Entre outras coisas, será um espaço de crítica actual de factos (ou fatos) e acontecimentos que ocorrem e sucedem no nosso país e que potenciam o nosso crescente "direito à indignação". Será também, um espaço de opinião livre, mas responsável, sobre temas diversos. Sevla
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
𝐍𝐨𝐯𝐚 𝐨𝐧𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐯𝐢𝐝-𝟏𝟗 𝐞 𝐨 𝐞𝐱𝐞𝐦𝐩𝐥𝐨 𝐝𝐨 𝐈𝐊𝐄𝐀
quinta-feira, 20 de agosto de 2020
"𝙰 𝙿𝚘𝚋𝚛𝚎𝚣𝚊 𝚁𝚎𝚐𝚎𝚗𝚎𝚛𝚊𝚍𝚘𝚛𝚊” – “𝚁𝚎𝚚𝚞𝚒𝚎𝚖 𝚏𝚘𝚛 𝚊 𝙳𝚛𝚎𝚊𝚖”
O “Conselho Europeu afirma que o ordenado mínimo dos portugueses não garante um estilo de vida digno!”. (19-08-2020)
O relatório do Comité Europeu
dos Direitos Sociais, do Conselho Europeu, revelou várias violações que o
Estado Português faz à Carta Europeia dos Direitos Sociais a nível do trabalho:
o ordenado mínimo não assegura um nível de vida decente, o trabalho nos dias
feriados não é remunerado adequadamente, o trabalho perigoso não tem as medidas
compensatórias adequadas, a desigualdade salarial entre homens e mulheres
agravou-se e o direito a organizar-se está dificultado.
Este é um dos relatórios internacionais
a que se deve prestar grande atenção, uma vez que retrata a falência das
políticas europeias em matéria dos direitos sociais e de emprego, e a
consequente incapacidade de alguns Estados-membros, como Portugal, de optar por
políticas ambiciosas de crescimento, que retirem os portuguesas desta “miséria
franciscana”.
As desigualdades são manifestas,
a pobreza corrói uma parte significativa da população infantil e idosa, a fome
ainda está presente nesta camada da população, a crise pandémica agravou as
precárias fontes de rendimento de milhares e milhares de trabalhadores, que com
os seus magros salários já vinham “doentes” da crise do “subprime” de 2008.
Nesta crise de 2008, a governação portuguesa com o beneplácito da União
Europeia, aplicou à sociedade portuguesa, um programa que ficou conhecido por “pobreza
regeneradora”, ou seja, o Estado demitiu-se de todas as suas funções sociais,
reduziu os orçamentos públicos em todas as áreas da governação, deixou cada
português entregue a si mesmo, sem dinheiro e sem apoios, e governou apenas
para a dívida e para os grandes credores internacionais, que não viram beliscado
o valor que reclamavam, ainda que este (ou parte dele) tivesse uma proveniência
duvidosa. O mesmo não aconteceu aos nossos reformados e pensionistas e aos
trabalhadores em geral. Esses viram “sem apela nem agravo”, reduzidos os seus
precários recursos. “Forte com os fracos, fraco com os fortes”, foi esta a divisa
e o lema do governo anterior.
Romper este ciclo vicioso tem
sido o mais difícil, agora agravado pela pandemia do Covid-19.
Mas esta crise pandémica obrigou
o Estado a reassumir as suas funções essenciais e a mostrar as indignidades da
economia de casino que nos foi governando até então, através deste capitalismo
financeiro, com desperdício de dinheiros públicos para atividades formalmente
legais, mas rechiadas de ilegalidades, com desvios de fundos, remunerações
obscenas, práticas de gestão condenáveis, corrupção endémica, fraude fiscal,
branqueamento de capitais, enfim, um sem número de praticas do foro civil e
criminal, verdadeiramente impunes e ostensivamente atiradas à cara de cada um
de nós que assistiu e assiste com impotência a estes comportamentos próprios de
organizações mafiosas, ao serviço da coisa pública ou com dinheiros públicos.
Este, porém, poderia ser um momento
para definitivamente se vencerem as desigualdades no país e o Estado reassumir o
seu papel de Estado Social forte, com instituições fortes capazes de romper o
atraso estrutural em que nos encontramos. Precisamos de uma economia mais justa
e capaz de responder aos desafios do tempo atual, à recuperação da capacidade
dos serviços públicos, nomeadamente, do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e o
combate à precariedade no emprego como prioridades para a recuperação económica
de Portugal.
O que esta crise pandémica nos
tem ensinado é que se não fosse o Estado e as suas instituições, o flagelo e a
tragédia de saúde pública no nosso país seriam avassaladores.
Todos, sem exceção, se abrigaram debaixo
da “umbrela” do Estado, e os poucos que “fugiram”, só o fizeram depois de assegurada
a contribuição do Estado.
A solidariedade mais uma vez foi
assimétrica.
Num artigo publicado já em 2009,
Joseph Stiglitz sustentava que “este sucedâneo de capitalismo, no qual se
socializam as perdas e privatizam os lucros, está condenado ao fracasso”. Seria
bom que assim fosse, mas os exemplos tardam a chegar. Veja-se o comportamento
da própria União Europeia, perante esta crise pandémica. Um desastre!
sexta-feira, 14 de agosto de 2020
𝑨 𝒅𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒂 𝒆 𝒆𝒙𝒕𝒓𝒆𝒎𝒂-𝒅𝒊𝒓𝒆𝒊𝒕𝒂 𝒑𝒐𝒓𝒕𝒖𝒈𝒖𝒆𝒔𝒂 é, 𝒅𝒆𝒇𝒊𝒏𝒊𝒕𝒊𝒗𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆, 𝒓𝒂𝒔𝒄𝒂 𝒆 𝒃𝒆𝒂𝒕𝒂!
