“Quero apenas reafirmar que o país precisa muito de um espírito de união
e de união entre todos os portugueses e de uma união nacional”,
salientou Passos Coelho
quando questionado pelos jornalistas, em Alijó, em 28-07-2013, sobre
as reacções dos partidos da oposição ao seu apelo.
Indiferente aos comentários, que
classificam o seu apelo como “barbaridade”, interrogando-se
se Passos Coelho é "inculto"
ou se o partido único do Estado Novo é a sua "única referência política", este insiste que “Se nós não conseguirmos mostrar esse
espírito de união entre as diversas forças políticas, entre os portugueses,
porque haveriam aqueles que olham de fora para Portugal [ter] mais confiança e
esperança do que nós próprios?”, questionou ainda.
Definitivamente rendido aos
benefícios de uma “União Nacional”, depois de ter ficado órfão do ideólogo do
programa da troika, Passos Coelho lança as «sementes» que o Presidente da
República colheu, do extinto «compromisso de salvação nacional». Esta parceria
frutuosa entre estas duas instituições, a que se deve somar o CDS, são a base
para a criação do pensamento único, através de um grande partido único, já que parece
não admitir qualquer forma de entendimento com a oposição. A sua criação terá o
intuito de fazer a transição entre o programa da troika e o que virá a ser a
pós-troika.
Parece oportuno lançar a ficha de
inscrição, para que os portugueses que se sintam «chamados», possam aderir de
alma e coração!...
Uma dificuldade, porém, parece
irresolúvel na actual situação dos portugueses e de Portugal, para a
fortificação da dita “União Nacional”, para além, claro está do regime
democrático em que vivemos (e queremos viver) há quase 40 anos.
Esta prende-se, a nosso ver, com
a criação da “Mocidade Portuguesa”, organização de carácter milicial dirigida às camadas mais jovens da população.
A menos que as juventudes partidárias desse grande bloco governamental se fundam
e assim reavivam o espírito e o corpo dessa organização, não vemos como é que a
«mocidade» de hoje, com cerca de 40% de desempregados, na sua faixa etária, se
sinta motivada para participar nesta “união nacional” de Passos Coelho, cujos
pais foram igualmente excluídos do trabalho em quase um milhão de empregos, por
políticas exclusivas deste mentor.
Uma coisa é certa, naquele tempo
«faziam-se» milagres…e derrubavam-se regimes.
Mas os tempos são outros, Passos!...
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