Esta gente não pensa, definitivamente.
Votar contra o Orçamento do Estado (OE) para
2021, nas circunstâncias atuais, imediatamente nos remete para a origem e
composição do Bloco. Não sei qual é a composição da Mesa Nacional (o
equivalente a assembleia), isto é, quantos são (ou eram), da ex-União
Democrática Popular (marxista), do Partido Socialista Revolucionário
(trotskista mandelista) e da Política XXI (ex-militantes do Partido Comunista
Português, pelos herdeiros do MDP-CDE e por independentes)., e um cheirinho de
PCTP-MRPP. Não é difícil perceber que a argamassa que deu corpo a este Bloco,
há pouco menos de 20 anos, não é uma mistura homogênea de agregados, contendo apenas
adições, com propriedades de aderência e endurecimento, ponto. Com estas
propriedades, os mesistas, ainda empedernidos, mostram rigidez no
pensamento e nas atitudes. Falta-lhes a idade adulta na política. São
inconstantes, ora fazem parte da solução ora são parte do problema. Isto é
típico dos Blocos não homogéneos e depois, claro, dá nisto. A veia marxista,
leninista e trotskista, vem ao de cima e a rotura é o caminho. Nada com a
burguesia instalada, voltemos às bases. Quem são estas bases? A ver pela
composição da mesa são, professores, atrizes, médicos, engenheiros,
investigadores, psicólogos, arquitetos, biólogos, relações internacionais,
advogados, jornalistas, estudantes, etc., etc. Há, e um marceneiro …
Realmente, os tempos são outros. As lutas, do Bloco,
hoje, são inspiradas na escola grega do Syriza, que tão maus
resultados deu. O Acácio Barreiros, há muito que foi abandonado pelos seus
sucessores. Têm lá o ícone «Major Tomé», “mas não é a mesma coisa”, como
diria o outro. Louça é para o Bloco o que Steve Bannon é para Trump e o
seu Partido Republicano. O estrategista. O «governo sombra» da atual direção do
Bloco. A experiência política da atual direção do Bloco, é muito
baseada nas assembleias de estudantes e nos convívios políticos, com os mais velhos.
Votar não à proposta de Orçamento para 2021, na fase mais critica da pandemia
do Covid 19 em Portugal, é disso o espelho. Não havendo qualquer inversão do
governo quanto às políticas implementadas a partir de 2015/16, não se entende
porque terá o Bloco necessidade de votar contra, só porque o governo não
acolheu todas as suas propostas. Isso, não é responsável e é até mesmo espúrio,
porquanto se propõem votar exatamente como a direita, essa sim, arredada do desenho
político traçado pela geringonça. A abstenção seria o cenário político mais lógico,
para quem quer mais e melhor no OE. O voto contra do Bloco, significa “birra”
irresponsável de quem está bem na vida e usa a política para exercícios populistas
e demagógicos mesmo que em contextos de pandemia.
Lamentável…!