A ‘INFLUENCER’ DO LÍTIO
Sem
se conhecer a fundamentação da indiciação, da chamada “Operação Influencer”,
muito se tem especulado, circulando mesmo nos corredores um excerto da seguinte
versão: na exposição dos motivos, pode ler-se: «o lítio é concentrado por
cristalização fracionária magmática e fusão parcial, o que resulta em
concentrações mais elevadas em algumas pegmatites e granitos portadores de
muscovita. Durante a exposição aos agentes atmosféricos da rocha, o lítio
altamente solúvel é levado em solução e transportado com água. Locais onde a
água é retida no interior sob condições áridas concentram o lítio em salmouras
residuais. Estes mecanismos de concentração formaram os dois tipos de
depósitos: pegmatites e salmouras de lítio continental em bacias fechadas, que
são a fonte da maioria do lítio minerado. Outras fontes de recursos de lítio
viáveis incluem salmouras geotérmicas, salmouras de campos petrolíferos e
minerais de argila, como hectorita e jadarita. O lítio também é frequentemente
produzido como subproduto de operações de potassa. Esta
gama diversificada de tipos de recursos requer uma gama de métodos analíticos
para medição de lítio.
Deste
pequeno excerto resulta, desde logo, para os procuradores, a influência de
moscovo, através da “muscovita”, em todo este investimento suspeito, com
contornos obscuros nas relações estabelecidas. Já havia suspeitas, estas sim
fundadas, que algumas pegmatites, se teriam infiltrado nas negociações tendo o responsável
das infraestruturas, mostrado o seu desagrado, pelo melhor amigo do
primeiro-ministro não o ter previamente informado. Apesar das minuciosas
investigações dos procuradores, não foi possível apurar, ainda, se as salmouras
residuais eram de lítio ou da salga do bacalhau. Seja como for, para os procuradores,
e no decurso das investigações surgiu o conhecimento da invocação por suspeitos
do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para
desbloquear procedimentos. Esta invocação do nome do primeiro-ministro, que
virou, indício, dizem os analistas, dever-se-á ao aparecimento de salmouras
geotérmicas e minerais de argila, com hectorita e jadarita, o que terá
despertado a curiosidade dos investigadores. Porém, o que terá determinado os
investigadores, à detenção de 5 (cinco) suspeitos, durante mais de cinco dias,
foi o terem tido conhecimento da gama diversificada de tipos de recursos que o
lítio requer e que só através de um tráfico de influências muito forte seria
possível produzir subprodutos de operações de potassa. Aliás, em uma das
escutas é percetível ouvir um arguido a dizer ao outro: o nosso primeiro já
sabe da potassa e vai dar um jeito.
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Já em direção à sala das liberdades, diz um procurador (o mais perspicaz), para
o outro: ouve lá, o que é que isto tem a ver com data center de Sines? O quê?
Esquece!...
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