Marcelo Rebelo de Sousa, pretendeu participar nos destinos da liderança do PSD, não só pelo aparecimento de um Delfim como, e sobretudo, porque não morre de amores por Rui Rio. Vai daí, de uma forma descabelado e pouco condicente com a sua posição de Presidente da República, fura todas as regras de distanciamento partidário e recebe Rangel em Belém e promove encapotadamente a sua candidatura à liderança do PSD. Como comandante supremo das forças armadas, saiu-lhe o “tiro pela culatra”.
Rangel, mais uma vez, perdeu para
Rio.
Para quem como eu, não tem
qualquer interesse pelo resultado das eleições no PSD, não deixa de me espantar
(politicamente) os erros praticados pelo PR, na esteira, aliás, de meia dúzia
de jornalistas “programados”, que se dedicam às políticas do “bota-abaixo”, com
refúgio privilegiado no jornal Expresso. Balsemão, nos tempos Idos de
primeiro-ministro queixava-se e muito das campanhas orquestradas pelos
jornalistas do Expresso contra ele, com particular destaque, para o então
colaborador Marcelo Rebelo de Sousa. Há um rol de jornalistas que são desta
escola “marcelista”. Criação de factos políticos, comentário político baseados
nos factos criados, distorção da realidade e stress permanente na atividade
política. Todos se regurgitaram com o aparecimento de Rangel. Personagem
sinistra, viscosa, maledicente e estruturalmente desonesta. Todos os
ingredientes necessários para uma política do” bota-abaixo” no último mandato
do PR, também ele livre para as diatribes político partidárias. Marcelo, porém,
perdeu. Diria que, felizmente, que perdeu. É extraordinário que esta ala
“passista” do PSD que não nutre qualquer respeito ou consideração por Marcelo
Rebelo de Sousa é aquela que Marcelo elege para combater o seu inimigo de
estimação Rui Rio. Hoje, era ver e ouvir o embaraço de Marcelo ao comentar (não
comentando) os resultados eleitorais no PSD. E a insistência dos jornalistas
para que o presidente comentasse o desaire do seu candidato, chegou a ser
penoso de ver tamanha era desilusão daquele que apostou todas as fichas no
“cavalo errado”. Rui Rio, como disse, não gosta de ser “picado”. Não se dirigia
a Rangel, como é óbvio. Dirigia-se a Marcelo. A tudo isto assistiu, certamente,
com indisfarçável gozo, António Costa. Este que vem de uma escola política mais
apurada, deixou que o presidente se afundasse guardando as “boias” para outros
combates. Agora que tudo voltou ao normal, há que arregaçar as mangas
para os desafios que o país tem pela frente, nunca descurando a vigilância
permanente sobre o regime democrática que sofre ataques sistemáticos mesmo
daqueles que nele participam diariamente.