TIRO AO ALVO – O «CASO DAS GÉMEAS»
Neste momento, a opinião
publicada e seus mentores, atiram em todas as direções, para não deixarem o
Presidente da República isolado no caso das ‘gémeas’. O país chegou a um ponto
de autêntica miséria moral, política e social. Estamos cercados por indivíduos
de estatura moral medíocre, a maioria dos quais, acolitados numa comunicação
social sem escrúpulos e indigente, que teimam em tornarmo-nos egoístas,
desinteressados e maledicentes. Pessoas sem princípios, muitos deles
delinquentes, que são ressocializados, não por qualquer programa de
recuperação, mas sim pelos compadrios das “famílias”, dos clãs ou simplesmente
«compagnon de route» do crime mais ou menos organizado, pavoneiam-se
diariamente na nossa comunicação social, em esquemas de compadrio evidente e
ganhos desonestos. Há uma vergonha alheia que paira em todos nós, como se nada
pudéssemos fazer. A repulsa e a indignidade, deu lugar ao desencanto e ao
desalento. Deixámos que isso acontecesse, na esperança de que aqueles que nos
representam, soubessem purificar a nossa democracia afastando as ervas daninhas
que cada vez mais crescem ao nosso redor. Ilusão. Alguns órgãos de soberania,
estão em ‘falência técnica’. O poder judicial, o poder legislativo e a
presidência da república, teimam em não dignificar a nossa democracia. Todos
querem ser protagonistas exacerbados da má política e da prevalência do seu
quintal. O poder judicial, nas suas diversas vertentes, desde o topo à
base, é presentemente, altamente deficitário em matéria de justiça em nome do
povo, daí, talvez, o seu pendor para a judicialização da política. Casos como,
as últimas investigações do Ministério Público, que levaram à queda do governo,
passando pelos 4 anos de escutas a um membro do governo, até à congelação no
Supremo Tribunal de Justiça, de uma escuta onde se invoca o nome do
ex-primeiro-ministro António Costa, numa demonstração de poder bacoco e irrelevante,
a que se junta o já crónico atraso na administração e realização da justiça,
são os exemplos acabados do atual estado do poder judicial. Em linha, se
encontra o poder legislativo. Com componentes antidemocráticas no seu seio, o
poder legislativo encontra-se desacreditado e é ineficiente nas tarefas da
construção e solidificação da democracia. O estabelecimento de consensos para
as questões de âmbito nacional (e até internacional) é uma utopia irrealizável
perante a fraqueza política dos atuais parlamentares e seus líderes. E que
dizer, da presidência da república, ou melhor, do seu atual ‘líder’? Tornou-se,
significativamente, irrelevante e ‘vitima’ dos seus próprios abusos. Como tal
é, a presidência da república, hoje, uma instituição desacreditada e
democraticamente deficitária. Quando o regime democrático precisou do
Presidente (2021 e 22023), ele não esteve à altura. Claudicou no exercício da
democracia. Não exerceu o poder e a influência, que se exigia, na estabilidade
governativa do país. Preferiu (interessadamente) a crise com vista à obtenção
de resultados para os ‘seus’. O povo não lhe fez a vontade e até o repreendeu
com a maioria absoluta do PS. De novo, agora em 2023, volta a não cumprir a
constituição e decide de novo afrontá-la. Mesmo com cansaço, o povo irá
responder-lhe à altura. Até lá, ficámos a saber, que Marcelo sabe exercer o
poder e o seu magistério de influência, mas em questões de natureza não
democrática. Cada um é para o que nasce!
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