Entre outras coisas, será um espaço de crítica actual de factos (ou fatos) e acontecimentos que ocorrem e sucedem no nosso país e que potenciam o nosso crescente "direito à indignação". Será também, um espaço de opinião livre, mas responsável, sobre temas diversos. Sevla
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
inter alia: O «brexit» Angolano a Portugal?
inter alia: O «brexit» Angolano a Portugal?: O «brexit» Angolano a Portugal? Ontem, dia 26 de Setembro, tomou posse o novo Presidente de Angola. Diz a imprensa, que no seu discurso de ...
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
Santana lança-se ao Rio...!
Por mais avisados que estejam, a tentação para o suicídio,
neste caso político, é enorme. É o poder, ainda que podre, é o poder. Esta
gente, experimentou, gostou e agora é muito difícil convencê-los de que o
“tempo passou”. Nada acrescentaram, sejamos francos, no tempo em que
episodicamente, estiveram no poder. Até foi caricato... mas que importa isso,
se os mesmos não pensam assim? Eles querem, e têm alguns seguidores, estes mais
preocupados na manutenção dos seus interesses pessoais e de grupo e muito menos
interessados nos outros, que somos todos nós que nada temos a ver com eles.
Aliás, dentro deles, há quem queira terrenos mais firmes, com mais Relvas.
Afinal estes, são o símbolo maior da total degradação do partido a que
pertencem e como abutres que são desejam a putefração.
Só que Santana surf noutra onda. Ele não é menino de Rio e
muito menos de Relvas sintéticas. Ele tem o estatuto de menino de Sá Carneiro,
ou seja, gente do PPD. Lembram-se? É isso! Rapaziada que após o 25 de Abril d
1974, e na sequência da ala liberal, Marcelista, e em contraposição com o PS de
Soares, pretende impor um partido de feição liberal com laivos
social-democrata. Aliás, é aqui que, desde a sua fundação, se instalou o
equívoco. A “mixórdia” no PSD/PPD tem muito de ante-25Abril e muito pouco de
pós-25Abril. É curioso, por exemplo, ver os mais novos do PPD/PSD que são
vazios de ideologia e herdeiros do situacionismo obscurantista e beneficiários
dos subsídios partidários que passam de geração em geração e mantém o “status o
quo” no âmbito de defunto centrão. Santana, Rio, Montenegro, Rangel, Relvas e
outros, são a face imperfeita de um PSD que tarda em ser útil ao país. Temos de
admitir que quando as pessoas do PSD/PPD desistem, se lancem ao Rio...!
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
O «brexit» Angolano a Portugal?
O «brexit» Angolano a Portugal?Ontem, dia 26 de Setembro, tomou
posse o novo Presidente de Angola. Diz a imprensa, que no seu discurso de posse,
o novo Presidente excluiu Portugal da lista de principais parceiros. Indo ao
pormenor, verifica-se que o Chefe de Estado Angolano, sublinhou: "Angola dará primazia a importantes
parceiros, tais como os EUA, República Popular da China, a Federação Russa, a
República Federativa do Brasil, a índia, o Japão, a Alemanha, a Espanha, a
Franca, a Itália, o Reino Unido, a Coreia do Sul e outros parceiros não menos
importantes, desde que respeitem a nossa soberania".
Há quem entenda neste discurso,
um recado a Portugal. Será?
Encontram-se em Angola cerca de
150.000 portugueses, nas mais diversas situações. Por outro lado, mais de 5.500
empresas portuguesas exportam para Angola e mais de metade delas tem aquele
mercado africano como destino exclusivo das suas exportações.
A crise angolana, que começa em
2014, com a queda a pique dos preços do petróleo, que responde por cerca de 40%
do PIB angolano, deixou os bancos do país sem divisas para dar aos clientes e
as empresas foram deixando de ter como pagar a trabalhadores e fornecedores.
É neste cenário que as empresas
portuguesas começam a suspender o investimento no país (pelo menos para já) e a
virar-se para novos mercados. Depois da crise, a Europa volta a ser opção para
os empresários, mas é na América e no Médio Oriente que estão as próximas
oportunidades, acreditam os empresários.
