Marcelo – a fraca prestação
O Presidente da República, fez o
seu habitual discurso de Ano Novo e, como se esperava, não conseguiu incentivar
os seus pares, a fazer mais e melhor. Para isso, teria sido necessário que
apontasse o que em seu entender este governo tem feito de mal e que precisaria
urgentemente de fazer melhor. Isso, obrigá-lo-ia a falar da saúde, da justiça, educação,
da administração interna, da imigração, enfim de quase todos os setores da
governação que se mostram de atuação quase desastrosa. Mas não conseguiu. E,
não conseguiu, pela singela razão de que este governo é da sua família política
e, como tal, faltou-lhe coragem política para se demarcar do que está mal e
exigir que se faça melhor. É esta a função de um PR isento e defensor do
regular funcionamento das instituições democráticas. Preferiu o genérico. O
estado do Mundo, da Europa, das guerras, do nosso universalismo, enfim,
realidades que condicionam, em muito, as nossas vidas, é certo, mas, justamente
por isso, não dispensam uma governação exigente, capaz e muito acima da
mediocridade que diariamente nos é dado ver. E a honestidade política impunha
que o PR assim o fizesse. Não o tendo feito, manteve ativo o vazio que o tem
caracterizado na governação da AD e, por omissão, definiu o quadro para 2025. "Bom senso" e "cooperação
estratégica".
“Bom senso”, para os governantes
da saúde, da educação, da justiça, da administração interna e imigração? Mas o
que falta a estes, não é só “bom senso”, é competência e visão política na
gestão do respetivo setor. A fata de “bom senso” destes e outros governantes do
governo da AD, reside na sua falta de sabedoria e de razoabilidade, para poder
fazer bons julgamentos e escolhas. A sua precipitação governativa, reside na
ignorância. O PR, envergonhado, ‘assobia para o ar’.
“Cooperação estratégica”? Não
deixa de ser irónico que o PR peça para o novo ano ‘cooperação estratégica’
entre governo e partidos (presume-se?), quando na realidade o governo da AD o
que tem feito, até aqui, é desmantelar o que foi feito, exonerar e despedir sem
critério, criando um clima de crispação e até de confronto, tudo e o seu contrário
para a alegada cooperação e muito menos estratégica. Mediação presidencial é o
que se teria pedido, evitando o extremar de posições, atirando Portugal para o
terreno da insegurança, da xenofobia, do preconceito e do racismo. Foi preciso
chegar ao poder um governo da AD de iniciativa presidencial, para que Portugal
viva situações ostensivas de perseguição rácica com atuações policiais
musculadas, respaldas nas palavras do primeiro-ministro, de ‘perceção’ de
insegurança no nosso país. Foi através deste discurso e destas ‘perceções’, que
assistimos nos últimos meses, a verdadeiras violações dos direitos humanos, e à
perseguição de cidadãos de outras origens que vivem e trabalham em Portugal, e
que são vítimas do racismo e do preconceito governamental, instalado. Também
aqui, o PR, claudicou. O silêncio é cúmplice.
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