Tribunal pede à Assembleia da República para ouvir o deputado ladrão. Porquê?
Entre outras coisas, será um espaço de crítica actual de factos (ou fatos) e acontecimentos que ocorrem e sucedem no nosso país e que potenciam o nosso crescente "direito à indignação". Será também, um espaço de opinião livre, mas responsável, sobre temas diversos. Sevla
domingo, 2 de fevereiro de 2025
sábado, 1 de fevereiro de 2025
O DESPEDIMENTO DAS LACTANTES DO BLOCO DE ESQUERDA (BE)
A "forma" como o BE
conduziu o processo "não foi a melhor" e … tem de
"aprender" com os erros, disse Mariana Mortágua. «Pior a emenda
que o soneto».
O simples facto de isso ter
acontecido, destrói por completo qualquer adesão a princípios e ou valores
defendidos pelo BE, nesta área. Como acreditar em ‘erros’ a este nível de
conceção e matriz política. Estes factos estão para além do erro. São mais
profundos. “A ignorância e o erro são a escusa inevitavelmente conexa às
violações do direito, que por este meio se consumam.” (Rui Barbosa)
O que aqui está em causa são
princípios de humanidade e de justiça. As mães lactantes, estão numa posição
mais vulnerável que as restantes mulheres, justamente, porque amamentam o ser
acabado de nascer. Nenhuma mulher é mãe antes de o ser. Não é por acaso que os
legisladores de países mais avançados, dedicam uma especial atenção e proteção
às mães de recém-nascidos, pois esta é uma fase crucial para a vida de ambos,
em especial para o bebé. Perturbar a mãe, nesta fase, de uma forma tão brutal
como a denunciada, é de uma crueldade, sem explicação. Aliás, as entidades
patronais que se comportam como o BE fez, ao que parece, sem o parecer prévio
da entidade competente na área da igualdade de oportunidades entre homens e
mulheres (CITE), deveriam ficar sujeitas às sanções previstas na Lei n.º
133/2015, de 07 de Setembro. Não encontro explicação para lacuna tão grave na atitude
da direção do BE, a não ser uma demonstração inequívoca de inconsistência ideológica,
retórica vazia e preconceitos enraizados.
A esquerda destaca-se pela defesa
dos direitos dos trabalhadores, o bem-estar coletivo e a igualdade entre os
indivíduos. Este exemplo dado pelo BE é tudo e o seu contrário destes
princípios e valores.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
IMUNIDADES PARLAMENTARES – Um poço sem fundo?
O sistema das imunidades recebeu
logo no início do presente ano de 2025, dois rudes golpes, de dimensões
diferentes, claro, mas de enorme significado e apreensão. O primeiro e talvez
mais significativo, foi a tomada de posse de Donald Trump, considerado culpado
por 34 crimes de falsificação de registos financeiros no âmbito de pagamentos
ilegais para comprar o silêncio da atriz pornográfica com quem terá mantido uma
relação extraconjugal.
Apesar da condenação, que ficará
inscrita no seu registo criminal, Trump foi libertado incondicionalmente, o que
significa que não terá de cumprir nenhum tipo de pena, nem sequer pagar uma
multa. Beneficiou das prerrogativas atribuídas aos presidentes.
O segundo exemplo é português,
foi deputado da nação pelo partido Chega, apanhado em flagrante delito a roubar
malas dos tapetes de bagagens das chegadas dos aeroportos de Lisboa e de Ponta
Delgada. Agora deputado não inscrito, o deputado ladrão beneficia de imunidade
parlamentar e, como tal, não foi preso, apesar de apanhado em flagrante. Foi
constituído arguido, não tem restrições e voltou para o parlamento. Agora está
de baixa psicológica, na região autónoma dos Açores, segundo se diz.
Deixemos os EUA para os
americanos, e olhemos para o que se passou e passa aqui. Ninguém aceita, que um
ladrão, apanhado em flagrante delito, não seja preso. Seja ele quem for. O
instituto da imunidade parlamentar, não tem este alcance de proteção. Pelo contrário.
Segundo o artigo 157.º, n.º 3, da Constituição da República Portuguesa, “Nenhum
Deputado pode ser detido ou preso sem autorização da Assembleia, salvo por
crime doloso a que corresponda a pena de prisão referida no número anterior e
em flagrante delito (sublinhado nosso).