Se Portugal investe cada vez
menos em Angola, os angolanos reforçam o poder por cá. Da banca às telecomunicações,
o capital angolano assume posições de relevo nalgumas das maiores empresas
portuguesas.
As estatísticas oficiais de 2016
mostram que havia pouco mais de 20.000 residentes angolanos a viver legalmente
em Portugal. No entanto, este número é provavelmente uma subestimação do
verdadeiro tamanho da comunidade, já que não conta os imigrantes ilegais e as
pessoas de origem angolana que possuem a cidadania portuguesa.
Feita esta resenha, e acautelados
que estejam os interesses dos portugueses residentes em Angola, que se sabe
estarem a viver um período difícil por escassez de dinheiro que inevitavelmente
gere insegurança e prevenidos que parecem estar os empresários portugueses que
já desviaram os seus investimentos para territórios mais estáveis, apenas (?)
aguardando o pagamento dos seus créditos, que há muito se encontram vencidos e
não pagos, resta reposicionarmo-nos relativamente a Angola, colocando este país
em paridade com os países da CPLP, onde os interesses de Portugal devem ser
desenvolvidos e aumentados.
Por outro lado, Portugal tem de
deixar de ser a “lavandaria” para as
figuras da elite de Angola que nos últimos dez anos canalizarem as fortunas que
foram acumulando durante o regime do presidente José Eduardo dos Santos.
Aliás a “permissividade”
portuguesa, foi objeto de um extenso artigo do “The New York Times”, onde
aquele jornal refere: “Angola é
frequentemente referenciada como uma das nações mais corruptas do mundo”. “E
Portugal foi destacado pela sua permissividade no combate ao branqueamento de
capitais e à corrupção, particularmente em relação aos angolanos, de acordo com
a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).”
Serve de exemplo para este jornal
o caso de Isabel dos Santos, a filha mais velha de José Eduardo dos Santos “que se tornou uma das figuras mais poderosas
de Portugal, ao comprar posições importantes na banca, nos media e no sector da
energia”.
Tanta permissividade dos
Portugueses no combate ao branqueamento de capitais e à corrupção,
particularmente em relação aos angolanos, teve como consequência óbvia haver um
número significativo de personalidades angolanas que estão a contas com a
justiça portuguesa, alguns delas indiciados por corrupção ativa no nosso país (corrupção
de um procurador da República, por exemplo).
É esta soberania que Portugal faz
vencer no concerto das nações e que Angola não pretende aceitar. Para Angola,
indiciar ou acusar personalidades angolanas por atividades criminosas ativas em
Portugal é sinónimo de violação da soberania angolana.
Curioso é que nos Estados Unidos
da América (Washington - julho de 2017), acaba
de ser revelada a existência de uma rede de tráfico de influências e corrupção
envolvendo reuniões em Angola e Portugal com influentes personalidades
angolanas e de uma companhia americana.
Porém, o novo presidente de
Angola, dá “primazia a importantes
parceiros, tais como os EUA, ….”
Dá para perceber?
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
Aung San Suu Kyi. O “silêncio dos inocentes”
É totalmente inconcebível que uma
líder que suportou mais de 15 anos de prisão domiciliária, que sempre foi tida
como uma resistente ativista dos direitos humanos, prémio nobel da paz em 1991,
pelo reconhecimento da “sua luta não-violenta pela democracia e pelos direitos
humanos", hoje conselheira de Estado e tida como a verdadeira líder de
Myanmar, se mostre silenciosamente incapaz de impedir a violência estatal e
militar que se abateu contra a minoria muçulmana Rohingya e a acusação
reiterada de verdadeiros crimes contra a humanidade e suspeição de genocídio no
estado de Rakhine, no norte de Myanmar (antiga Birmânia) e depois de quase 150
mil membros da etnia terem fugido para o Bangladesh nas últimas duas semanas.
A resposta de Aung San Suu Kyi, a
este verdadeiro crime estatal e militar, vem publicada na sua página do
Facebook, em que culpou "terroristas"
por "um enorme iceberg de
desinformação", colocando-se ao nível dos ditadores mais cruéis da
história.
Se o poder lhe causou esta
transformação, não é mais digna do prémio nobel que lhe foi atribuído.
