha do lixo.

Hoje, a comunidade portuguesa (só) em França, incluindo, lusodescendentes é de mais de um milhão de pessoas. A França, tem uma população estrangeira, de mais de 10% do total da sua população.

O governo da AD, lançou agora 41 medidas para (como diz) regular a imigração, porque entende que há um "abuso excessivo" no acolhimento de imigrantes (sic) Este discurso, próximo do discurso da extrema-direita, não só portuguesa, mas também europeia, faz-nos refletir, se esta gente tem noção do nosso passado e das obrigações que temos para com o nosso semelhante.

Não há excesso de imigrantes em Portugal. É dito por todas as agências credenciadas no País e na Europa. Pelo contrário, em certos setores de atividade há falta de recursos humanos. Por outro lado, o progressivo rejuvenescimento da nossa população deve-se em grande parte à imigração. São eles que trazem “sangue novo” a uma população maioritariamente envelhecida. Então qual é o problema? O problema, são dois: - Um, de caráter ideológico, que seguindo as atuais tendências no mundo, tenta a todo transe, bloquear a circulação de pessoas de outras latitudes, num misto de xenofobia extrema e de um nacionalismo bacoco, retrógrado e de feição fascizante.

- O outro, este sim bem presente, é o da incapacidade de organização administrativa do Estado no acolhimento e integração destas comunidades. Aqui, sim, reside o problema.

Quando se diz que existem mais de 400.000 processos em atraso, no ex-SEF, é o mesmo que dizer que existem mais 585.000 processos em atraso na justiça portuguesa ou que existem mais de 200.000 portugueses em lista de espera para uma cirurgia ou que em Portugal Continental existem mais 860 mil casas que não estão ligadas à rede pública de água o que afeta cerca de 1.300.000 de pessoas ou, ainda, que há mais de 20.000 crianças em risco de pobreza, etc., etc., etc.

Este é o nosso problema. E a imigração, ‘apanha por tabela’. Aqui está uma das nossas maiores fraquezas. Cíclica incapacidade da gestão da coisa publica, com evidentes sinais de aproveitamento pessoal, por alguns que lá passam. Esta é a nossa vergonha que alguns governantes transformam em ‘lucro antecipado’. Este atraso atávico, é muitas vezes aproveitado pelo discurso da caridade e do assistencialismo, uma espécie de chancela da nossa condição. Quando conseguirmos vencer esta batalha, colocando ao lado de outras, já vencidas, ai sim, Portugal terá autoridade moral para, no concerto das nações, exigir um mundo mais justo e fraterno, em permanente solidariedade ativa com os restantes povos e nações. Até lá, estaremos sempre em redor do ‘Bidonville’, ainda que em habitações com oito casas de banhos.



 

sexta-feira, 31 de maio de 2024

 A MADEIRA, ‘NÃO ATA NEM DESATA’!

Mais uma vez, o povo da Madeira perdeu. Das eleições regionais de domingo, o quadro político ficou na mesma, para pior. Ganhou quem não pode perder e perdeu quem não construiu para ganhar. O povo madeirense, dificilmente se libertará do ‘voto cativo’, vítima do despotismo atávico e dos meios de comunicação que inoculam a submissão. É assim, à décadas.

É penoso assistir a esta resistência ao desenvolvimento e bem-estar geral das populações madeirenses. Uma ‘casta’ desavinda do ‘jardinismo’, com tiques de extrema-direita, tomou conta dos destinos da região e com mais escândalo menos escândalo, mais suspeita menos suspeita, lá vai continuando a impedir que a região progrida e povo saia do miserabilismo em que se encontra.

Segundo Alberto João Jardim, “O madeirense tem um certo receio de votar, só muda pela certa”. Até poderia ser isso, porém, o intrincado jogo de interesses público privados, arrasta atrás de si uma falange de cidadãos dependentes que por si, seus familiares e amigos, asseguram o ‘voto cativo’, moeda de troca em curso na região, para qualquer eleição. Disso sabe bem, Alberto João Jardim, e os seus ‘delfins’, ainda que desavindos, aprenderam a lição. O atual líder madeirense é o espelho do imobilismo e do compadrio sem rebuços. Novamente indigitado, o cárcere à democracia madeirense, continua ativo e a menos que haja um sobressalto cívico o desenvolvimento da região continuará estagnado.     

domingo, 26 de maio de 2024

 20 ANOS DEPOIS, NUNO MELO PREPARA-SE PARA ‘REABRIR’ O PROCESSO DOS SUBMARINOS?

Em 2014, Paulo Portas, foi ouvido na comissão parlamentar de inquérito, sobre o chamado ‘caso dos submarinos’ e a suspeita nacional e europeia de que teria sido beneficiário de algumas contrapartidas pelas adjudicações dos referidos navios de guerra.