Ora, segundo informação
profusamente distribuída para a opinião pública, o deputado ladrão, foi
apanhado em flagrante delito, a furtar malas no tapete do aeroporto, facto
presenciado pelas autoridades judiciárias, incluindo magistrado (s) do
Ministério Publico. Então o que faltou, para se cumprir a Lei? O furto ou o
roubo são crimes dolosos e o deputado foi apanhado em flagrante. Consta, aliás,
que o deputado, terá confessado, alguns destes crimes. Estas confissões,
enquanto comportamento pós-facto (positivo) do agente do crime, assume enorme
relevo jurídico, quer se manifeste sob a forma de confissão, quer se manifeste
sob a forma de arrependimento.
Em regra, a Constituição exige a
autorização da Assembleia não só para a audição dos deputados (como declarantes
ou como arguidos), na detenção ou prisão (preventiva) e no prosseguimento do
procedimento criminal após a dedução de uma acusação. Contudo, a necessidade de
reprimir a criminalidade grave, corporizada nos crimes dolosos puníveis com
prisão de limite máximo superior a 3 anos, introduz certas modificações no
regime. Desde logo, a CRP obriga a Assembleia da República a suspender o
mandato do deputado acusado por um crime daquela natureza, para que o
procedimento possa continuar. Depois, dispensa a autorização da Assembleia para
a detenção ou prisão preventiva por estes crimes sempre que haja flagrante
delito.
Porque é que nada disto foi
feito?
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
domingo, 19 de janeiro de 2025
PRESUNÇÃO DE IMUNIDADE PENAL
Trump, vai tomar posse como presidente dos EUA, na próxima segunda-feira, 20-01-2025. É o primeiro presidente dos EUA, condenado, por crimes de “falsificação contabilística agravada para ocultar uma conspiração para perverter as eleições de 2016”. De currículo vasto na área da delinquência (alta), o próximo presidente dos EUA acrescenta agora, condenação efetiva, com chancela dos tribunais americanos. É, pois, um criminoso, aos olhos do direto interno e internacional, que goza do privilégio de isenção da pena. Caso único, na área do direito.
O Juiz justificou a decisão da
seguinte forma: “tal como acontece com qualquer outro arguido, tem de
considerar quaisquer fatores agravantes antes de impor uma sentença, mas a
proteção legal que Trump terá como Presidente “é um fator que se sobrepõe a
todos os outros”. “O que é extraordinário são as proteções legais que
acompanham o cargo de Presidente dos Estados Unidos, não a pessoa que ocupa
esse cargo”, sustentou o juiz. “Os cidadãos comuns não recebem este tipo de
proteção. É o cargo que a concede ao seu ocupante e os cidadãos desta nação
decidiram recentemente que o senhor, mais uma vez, deve beneficiar delas”,
disse o magistrado, em referência a casos anteriores em que Trump foi ilibado
pela sua imunidade presidencial, como o seu alegado envolvimento no ataque dos
seus apoiantes ao Capitólio em janeiro de 2021.
Neste momento, vale a pena citar
a Mãe de Trump, já falecida: “Yes, he's an idiot with zero common sense, and
no social skills, but he IS my son.
1 gust hope he never gets into
politics. He'd be a disaster.”
sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
OS PILANTRAS
Já
em fila para 2025, os pilantras da nossa praça, aprontam os seus
argumentários para o novo ano que se inicia. Televisões, rádios, podcasts,
jornais, revistas e panfletos, aprumam-se para receber esta espécie que germina
à velocidade da luz. Eles são um pouco de tudo. De índole conservador e
mentalidade retrógrada, têm urticária à imigração e à convivência entre os
povos e uma desconfiança acentuada do papel das mulheres na sociedade.
Paladinos do confronto, da guerra e da submissão dos povos, os pilantras
assumem-se amorais e vincadamente desonestos, sob a roupagem de um chico-esperto.
Geralmente oriundos do trabalho subordinado, os pilantras da nossa praça,
recebem guarida daqueles que os exploram e os mantêm à tona d’água exatamente
para a pilantragem. Os tempos estão a seu favor. Perceciona-se o fim do chamado
wokismo e o retorno ao tribalismo. Na verdade, com a vitoria expressiva de
Donald Trump, os movimento que se mostram conscientes da gravidade das
injustiças sociais existentes (nomeadamente no que diz respeito a questões de
discriminação e racismo), agindo de forma ativa para as combater, sofreram um
revés muito significativo com a vitória de Trump, que anuncia o retorno ao
tribalismo moderno de feição oligarca. Isto, é chão fértil, para os pilantras.
Trump é o exemplo acabado disso e o seu “croupier”, Elon Mask, a definição
completa de uma sociedade sem valores nem princípios.
