Li algures por aqui que uma revista alemã especializada no assunto, considera que o turismo de massas está a estragar as grandes cidades, com por exemplo a cidade do Porto. Esta é a consequência, inevitável, da abertura do país aos outros. E os outros são todos aqueles que vêm do mundo, para descobrir e/ou estar em Portugal. Nós, de uma maneira geral, recebemos bem e temos muito para oferecer sem grandes contrapartidas. As nossas grandes cidades, agem para o turismo de massas. Os nossos antepassados deixaram obra no país que, com grande sorte, diga-se, tem resistido à voragem dos tempos. No presente, os liberais das grandes cidades, oferecem os standards europeus, em feroz competição e a preços do “salário mínimo”. É verdade que alguns turistas se queixam dos preços e de alguma falta de qualidade dos serviços. Também isto é o preço a pagar por quem nos visita. Há muito tempo que Portugal é uma atração, mas os nossos representantes insistem em não perceber que se as cidades, vilas e aldeias do nosso país não tem qualidade de vida para os próprios habitantes que lá vivem diariamente e por isso, e só por isso, não apelam a qualquer tipo de turismo qualitativo. A massificação embora ligada a outras vertentes que não só as do turismo, sofre, neste caso, a explosão de visitantes efémeros e descontraídos, pouco dados à contemplação e conservação antes mantendo um status de utilizadores (consumidores) compulsivos. E as nossas grandes cidades, como Lisboa e Porto, preparam-se todos os anos para isso. Fornecer elementos quantitativos de turismo, sem cuidar previamente, das infraestruturas mínimas, para esse fim. O exemplo das trotinetes e afins é paradigmático. Fossem os operadores obrigados a penalizar quem deixa a trotinete em qualquer lugar, que não o lugar próprio, para elas, e a história seria outra. A verdade é que a gestão da cidade também não tem infraestruturas para acomodar as trotinetes, nem fiscalização municipal para esse fim (e outros). Neste caos, que convida ao laxismo, por mais organizados e civicamente informados que sejam os cidadãos que nos visitam, a coisa não dá. Ainda há dias, rebentou uma polémica, no Porto e mais tarde em Lisboa, sobre os desacatos na noite, do fecho das esquadras e da falta de policias, que deu origem aos célebres postos móveis (unidades móveis de atendimento da PSP), que me trouxe à memória uma das vezes em que estive em Amesterdão, num sábado à noite, e as ruas principais tinham a presença policial bem visível quer de bicicleta, moto e carro, numa postura totalmente dissuasora para a autêntica avalanche de pessoas que vinham de todos os lados, para os diversos pontos de lazer e prazer.
As nossas cidades de Lisboa e Porto, oferecem o Bairro Alto, o Cais do Sodré e a Ribeira, como atrativos máximos da noite. A Ribeira, é um espaço muito agradável com ótimas condições para o turismo de massas. Mas o Bairro Alto e o Cais do Sodré? Haja Deus! Este turismo devia ser desviado para as docas.
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