A INVOCAÇÃO QUE VIROU INDÍCIO
A justiça portuguesa, pelas mãos
do Ministério Público, criou uma nova figura jurídica que é a “invocação”
como indício bastante para abertura de um inquérito ao Primeiro-ministro de
Portugal. As consequências de tal, em primeira linha, são uma ninharia, como se
percebe. Portugal, está coberto de vergonha. Nada que incomode os “criadores” e
os seus seguidores.
No dia 03 de novembro de 2023, o
Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, em entrevista, afirmou taxativamente
que “… o fenómeno da corrupção que está instalada em Portugal […] tem uma
expressão muito forte na administração pública. Isto não é uma simples percepção, é uma certeza". Esta denuncia tão forte e com cariz político
acentuado, leva-o a concluir que "A justiça não é uma prioridade para o
poder político. (...) Não vejo que haja por parte dos responsáveis políticos a
vontade de alterar alguma coisa". Nem oito dias tinham passado, e
rebentava o escândalo do lítio/hidrogénio, que leva a queda e demissão do
governo de António Costa e à constituição de uma dúzia de arguidos, todos eles
da área da governação. Sabe-se, agora, que a invocação do nome do
Primeiro-Ministro, surgidas em escutas efetuadas a suspeitos, foram validadas
por dois juízes do STJ, certamente com a aquiescência, como seria normal, do
presidente daquele Tribunal. Então, é de admitir que a entrevista de 03 de
novembro, do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, é motivada. Realmente,
do “nada”, sair uma entrevista sobre a corrupção na administração
pública e a falta de vontade poder político para a combater, era uma chamada de
atenção para o que aí vinha. Tudo é pensado, nada é por acaso.
Agora percebo, e só agora, porque
que é que se diz que mais de 80% dos portugueses são católicos. É que, sem dúvida,
mais de 80% dos portugueses invoca o nome de Deus, indício bastante (para
os procuradores), do seu catolicismo. Sorte a nossa, que já não há a Inquisição,
pelo menos, nos moldes em que foi criada no séc. XVI. Virá algo de novo?
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