Por isso, deve-lhe ser retirado.
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
Noticias das trincheiras
Desde que se instalou a “revolução
socialista” em Portugal há quase dois anos, as dificuldades em obter notícias
do país têm sido imensas, e aqueles que arriscam «bisbilhotar» são sérios
candidatos ao ostracismo senão mesmo ao isolamento compulsivo. Muitos, aliás, dos
que foram “convidados” a sair do país no “regime anterior” à “revolução
socialistas”, tem manifestado o seu receio em regressar ao país, com medo de
represálias.
Quem me lê sabe do que falo, uma
vez que diariamente somos informados do que se passa na Coreia do Norte, país
onde também há grandes restrições à liberdade de expressão e dos direitos
civis, e onde se diz que o nível de censura deverá ser equivalente ao praticado
na “revolução socialista”, denunciado pelo líder da “república do Cavaquistão” grande
dissidente das democracias ocidentais e exilado no “território” da sua “república”.
Este dissidente, num gesto heroico, ousou arrastar-se até a retaguarda
da “revolução socialista” e, após galgar o parapeito da trincheira, divisou o chefe
da “revolução socialista” debruçado sobre mapas, e com um lápis em punho desenhava
o assalto ao poder.
Ficou incrédulo! Havia que “dar
noticias ao mundo”. Lento a pensar e menos rápido a decidir, ao fim de quase
dois anos decide, que é desta. E assim foi.
Aproveitando-se de um encontro “Madraçal”
com jovens da sua “república”, passou a relatar o seu assalto à trincheira da “revolução
socialista” e do que nela viu. E o que viu ou diz que viu, foi no seu alto
entendimento, um desastre!
Forte censura, pessoas sem pio, frutos Maduros, aumentos de impostos
indiretos que anestesiam as populações, medidas extraordinárias, cativações de
despesas correntes e com deterioração da qualidade dos serviços públicos” etc. etc.
Foi isto que o dissidente viu. E
porque deseja contribuir para derrubar a “revolução socialista”, pediu
diretamente aos jovens da sua “república”, “força
e coragem para combaterem o regresso da censura”, não especificando,
contudo, a que práticas se referia para invocar a existência de censura.
Por último, o dissidente, referiu-se às “fake news”, notícias falsas, dizendo que
elas não existem apenas “na América do senhor Trump”, mas também em Portugal.
Há quem se tenha lembrado, que não ele (algum “guarda da revolução”, certamente!), do "caso das escutas"
a Belém de agosto de 2009, quando o DN revelou que quem "encomendou"
a notícia foi Fernando Lima (da casa civil do dissidente), que depois deixou a assessoria da comunicação social e
passou para a Casa Civil da Presidência.
Foi a crónica possível de alguém que
arriscou o ‘pelo’, nesta “revolução socialista”!...
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
“Os cabos de esquadra da correção política”
Rui Ramos, historiador, escreve
hoje no jornal online “Observador”, um artigo intitulado “Que fazer perante o
politicamente correcto?”, que não e mais do que um texto vincadamente ideológico
e de subliminar reprovação da democracia enquanto sistema que permite discutir
as diferenças, sejam elas quais forem.
Houve um tempo, anterior a Abril,
em que o “politicamente correto” não estava ao alcance de qualquer cidadão.
Mesmo que o quisesse. As pessoas deveriam ser preferencialmente apolíticas (neutras)
ou quanto muito participar no “jogo viciado” do partido único/pensamento único ou
União Nacional. Aqui não havia o “perigo” de haver “compartimentos (…) racista[s],
imperialista[s], elitista[s], homofóbico[s], misógino[s] ou fascista[s],…”,
pela singela razão de que publicamente era proibido. Nesse tempo sim, havia os “cabos
de esquadra da correção política”, devidamente enquadrados em estruturas
hierarquizadas, que usavam instrumentos (que não a palavra), para a dita “correção
política”, instrumentos esses que, como se sabe, levaram à tortura e a casos de
morte, sobretudo, para os que não tinham “emenda”.
