MONTENEGRO. O CANDIDATO QUE SE MANTÉM POR «INDECÊNCIA E MÁ FIGURA»!
Há duas figuras da direita que
quando falam, tem o efeito de ricochete, para as suas hostes. São eles Cavaco
Silva e Passos Coelho. É impressionante a oportunidade dos seus comentários e a
lesão que provocam aos seus. Será de propósito? Até parece que sim.
Passos Coelho, após a demissão de
António Costa, comentou que ela era fruto de «indecência e má figura» do
primeiro-ministro. Não se sabe quais são as suspeitas que recaem sobre o
primeiro-ministro demissionário, apenas se sabe que invocaram o nome dele na chamada
“Operação Influencer”. Para a PGR e para o STJ, chega. Ou seja, a abertura de
um inquérito não se baseou em qualquer indício de comportamento ilícito ou
ilegal, mas apenas na invocação do nome do primeiro-ministro por terceiros.
Para estas autoridades supremas, nos seus campos, quais Ayatollahs do
direito, não é preciso mais. Invocou, está invocado. Com este «direito por
linhas tortas», o líder da oposição de direita, Luís Montenegro, com a
ajuda do Senhor Presidente da República, viu campo aberto para regressar ao
poder. Daí que, com a lisura de procedimentos que se lhe conhece…, logo
fez publicar uma sharia, através da qual “impede que candidatos a
deputados que tenham sido condenados em tribunal ou indiciados por algum crime
concorram às listas para as eleições legislativas de 10 de março.” Atitude
corajosa, sim senhor! Estava o PSD nesta fase de higienização da vida política
portuguesa, quando, surpreendentemente (!!!), o Ministério Público abriu um
inquérito relacionado com os benefícios fiscais atribuídos à casa do líder do
PSD, Luís Montenegro, em Espinho. Existem indícios de uma alegada
utilização indevida da taxa de IVA reduzida na habitação do líder do PSD,
situada em Espinho. Qual foi a reação de Montenegro? Demitiu-se? informou
que se ia demitir? Não. Pelo contrário, disse que não se sente "minimamente
condicionado para desempenhar as funções" e que, enquanto houver um
inquérito judicial aberto, esta será a última vez que se irá pronunciar sobre o
caso. Rasgou a sharia, poucos dias depois de a ter publicado. E não
seguiu os «ensinamentos» do seu ex-líder. Irá manter-se como candidato, sabendo
da existência de um inquérito contra ele, por indícios de a prática de um
crime. O ex-primeiro-ministro, pediu a demissão pela invocação do seu
nome por terceiros. O líder do PSD mantém-se no cargo e é candidato a
primeiro-ministro, com indícios da prática de crime. Que diferença!
Montenegro, será o candidato indiciado, por efetiva «indecência e má figura»
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