Em 2014, o Ministério Público concluiu, que o negócio dos submarinos rendeu 27 milhões de euros a arguidos e membros do GES. Quanto a Portas, apesar de suspeito, o processo foi arquivado, contrariamente ao que aconteceu na Alemanha e na Grécia onde houve condenações a penas de prisão por corrupção por parte de elementos do consórcio alemão Ferrostaal. Em Portugal, no Conselho Superior da Família Espírito Santo, realizada a 07 de novembro de 2013, Ricardo Salgado, explicava assim, o pagamento da comissão de 15 milhões, que lhe foi pedida, pelos intermediários do negócio, para o financiamento do mesmo: " A informação que nós temos é que não é para eles, que há uma parte que não é para eles. Eu não sei se é ou não é, mas como hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta, os tipos garantem que há uma parte que tem de ser entregue a alguém em determinado dia.”

Parênteses: Aquela de Ricardo Salgado dizer “hoje em dia só vejo aldrabões à nossa volta…” é, sem dúvida, o momento auto do ‘burlesco’ no nosso país.

Retomando o tema inicial e 10 anos depois do Ministério Publico arquivar o processo e o Parlamento de então, convenientemente paralisado, surge agora o atual ministro da defesa pedindo auditoria aos licenciamentos concedidos pelo ministério desde 2015. Como se compreenderá, alguns dos licenciamentos concedidos em 2015, terão tido a sua génese nos anos anteriores.

Ora, como os processos em Portugal, em regra, são megaprocessos, começando por uma fotocopia e acabando no fabricante das fotocopiadoras, é expetável que se venham a descobrir ligações antigas ao caso dos submarinos e ao consequente desvio das fotocopias.

Quem diria, que seria um elemento do CDS, em 2024, que viria a trazer ao de cima o caso ‘submarinos vs Portas’, e o enigma nele escondido. Isto é que é mesmo, ‘escrever direito por linhas tortas’

quarta-feira, 22 de maio de 2024

 ‘INFLUENCER’

O Ministério Público (MP) lançou uma operação designada de ‘influencer’, que veio a paralisar toda a atividade política do país bem como a da própria investigação. Tudo isto por causa do nome escolhido para a operação. ‘INFLUENCER’. Até o insuspeito Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a mais alta instância judicial do país, ficou paralisado. Tudo isto, mais uma vez, por causa do nome escolhido para a operação. INFLUENCER, ou, como se diria em português, INFLUENCIADOR. Na verdade, na era dos ‘influencers”, profissão digna do digital, eis que o MP descobre ligações desta atividade com o crime. Um ‘influenciador’, por o ser, é um agente do crime. Assim, o qualificou, o MP, pelo menos, aos membros do anterior governo incluindo o primeiro-ministro de então. Na versão inicial que serviu de base à detenção de uns e à demissão do primeiro-ministro, todos eram ‘suspeitos’ de influenciarem alguns negócios do Estado com privados sendo o então primeiro-ministro citado por mais de uma vez nas escutas então feitas. Estes ‘influencers’, por não constarem da lista dos 10 influencers digitais portugueses, mais populares das redes sociais, viraram, obviamente, ‘suspeitos’ ou quase-arguidos, outra figura antijurídica criada pelo MP. É certo que a operação ‘influencer’ foi desencadeada pelo MP, com a colaboração das forças de segurança e em segredo absoluta da polícia judiciaria. O porquê, deste comportamento, aparentemente anómalo do MP, está explicado. Tem a ver com o nome escolhido para a operação. ‘INFLUENCER’. Os jovens magistrados do MP, oriundos da geração y e z, muito alimentados pelas redes sociais, viram nestes ‘influencers’ governamentais, alguns resquícios da chamada ‘cunha’, com retribuição. E assim, de suspeição em suspeição, manda-se gente para a prisão e os que não foram, também não governarão. É a judicialização da política, na versão MP. Passado este tempo todo, mais de 6 MESES, satisfeitas as pretensões da direita portuguesa, na versão ‘mal-amanhada’ de Francisco Sá Carneiro, “uma maioria, um Governo e um Presidente”, eis que o MP e os restantes órgãos superiores da justiça, deram-se conta de que ficaram com o ‘menino nas mãos’. E agora? Agora, o processo sai de cima para baixo e em baixo ficou. Ou seja, quem criou o problema, e chutou para cima (STJ), viu-lhe devolvida a encomenda sem qualquer recomendação. E assim, vai este país à beira-mar plantado. Coisa menor, no meio disto tudo, há pessoas afetadas no seu bom nome, honra e consideração que lhe são devidas. O país, nessa europa ancorado, foi palco de comentários menos abonatórios, por ter um primeiro-ministro e ministros suspeitos de corrupção. Nada que atrapalhe os ‘moços de esquadra’, desta nobre nação.

terça-feira, 30 de abril de 2024

 O “SOPINHA DE MASSA”