É claro que num período muito
recente, do governo Portugal à Frente (PÀF), criou-se um pouco a ideia que os
cidadãos portugueses deveriam evitar ter opiniões sobre as questões que lhe
diziam respeito uma vez que isso poderia “perturbar” os credores
internacionais, aqui liderados pela troica, que então “governava” o país,
assessorados por Pedro e Paulo. Nesse período, muitos foram os aspirantes a “cabos
de esquadra da correção politica”, que pretenderam impor a disciplina do “politicamente
correto” (a linguagem neutra), com o beneplácito de Belém, deixando de fazer
parte do léxico politico as questões ligadas às pessoas, sobrepondo-se as políticas
da “pobreza regeneradora”, então muito na moda na altura.
Ainda hoje, os resquícios desse
tempo se fazem sentir, e aí sim, “o
politicamente correcto [era] uma
batota, um jogo viciado, que as suas vítimas [estavam] condenadas a perder”, com se veio a verificar.
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
O ANÚNCIO
A Secretária de Estado da
Modernização Administrativa, Graça Fonseca, assumiu em entrevista ao DN, no
passado dia 22 de agosto, que era homossexual. Fê-lo, ao que diz, por
considerar ser "importante" fazê-lo como "afirmação
política". Neste sentido, fez bem. As pessoas que estão em lugares de
poder podem contribuir, pela positiva, na desmistificação deste assunto, quando
se percebe que esta não é uma questão de privacidade mas sim e sobretudo uma
questão de identidade. Como refere a autora “a partir do momento em que se percebe que há questões de identidade que
ainda hoje são fundamento de ações violentas e discriminação, quando se pensa
sobre o que fazer - vou abrir ligeiramente a porta porque pode ter um impacto
positivo ou não vou abrir porque não é comigo - há um equilíbrio difícil.”
Outros, igualmente em lugares de
poder, já o tinham feito.
A sexualidade deve ser concebida
como direito que decorre da própria condição humana, que tem como suporte a
liberdade do indivíduo de se expressar e se relacionar sexualmente da maneira
que quiser. O direito à igualdade não pode ser condicionado à orientação sexual
do individuo.
“Quem pede direito ao reconhecimento pede que a distribuição da identidade
social não seja hierarquizante em função do traço de identidade específico.
Pede que todas as identidades sejam tratadas jurídica e politicamente como
equivalentes. Trata-se de afirmar o direito a ser diferente, e a que essa
diferença se torne irrelevante. É uma combinação de universalismo moderno e
iluminista, com pluralismo: reivindicação simultânea de universalismo e
percepção social de queer theory. A dissolução das identidades sexuais, a
afirmação de toda sexualidade, é feita em nome do universal. Rouanet (2001, p.
89) lembra que o universalismo é crítico justamente porque impede que as formas
paroquiais de pensamento e julgamento pretendam uma universalidade que não
podem ter. Assim, diz ele, quem defende o universalismo " condena o
sexismo, não por se identificar com o estatuto feminino particularista, mas por
negar a validade de todos os estatutos particulares e por considerar que esses
estatutos são quase sempre criações imaginárias, destinadas a privar os
indivíduos empíricos das suas prerrogativas como titulares de direitos
universais" (José Reinaldo de Lima Lopes, Sur, Rev. int. direitos
humanos, vol.2 no.2 São Paulo 2005)
Numa altura em que assistimos às
mais violentas violações dos direitos humanos, seja através do racismo mais
abjeto à xenofobia mais dilacerante, à castração dos direitos das minorias à
repugnante política dos muros e ao escandaloso comércio dos refugiados, é muito
importante que as questões de identidade que convivem paredes meias com as
questões mais vastas da dignidade humana sejam permanentemente escrutinadas,
para benefício de uma sociedade mais plural, tolerante e esclarecida. Isto
porque o ser humano deve ser visto como um fim em si mesmo e não como meio para
a proteção dos interesses de outrem.
Por essa razão, a dignidade da
pessoa pode ser bem expressa pela fórmula kantiana: o valor de cada ser humano, que não pode ser trocado por nada, não pode
ser comprado por nada e não pode ser instrumento de nada. Nenhum ser humano
pode ser usado por outro ou pela colectividade e não pode ser usado nem mesmo
como um exemplo, como um bode expiatório.
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