OS ENVERGONHADOS DE ABRIL
Com o alto patrocínio do
Presidente da República, os 50 anos do 25 de Abril de 1974, serão comemorados,
provavelmente, pelos detratores da democracia de Abril que tenderão a
escamoteá-los se não mesmo a ignorá-los esfriando, assim, o entusiasmo da
madrugada libertadora. Os sinais são muito preocupantes, para o retrocesso que
se adivinha. Como os valores não são mercadorias, são descartáveis para esta
turbe que se prepara para governar o país. Já foi assim no passado, não muito
distante. Tudo o que tivesse a ver com a liberdade, a democracia, o estado
social e outros direitos conquistados em Abril de 1974, foram pura e
simplesmente banidos das prioridades do então governo Pafioso. Hoje, com a
chegada da extrema-direita às instituições democráticas o perigo do retrocesso
ou mesmo da suspensão de direitos é evidente e o país, por opção presidencial,
corre o risco de se tornar um “nicho” das centrais internacionais da direita
extremista de cariz fascizante. É triste e preocupante, que o aniversário dos
50 anos de Abril, sejam comemorados no poder, pelos inimigos de Abril, com o
alto patrocínio do Presidente da República. Marcelo, poderá vir a ser recordado
na história, como o presidente que abriu a porta à liquidação do regime
democrático, após meio século da sua existência.
Os envergonhados de Abril,
prepararam-se para tirar o “blush” e retornar ao seu ar sombrio e sinistro,
quais abutres no encalce das suas prezas. A democracia não resiste à supressão
de direitos e muito menos à ausência de valores democráticos na governação. A
melhoria das condições de vida dos portugueses, tem sido lenta por vezes
difícil, mas sempre com respeito pelos valores democráticos constitucionalmente
consagrados. É sombrio, o futuro que se adivinha, pela incerteza dos
protagonistas.
Ludibriando os poderes
constitucionais e de certa forma exercendo-os em contraciclo, o país vê-se
mergulhado numa incógnita com efeitos devastadores. Os inimigos de Abril, quais
párias civilizacionais, preparam-se para assaltar o poder, com a conivência e beneplácito
presidencial. Que o povo português, mais uma vez, e sem ambiguidades, trave as
investidas antidemocráticas perpetradas pela extrema-direita antidemocrática,
com o aconchego presidencial.
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