O “sopinha de massa”, foi chamado a um encontro para se discutir o tratado do Atlético Norte. Dirigiu-se á Tapadinha, em Alcântara, e quando lá chegou, ficou surpreso por ninguém o esperar. Mais surpreso ficou quando viu a bandeira nacional com sete quinas. Esta alteração do símbolo nacional sem o seu conhecimento, cheirou-lhe a esturro. De imediato, pegou no seu telemóvel e ligou para o Protocolo Oficial de Símbolos Nacionais, a fim de se inteirar de onde partiu a ordem. O responsável pelo Protocolo ficou vermelho pois nada sabia, também. Fulo, o “sopinha de massa”, ligou, desta vez, para o urbano/rural, que estava na apanha de nabos, que, aflito, respondeu que nada sabia. Justificou-se, ainda, que não poderia ver o que se passava, pois de seguida iria remover bugalhos. Desesperado, o “sopinha de massa” voltou para o palácio, e começou aos pontapés às pedras da calçada, virando-se para a sua oficial as ordens, para que ela comunicasse com a câmara para vir arranjar a calçada. Falta-me o “Oriental”, bufava! Que grande gaita, desta vez fiz asneira da grossa. Eu já vos lixo! Ligou para o ministro da defesa e disse: “daqui fala o comandante supremo das forças armadas. Olhe lá, mas que ideia é essa de os jovens delinquentes, passarem a fazer serviço militar obrigatório? Mas o senhor julga, que eu sou chefe supremo dos serviços de detenção juvenil? O senhor fala das forças armadas, como fosse um repositório de pessoas? O senhor não tem ideia da gravidade das suas palavras? O Gouveia e Melo já me telefonou, com ares de poucos amigos. O senhor, cuide-se!” Bruscamente, desligou o telefone sem que desse oportunidade de resposta, e foi direto à biblioteca do palácio. Uma vez lá chegado, procurou a obra de A. C. De C. M. Saunders, (A Social History of BlacJc Slaves and Freedmen in Portugal, 1441-1555, Cambridge, Cambridge University Press, 1982) e fez-se luz: “Portugal deve pagar custos da escravatura e dos crimes coloniais”, comunicou à Nação. E fê-lo, com aquela dose de maquiavelismo que lhe é característico, na véspera dos 50 anos de Abril. Nada mais apropriado. Ainda não satisfeito, faz constar que cortou relações com o filho, por causa do episodio das gémeas. O “sopinha de massa”, tinha-se metamorfoseado. Agora era seguro.

Entretanto o “Oriental”, há muito saído de cena, aguarda em “liberdade” a revogação da lei extravagante que o mantém sob ‘vigilância’ do ministério público.

terça-feira, 23 de abril de 2024

 O BUGALHO, SEM ‘GALHADOR’.

A estação de televisão SIC, promove de quando em vez, uns agentes da palavra, cujo objetivo é crescerem tal como crescem as galhas, isto é, as “multiplicações celulares que se formam nos órgãos das plantas como resposta à picada de insetos galhadores ou ao ataque de fungos, bactérias ou nemátodos”. ([i])

Tal como a SIC, muita gente confunde bolotas com bugalhos. À primeira vista podem parecer estruturas semelhantes. Mas são coisas bem diferentes, como diz a especialista.

A Bolota é o fruto dos carvalhos, um fruto seco, de uma só semente que permanece no seu interior, e é constituída pela semente e pericarpo (a camada externa do fruto que protege a semente).” ([ii])  Já o Bugalho, é uma estrutura às vezes comparada a um tumor. Percebe-se a diferença, abismal, mas isso, a SIC, não percebeu. Convidou um Bugalho, que não dá fruto, apenas servindo para os ‘insetos’ à sua volta depositarem os seus ‘ovos’ e ser fonte de alimento durante as metamorfoses democráticas por que passam. Além de promoverem abrigo e alimento para os agentes que as provocam, “os bugalhos também podem ser reaproveitados por outros insetos que os usam para se abrigarem quando os galhadores já abandonaram o bugalho.” Peço perdão pelas comparações.

Ainda estávamos neste estádio de apreciação e eis que o PSD através da AD (sem PPM), resolve convidar o Bugalho, para cabeça de lista às eleições europeias, da coligação. Mais outro inadvertido, que confundiu Bolota com Bugalho. O resultado, será o esperado.

A propósito desta escolha, sem referências, faz-me lembrar uma outra que o PSD fez, aquando da coligação PáF, quando escolheu, para Secretário de Estado, Pedro Lomba com a missão de conduzir os briefings diários com jornalistas. Foi um flop. Quem ganhou foi João Miguel Tavares, outro sem referências, que ocupou o lugar (até hoje) que Lomba tinha no jornal o Público.

Percebe-se, melhor, como crescem as ‘galhas’!

 



[i]. - Maria João Horta Parreira, da associação Plantar uma Árvore

[ii]. - Idem