ASSÉDIO JUDICIAL – Parte II
PSD À PROCURA DE MORO
Depois de um simples “levantar de
véu”, o caso TAP mostrou um conjunto de responsabilidades ainda não apuradas,
do governo PáF, da iniciativa do PSD, na privatização da companhia em 2015, que
poderão vir a ser observadas no âmbito dos crimes de responsabilidade ou noutra
tipologia de âmbito criminal mais grave. Por isso, caíram como “sopa no mel”
para o PSD, os episódios relativos à demissão do adjunto do ministro das
infraestruturas o desvio do computador e a comunicação ao SIS. Estes passaram a
ser os temas centrais da CPI de tal forma que o PSD, pretende agora apresentar
queixa-crime, baseada numas alegadas falsas declarações do ministro João
Galamba, com afirmações de outros governantes, sobre o envolvimento do SIS
na recuperação do computador do antigo adjunto do ministro das Infraestruturas.
Repare-se, que a CPI foi criada para apurar questões relacionadas à gestão,
operação e eventuais irregularidades envolvendo a companhia aérea TAP. E, neste
ponto, que é o objeto da CPI, já foi possível perceber (sem se conhecer, ainda,
o alcance e extensão), que a privatização da TAP efetuada pelo governo do PSD
em 2015, teve duas condições base à celebração do negócio com o privado. A
primeira é que todas as dividas contraídas pela TAP, seriam da responsabilidade
do Estado português. A segunda é que essas responsabilidades estavam refletidas
em cartas de conforto assinadas pelo Estado português e entregues às
instituições bancárias credoras.
Como alguém dizia, e foi
convenientemente ocultado dos portugueses durante bastante tempo, “…é que as
cartas conforto são a coluna vertebral da privatização. Não são um detalhe, foi
o que permitiu fazer o negócio, aquele mau negócio em que o bom fica para os
privados e o mau para o Estado".
Já para não falar do negócio da
Airbus na TAP (um processo de capitalização feito de forma ilegal?), pelo
privado escolhido pelo governo PSD/CDS.
Percebe-se, agora (bastante bem),
a importância para o PSD de discutir a comunicação ao SIS, o desvio do
computador e as demais peripécias do adjunto.
Só que, a menos que o PSD
conseguisse arranjar um juiz tipo Sérgio Moro (Brasil), o que no nosso país não
é fácil, vai ter que, mais tarde ou mais cedo, justificar muito bem aquilo que
já é visto como a antecâmara de crimes de responsabilidade dos titulares de
cargos políticos, praticados em 2015, pelo governo PSD/CDS, na transportadora
aérea portuguesa.
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