Acontece aos melhores!
Marcelo foi interpelado por uma
cidadรฃ, em plena feira do livro do Porto, com alguma contundรชncia, mas sem
agressividade. A senhora, ร viva forรงa, queria saber quem manda no paรญs, se
Marcelo se o governo. Tambรฉm queria saber, porque รฉ que o governo manda
dinheiro para a Tap e para os hotรฉis e para as micro e pequenas empresas nada.
A senhora insistia, mas porquรช, senhor presidente. Marcelo, que hรก muito queria
falar, mas a cidadรฃ nรฃo fazia intervalo.
Entretanto, lรก conseguiu dizer: “Eu
dou-lhe a resposta. Porque o povo votou neste governo. Diga aos portugueses
para votar noutros partidos”. “O Senhor Presidente consegue viver com € 588,00,
responda-me? Ou quando entramos em pandemia, com € 300,00 consegue? Quer trocar,
eu vou para a sua casa e o senhor vem para minha, quer?
Este diรกlogo (monรณlogo), aqui resumido, que a
cidadรฃ fez questรฃo de gravar e difundir foi, talvez, a primeira vez que eu vi
Marcelo Rebelo de Sousa, com falta de resposta atempada. Marcelo, pura e
simplesmente entupiu. De quando em vez sรณ lhe vinha ร mente o seguinte: “Diga aos
portugueses para votarem noutros partidos”, “Diga ao povo para votar de forma
diferentes nas eleiรงรตes”. E foi assim, o monรณlogo. Marcelo nรฃo tinha resposta
embora duvide que a cidadรฃ o quisesse ouvir. Seja como for, Marcelo deu um ar
de derrotado. Sem respostas convictas e democrรกticas. Nada. Sรณ silรชncio e
algumas tentativas de fuga para a frente. Foi penoso de ver. Mas de quem รฉ a
culpa? De Marcelo, obviamente. Marcelo, nunca foi muito convincente em matรฉria
de separaรงรฃo de poderes, sobretudo com o governo. Costa, com habilidade
polรญtica que o caracteriza, deixou desde o inรญcio que tal acontecesse.
Servia-lhe o objetivo da repartiรงรฃo de responsabilidades. Nรฃo havia cรก “forรงas
de bloqueio”, como outros reagiram. Aqui, nestes tempos, a estratรฉgia era
outra. Marcelo que se pรฉla pelo palco, escorregou, como era esperado. Tudo
corria ร s mil maravilhas mesmo em tempo de pandemia. Porรฉm, como diz o poeta “Hรก
sempre alguรฉm que nos faz pensar um pouco” e Marcelo, desprevenido que estava,
nรฃo teve tempo de “pensar um pouco”. Foi
deprimente, confesso !
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