A TRAPALHADA JURÍDICO-CONSTITUCIONAL DA RENÚNCIA (A ESCOLA DE MARCELO)
Marcelo deu o ‘mote’ e a
trapalhada instalou-se. Sem fundamento, mas é o quanto basta. Tal como no
continente, está-se a passar agora o mesmo na Madeira. Os titulares renunciam
aos cargos, mas a renuncia produz efeitos quando Marcelo o entender.
Após ter recebido a renúncia
apresentada por Miguel Albuquerque, o representante da República, Ireneu
Barreto, disse que esta não tinha, para já, efeitos imediatos. "Estou
a ponderar a melhor altura para que produza efeitos. Pode ser que seja ainda
esta semana, pode ser que seja só depois do Orçamento aprovado. Neste momento,
a data está em aberto". (sublinhado, nosso) Esta decisão é
totalmente «contra legem». É um absurdo, apadrinhado pelo presidente
Marcelo. E no caso da Madeira é um absurdo grave, pois mantém um arguido à
“solta” com todas as imunidades e mais uma, bloqueando a investigação criminal,
pelo menos no seu caso, podendo, eventualmente, destruir provas, impedir
investigações ou, continuar a prática dos crimes de que é acusado e, em última
análise, prejudicar as investigações. Por outro lado, melhor exemplo do irregular
funcionamento das instituições democráticas, não há. Que os cidadãos sejam
desrespeitados desta maneira é inconcebível e está ao nível dos países sem
estado de direito e com a falência das instituições. A impunidade presidencial
nestes dislates é o fermento para os grupos de extrema direita de cariz
fascista crescerem irregularmente, nesta sociedade «sem rei nem roque». Temos
de mostrar um certo repúdio por esta prática anticonstitucional que deixa o
país numa situação embaraçosa. E este descaminho, já vem desde novembro de
2023. Convenhamos que Marcelo e os seus apaniguados, têm sorte com o povo que
têm.
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