domingo, 18 de agosto de 2024

Revoltante

Época de incêndios? Todos sabemos. Preocupações acrescidas? Só alguns, assim o entendem. Outros? nem tanto, ainda que sejam governantes.

No passado dia 14 do mês corrente, de manhã, deflagrou um incêndio no concelho da Ribeira Brava, na Madeira, e que alastrou no dia seguinte ao município vizinho de Câmara de Lobos, continua a lavrar com três frentes ativas: Serra de Água, Fajã das Galinhas e Curral das Freiras. Nesse mesmo dia, à noite, houve a reentre do PSD no Pontal. Nem um gesto de solidariedade. No dia seguinte, o Presidente do Governo Regional da Madeira, recusa apoio do governo central, afirmando que os meios no terreno eram suficientes. Entretanto, o incêndio descontrolou-se, e cerca de cem pessoas tiveram de abandonar as suas casas. Ao início da manhã deste domingo, o incêndio na Madeira continuava a não dar tréguas ao dispositivo de combate, agora reforçado com cerca de 80 operacionais destacados a partir do continente. Foi nesta altura que o Presidente do Governo Regional, entendeu por bem interromper as suas férias na ilha de Porto Santo e deslocar-se para o funchal, sede do governo regional, para acompanhar as operações. A situação continua muito critica na Madeira, nada que fizesse o primeiro-ministro ou o Presidente da República dar um gesto de responsabilidade política ainda que a situação possa ser muito similar à de Pedrógão Grande, em 2017. Continuam no seu paraíso algarvio de férias, como se nada se estivesse a passar. Mas, realmente, o que mais impressiona e revolta é esta atitude de ‘soba’ do Presidente Regional da Madeira, que decide do destino das populações com uma facilidade impressionante, mesmo que dai resulta a colocação em perigo de dezenas delas. Todos os especialistas criticam o atraso no pedido de ajuda e reforço de mais meios. Diria que não é preciso ser especialista. Basta conhecer a Madeira e a sua orografia muito complexa, para se perceber a dificuldade ao combate ao incendio. As responsabilidades políticas dos órgãos da região bem como dos órgãos centrais exigem que perante uma atitude política irresponsável de um governante a mesma possa ser corrigida pelos restantes em prol das populações, vítimas dessa irresponsabilidade. O silêncio das autoridades nacionais a mais esta tragédia, só pode querer dizer que estamos a viver um período de fraqueza moral e politica muito preocupante.

  

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