Na sua carta de renúncia do passado dia 02 de Julho, Portas afirmava que tinha apresentado o pedido de demissão, “que era irrevogável, em obediência à sua consciência e mais não podia fazer.” Portas considerava que a saída de Vítor Gaspar abria caminho a uma alteração de política, que o primeiro ministro ignorou, acusando-o de não pactuar a nomeação da nova titular de Finanças, Maria Luís Albuquerque, pelo que “ficar no Governo seria um acto de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível.”
Porém, poucos dias tinham passado, e já Paulo Portas se desdizia e aceitava ser Vice-primeiro-ministro, com as funções acrescidas de "coordenação económica, com destaque para questões que têm que ver com o investimento estrangeiro em Portugal”, "um papel de articulação com a troika", papel que actualmente era ocupado por Carlos Moedas o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, fazendo assim "um acompanhamento de todo este processo" e, ainda segundo Passos Coelho, Paulo Portas "terá ainda de acompanhar as orientações para a reforma do Estado".
Perante este quadro político invejável que os representantes do «protectorado» ofereciam a Portas este considerou preferível pagar "um preço em termos de reputação" por mudar de postura em vez de deixar de fazer tudo o que for possível por "um futuro melhor" para o país.
E é assim que, com estas belas palavras e a subida ascensional no novo governo, Paulo Portas manda às «malvinas» a ética do carácter (a honra) e com isso julga salvar «o convento».
Não será difícil adivinhar o quanto está enganado, apesar da áurea ascensional o ter definitivamente «cegado» e a todos os que o rodeiam, sejam eles cúmplices ou vitimas, que mais cedo do que esperam serão chamados à razão.
Nessa altura, tal como no passado já sucedeu em tantas situações, Portas e esta maioria governamental vão perceber que as pessoas não esquecem que a falta de carácter tem um custo democrático muito severo e de que nada serviu ostentar a «estrela de David» (subserviência aos credores) perante os ditos «protectores» (mercados/credores), uma vez que, a final, serão todos «queimados», nas urnas … das eleições!...
Como sempre, será a sabedoria do povo português que se encarregará de o demonstrar.
Não esperem pela demora!...
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