Revoltante
Época de incêndios? Todos sabemos. Preocupações acrescidas?
Só alguns, assim o entendem. Outros? nem tanto, ainda que sejam governantes.
No passado dia 14 do mês corrente,
de manhã, deflagrou um incêndio no concelho da Ribeira Brava, na Madeira, e que
alastrou no dia seguinte ao município vizinho de Câmara de Lobos, continua a
lavrar com três frentes ativas: Serra de Água, Fajã das Galinhas e Curral das
Freiras. Nesse mesmo dia, à noite, houve a reentre do PSD no Pontal. Nem um
gesto de solidariedade. No dia seguinte, o Presidente do Governo Regional da
Madeira, recusa apoio do governo central, afirmando que os meios no terreno eram
suficientes. Entretanto, o incêndio descontrolou-se, e cerca de cem pessoas
tiveram de abandonar as suas casas. Ao início da manhã deste domingo, o
incêndio na Madeira continuava a não dar tréguas ao dispositivo de combate,
agora reforçado com cerca de 80 operacionais destacados a partir do continente.
Foi nesta altura que o Presidente do Governo Regional, entendeu por bem
interromper as suas férias na ilha de Porto Santo e deslocar-se para o funchal,
sede do governo regional, para acompanhar as operações. A situação continua
muito critica na Madeira, nada que fizesse o primeiro-ministro ou o Presidente
da República dar um gesto de responsabilidade política ainda que a situação
possa ser muito similar à de Pedrógão Grande, em 2017. Continuam no seu paraíso
algarvio de férias, como se nada se estivesse a passar. Mas, realmente, o que
mais impressiona e revolta é esta atitude de ‘soba’ do Presidente Regional da
Madeira, que decide do destino das populações com uma facilidade impressionante,
mesmo que dai resulta a colocação em perigo de dezenas delas. Todos os especialistas
criticam o atraso no pedido de ajuda e reforço de mais meios. Diria que não é
preciso ser especialista. Basta conhecer a Madeira e a sua orografia muito
complexa, para se perceber a dificuldade ao combate ao incendio. As responsabilidades
políticas dos órgãos da região bem como dos órgãos centrais exigem que perante
uma atitude política irresponsável de um governante a mesma possa ser corrigida
pelos restantes em prol das populações, vítimas dessa irresponsabilidade. O silêncio
das autoridades nacionais a mais esta tragédia, só pode querer dizer que
estamos a viver um período de fraqueza moral e politica muito preocupante.
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