AS ESCUTAS
“Boas e quentinhas”,
São o regalo do povo
Disseminadas por campanguinhas
As escutas são ‘vinho novo’
As escutas são uma perdição
Que virou tradição
Em qualquer investigação
Dos mais que tudo da Nação
As escutas e a sua divulgação
Não são crime, nem de corrupção
Embora se saiba que untar a mão
É um hábito nesta função
Quem escuta ganha pouco
E quem manda escutar também
Por isso só um louco
Desprezava a vantagem que tem
Nisto tudo, quem sai a perder
É o segredo de justiça
Que nada tem a ver
Com os salários de ‘cortiça’
Alguma comunicação social
Que age pela mesma diapasão
Unta de uma forma especial
Em cerimónia do lava-mão
Os demais agentes da justiça
Usam a divulgação como um troféu
Na ostentação movediça
Do lamaçal dos ‘guinéus’
Os restantes órgãos de poder
Com o pudor das falsas virgens
Vão deixando que continue a acontecer
Estas escutas em vertigens
A separação de poderes
Amante das escutas
São a fonte de prazeres
Destes profissionais das “grutas”
Seja pelo telefone
Ou pelo buraco das fechaduras
Todos dão ao trombone
A troco de umas ‘gorduras’
Povo este tão brando e sereno
Que demora tempo a acordar
Falta-lhe arte e engenho
Para pôr esta gente a surfar
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