Há poucos dias o jornal “O Público”, trazia na sua primeira página uma declaração do presidente da região autónoma da Madeira, verdadeiramente deplorável. Não a vou reproduzir, pois não acrescenta nada de novo a não ser a demonstração inequívoca da precariedade da maioria dos políticos da direita portuguesa. É confrangedor, francamente. Como é possível que os nossos critérios de exigência democrática, não estejam ao nível daqueles que lutaram por ter um Portugal livre, democrático e verdadeiramente culto. Quarenta e seis anos depois do 25 de abril de 74 e nos pós crise do subprime e no meio da pandemia do Covid-19, Portugal e a sua direita e extrema direta é uma câmara de horrores de baixíssima qualidade. Os seus protagonistas são coristas e compères da pior espécie que à boleia de um simpático e oportunista empresário de teatro leva à cena estas caricaturas, apenas para suporte do décor.
É deprimente que nos dias de hoje
com tantos e tantos problemas para resolver o país se veja cercado destes
trauliteiros pirotécnicos que nada acrescentam à resolução dos problemas apenas
alapando na desgraça das populações que “governam”. Esta gente é medíocre, e
por isso passa pelos “pingos da chuva”. Quando se derem por eles, ou são arguidos
ou são corruptos não encarcerados. Não
há meio termo nesta gente.
A reboque destas criaturas, que a
democracia tolera e aceita, como parte do xadrez político-partidário português,
vão germinando novos grupelhos de carater eminentemente protofascistas, que em
vez de atuar com a violência explícita, optam por praticar micro-violências não
assumidas. É disso exemplo o último episódio de um bando de marginais de
extrema-direita que atentou contra deputados e ativistas, através de e-mail e
de uma vigília junto à associação SOS Racismo, de máscaras brancas e tochas, em
atitude intimidatória e provocadora. Estes comportamentos criminosos beneficiam
da apatia das autoridades policiais e de alguns responsáveis políticos, que a
coberto do “politicamente correto”, vão alimentando estas ervas daninhas.
Vale a pena lembrar o que já em
1995, Humberto Eco, escrevia: “Contra o protofascismo, o nazismo, o racismo
e o terrorismo resta-nos mais que nos defendermos, rápida e eficazmente, desmascará-los,
desmantelar sua armação homicida e suicida, que pode aparecer em qualquer
momento e em qualquer parte do mundo. Nossa senha deve ser: "não esquecer,
resistir, denunciar e sobretudo apostar na VIDA, sempre!!!"
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Covid-19, mito ou realidade!
Covid-19, mito ou realidade!
Tudo se passou num ápice. De um momento para o outro, as
nossas vidas pararam. Estava um inimigo à solta que não se deixava ver. Fechámo-nos
em casa com medo e por ordem das autoridades de saúde. Lia-se e ouvia-se que o
mesmo se passava nos outros países. O mundo estava em medo. Houve alguns
países, cujos líderes, desmentiam o facto. Não há vírus, diziam. Isso é uma invenção
comunista. Assim fomos vivendo durante mais de cinco meses. Já no sexto mês
(agosto), ainda há quem duvide que vivemos em pandemia. Pelo menos em Portugal.
Todos os dias se reclama o retorno à “realidade”. Os jornais, as televisões, os
«opinion maker» e os outros, passam a vida a ‘acruzinar’ os nossos ouvidos com
análises parvas e sem sentido, dando mesmo a sensação de que a pandemia é um mito,
um “resfriadinho” como diz o mentecapto, de terras de Vera Cruz.
Apesar da desgraça que se abateu sobre todos nós,
despedaçando famílias e todo o tecido social, económico, financeiro e laboral,
é com forte apreensão que lemos os atentados que são cometidos por cidadãos e
empresas com forte intervenção estatal, que parecendo imunes à desgraça, vão calcorreando
o caminho da corrupção e do desvario, sem que as autoridades se mostrem capazes
de pôr termo a esses desmandos a coberto de uma suposta legalidade das ações e
como se não tivéssemos vivido em estado de exceção e ainda agora assim se viva.
É absurdo que a pandemia nos tenha retirado tantos direitos e
meia dúzia de escroques se tenham aproveitado desse facto para acentuar a nossa
desgraça, com operações escandalosas de enriquecimento sem causa.
Mandam-se alimentos para o lixo, numa altura em que os focos
de pobreza aumentam.
Dá-se apoios financeiros a empresas, designadamente, da
comunicação social, para negócios especulativos e de nulo interesse nacional.
Implementa-se o ‘lay off’ e algumas empresas desviam as
verbas recebidas da Segurança Social, destinadas, exclusivamente, ao pagamento
da respetiva retribuição dos trabalhadores durante os períodos de redução
temporária de horários de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho para outros fins como o pagamento de
serviços, de água, luz, etc.
Boa parte das Lojas, fábricas, hotéis, call centres, etc., têm
estado suspensas. Porém, as empresas tentam resistir à crise contornando a lei
laboral. Despedimentos, contratos não renovados, férias forçadas, lay off,
redução de horário e de salário são alguns truques usados. Assim se distorcem
as realidades no mundo laboral.
É caso para perguntar: O Covid-19 é mito ou realidade?