quinta-feira, 22 de junho de 2023

 “Orgulho e preconceito” – fotografia ou cartaz?

 O Senhor Presidente da República, falou com o Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), exprimindo toda a solidariedade em relação ao anúncio de um concurso para oficiais da PSP, bem com a atuação desta Instituição neste contexto.”, lê-se na página oficial da presidência de república, de 20 de junho de 2023.

Esta solidariedade com a PSP, que deu direito a esta nota oficial, surge após o anúncio de um curso para formação de oficiais com a fotografia de um agente da PSP de ascendência negra, que se tornou alvo de muitos comentários racistas no Twitter. “Parece-me que alguém trocou a foto do polícia e do ladrão”, “Contratem o pessoal na Amadora e Cova da Moura, e por aí acabam logo os crimes”, “Anúncio da PSP… De Moçambique?”, etc., etc.

Estas manifestações inequívocas de racismo que mereceram e bem o repudio do PR, são exatamente do mesmo tipo de que foi alvo o primeiro-ministro de Portugal nas comemorações do 10 de junho e na presença do mesmo PR que, sobre o facto, não expressou qualquer repúdio e/ou solidariedade. Como entender esta dualidade de critérios, em questões tão importantes com as da dignidade da pessoa humana?

Se os representantes máximos das instituições democráticas, não praticam solidariedade entre si, transmitem à sociedade uma imagem terrível de laxismo e de falta de cultura democrática, que “inspira” os inimigos da democracia nas suas ações de descrédito e degradação que diariamente são levadas a cabo, quer na Assembleia da República quer em alguns órgãos de comunicação social. O Presidente da República, com estas condutas, mostra fraqueza democrática intolerável.  

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