quarta-feira, 7 de agosto de 2024

 ‘ANDA TUDO AOS PAPEIS’

É um pouco confrangedor sentir que a solução de governo saída das últimas eleições legislativas, não trouxe nenhum ‘élan’ à política nacional, antes pelo contrário. Vazio de soluções, os novos governantes, limitam-se a não fazer ‘ondas’ para não perturbar o ‘marasmo’.  Todos pretendem ficar bem na fotografia, após um começo em falta, com algumas gafes que no rigor dos princípios mais não são do que o subconsciente político de alguns destes novos governantes. Isto, após mais de cem dias de governação. Este estado catatónico de imobilidade governativa, espelha bem a perturbação do primeiro-ministro que em frase repetitiva pede que o ‘deixem governar.’ Mal comparado, faz lembrar aquele que se assegurando que está bem agarrado, diz: “Larguem-me que eu mato-o”.

Há uma espécie de anestesia geral em que nem mesmo os ‘jornalistas do acessório’ são capazes de ‘encher pneus’. Quem ainda abana um pouco isto é o presidente Marcelo, com os seus casos, já estafados é certo, mas que continuam a fazer caminho na estreita vereda do partido de extrema-direita fascista com assento parlamentar. Claro que Marcelo não se pode queixar muito, pois está a colher o que semeou. E tudo saído da sua família política. Era o seu desejo e foi cumprido. Até o ‘nado-morto’ CDS, foi ressuscitado, para dar corpo a um desejo antigo de “uma maioria, um Governo e um Presidente”. É extraordinário como se consegue a ‘estabilidade política’ sem mexer uma palha. Ninguém quer falar, para não acordar o outro. Fazer, apenas o que está feito ou completar o que foi começado. Ideias, podem ter e muitas, mas ficamos por aí. Por outro lado, a oposição, deve abster-se de fazer política, sob pena ser acusada de ‘força de bloqueio’. Só a turma dos neofascistas e seus acólitos, está de ‘rédea solta’. É pavoroso ver estes energúmenos no palco da democracia, a presidir a comissões de inquérito e outras atividades de relevo na casa da democracia. É o resultado da judicialização da política, levada a cabo pelos ‘moços de esquadra’ do ministério público, com o alto patrocínio da ‘chefe’ da corporação.

O estado decrépito em que se encontra a política em Portugal mede-se pelo silêncio ‘assassino’, da notícia do passado dia 05 de agosto, de que ’Grávida com aborto espontâneo vê negada assistência no Hospital das Caldas da Rainha”. Noutras latitudes ou em governos anteriores, o responsável da saúde já tinha sido demitido ou pedido a demissão se o caráter e a responsabilidade política fossem valores intrínsecos ao ato de governar. Marta Temido e outros (poucos) já deram o exemplo. Mas há pessoas, que não vão lá pelo exemplo. Só á força e bruta.

 

 

 

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