A pandemia do Covid-19
uniformizou o tempo e o modo. Desde o inico do ano, parece que o tempo parou no
“tempo”. Tanto faz que seja inverno, primavera ou agora verão, tudo é igual. Todos
sabemos que do frio passamos para o calor, mas não sabemos se este frio ou
calor se deve à mudança de estação climatérica ou a um aumento dos fenómenos
pandémicos que nos criam calafrios quando muito próximos de nós.
É arrasador este clima psicológico.
De um momento para o outro, todos nos tornamos frágeis ante o Covid-19. Não há
forma de reagir a esta pandemia. Se nos protegemos somos afetados, se desconfinamos
somos afetados. Afinal o vírus não tem preferência. Sejamos ativos ou passivos
o vírus apenas precisa que sejamos o elemento de transmissão, quer por ação
quer por omissão. Este é o exemplo típico, de que pouco importa o que fazemos
ou não fazemos. Chega estarmos vivos e aptos a transmitir. É claro que, como em
tudo, se tivermos comportamentos que contrariam a propagação ela é mais difícil.
Sem dúvidas. Porém, não é totalmente seguro.
O vírus não tem caráter. Atinge
quem se puser a jeito. Mesmo que involuntariamente. Vejam o que se passa nos
lares. É cobardia, convenhamos!...
Mas enfim, esta é a realidade com
que temos de conviver e não vale a pena reclamar!...
Claro que ninguém, mesmo os mais
acérrimos defensores da sua dissolução, discute as fragilidades do Serviço Nacional
de Saúde (SNS), ante esta pandemia. Muitos lutaram pelo desinvestimento do SNS
e até certo ponto conseguiram o seu objetivo e não tiveram até hoje a
retribuição devida pelo vírus. Até nisto o vírus é cego.
É muito curioso (talvez não?) que
nos inícios e picos da pandemia em Portugal, os hospitais privados fecharam a
sua atividade deixando o encargo da pandemia totalmente ao serviço do SNS. Afinal,
também na saúde, o objetivo dos privados é o lucro. O Covid-19, pela aparência,
não dava lucro. Então é atividade do Estado, como é óbvio …
Hoje, os poderes públicos, muito
centrados no drama da pandemia, deixam passar em claro os atentados e agressões
que foram desferidos pelos inimigos do serviço nacional de saúde (SNS), que se
passeiam diariamente pelos corredores da Assembleia da República ou de outros fóruns
da democracia portuguesa.
Todos esperavam um “milagre” do
vírus. Claro que milagres só em Fátima e em períodos precisos!
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