O DESPEDIMENTO DAS LACTANTES DO BLOCO DE ESQUERDA (BE)
A "forma" como o BE
conduziu o processo "não foi a melhor" e … tem de
"aprender" com os erros, disse Mariana Mortágua. «Pior a emenda
que o soneto».
O simples facto de isso ter
acontecido, destrói por completo qualquer adesão a princípios e ou valores
defendidos pelo BE, nesta área. Como acreditar em ‘erros’ a este nível de
conceção e matriz política. Estes factos estão para além do erro. São mais
profundos. “A ignorância e o erro são a escusa inevitavelmente conexa às
violações do direito, que por este meio se consumam.” (Rui Barbosa)
O que aqui está em causa são
princípios de humanidade e de justiça. As mães lactantes, estão numa posição
mais vulnerável que as restantes mulheres, justamente, porque amamentam o ser
acabado de nascer. Nenhuma mulher é mãe antes de o ser. Não é por acaso que os
legisladores de países mais avançados, dedicam uma especial atenção e proteção
às mães de recém-nascidos, pois esta é uma fase crucial para a vida de ambos,
em especial para o bebé. Perturbar a mãe, nesta fase, de uma forma tão brutal
como a denunciada, é de uma crueldade, sem explicação. Aliás, as entidades
patronais que se comportam como o BE fez, ao que parece, sem o parecer prévio
da entidade competente na área da igualdade de oportunidades entre homens e
mulheres (CITE), deveriam ficar sujeitas às sanções previstas na Lei n.º
133/2015, de 07 de Setembro. Não encontro explicação para lacuna tão grave na atitude
da direção do BE, a não ser uma demonstração inequívoca de inconsistência ideológica,
retórica vazia e preconceitos enraizados.
A esquerda destaca-se pela defesa
dos direitos dos trabalhadores, o bem-estar coletivo e a igualdade entre os
indivíduos. Este exemplo dado pelo BE é tudo e o seu contrário destes
princípios e valores.
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