Elon
Mask, tal como Donald Trump, são descendentes de imigrantes, aquele oriundo da
África do Sul e este da Alemanha. Elon Mask, naturalizado americano, viu as
suas empresas, por duas vezes, à beira da falência. A «fresh start» americana,
no entanto, deu-lhe a mão e o imigrante, emergiu.
Com
uma prol de (pelo menos) 12 (doze) filhos, o “croupier” de Trump, Elon Musk,
comprou um condomínio privado em Austin, Texas para estes seus doze filhos e
duas das suas ex-companheiras, segundo uma investigação do New York Times
(NYT), pretendendo nele habitar com o objetivo de fazer com que “os filhos mais
novos possam fazer parte da vida uns dos outros” e que o pai possa ter tempo
para estar com eles” As mães foram convidadas a estar neste sultanato, mas
algumas rejeitaram.
Esta
doçura de pai, equivalente a um “sultão do deserto”, de mente marcadamente
fascista, não acredita que as mulheres se aproximem dele por amor, mas antes e
sobretudo pelo dinheiro. Não se percebe porquê?! Por essa razão, destrói o
conceito de família e cria o conceito de “penitenciaria” em condomínio fechado.
As mulheres de Musk são, antes de tudo e de mais, agentes reprodutoras
(parideiras) ao serviço da demografia e da natalidade. “Façam filhos”, é o seu
lema. Ele e Trump, são a face da mesma moeda. A América, superpotência,
arrisca-se a explodir na mão destes oligarcas. A oligarquia americana,
imigrante, assente na falta de escrúpulos e na ganância, poderá fazer ruir este
“império”.
Este
é, no entanto, terreno fértil dos pilantras, da nossa praça.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2025
Marcelo – a fraca prestação
O Presidente da República, fez o
seu habitual discurso de Ano Novo e, como se esperava, não conseguiu incentivar
os seus pares, a fazer mais e melhor. Para isso, teria sido necessário que
apontasse o que em seu entender este governo tem feito de mal e que precisaria
urgentemente de fazer melhor. Isso, obrigá-lo-ia a falar da saúde, da justiça, educação,
da administração interna, da imigração, enfim de quase todos os setores da
governação que se mostram de atuação quase desastrosa. Mas não conseguiu. E,
não conseguiu, pela singela razão de que este governo é da sua família política
e, como tal, faltou-lhe coragem política para se demarcar do que está mal e
exigir que se faça melhor. É esta a função de um PR isento e defensor do
regular funcionamento das instituições democráticas. Preferiu o genérico. O
estado do Mundo, da Europa, das guerras, do nosso universalismo, enfim,
realidades que condicionam, em muito, as nossas vidas, é certo, mas, justamente
por isso, não dispensam uma governação exigente, capaz e muito acima da
mediocridade que diariamente nos é dado ver. E a honestidade política impunha
que o PR assim o fizesse. Não o tendo feito, manteve ativo o vazio que o tem
caracterizado na governação da AD e, por omissão, definiu o quadro para 2025. "Bom senso" e "cooperação
estratégica".
“Bom senso”, para os governantes
da saúde, da educação, da justiça, da administração interna e imigração? Mas o
que falta a estes, não é só “bom senso”, é competência e visão política na
gestão do respetivo setor. A fata de “bom senso” destes e outros governantes do
governo da AD, reside na sua falta de sabedoria e de razoabilidade, para poder
fazer bons julgamentos e escolhas. A sua precipitação governativa, reside na
ignorância. O PR, envergonhado, ‘assobia para o ar’.
“Cooperação estratégica”? Não
deixa de ser irónico que o PR peça para o novo ano ‘cooperação estratégica’
entre governo e partidos (presume-se?), quando na realidade o governo da AD o
que tem feito, até aqui, é desmantelar o que foi feito, exonerar e despedir sem
critério, criando um clima de crispação e até de confronto, tudo e o seu contrário
para a alegada cooperação e muito menos estratégica. Mediação presidencial é o
que se teria pedido, evitando o extremar de posições, atirando Portugal para o
terreno da insegurança, da xenofobia, do preconceito e do racismo. Foi preciso
chegar ao poder um governo da AD de iniciativa presidencial, para que Portugal
viva situações ostensivas de perseguição rácica com atuações policiais
musculadas, respaldas nas palavras do primeiro-ministro, de ‘perceção’ de
insegurança no nosso país. Foi através deste discurso e destas ‘perceções’, que
assistimos nos últimos meses, a verdadeiras violações dos direitos humanos, e à
perseguição de cidadãos de outras origens que vivem e trabalham em Portugal, e
que são vítimas do racismo e do preconceito governamental, instalado. Também
aqui, o PR, claudicou. O silêncio é cúmplice.