“BALSEMÃO É LELÉ DA CUCA” ([1])
Enquanto o presidente Marcelo
representava condignamente Portugal na cerimónia de coroação do rei Carlos III,
do Reino Unido, em Portugal, um “amigo” dele, que mostra que sabe perdoar,
vem ao seu auxílio, dizendo aos seus correligionários “Temos de acompanhar - ou comboiar, como
quiserem - a fase final do mandato do atual Presidente da República, temos de
saber escolher e apoiar o próximo Presidente da República". Quarenta e cinco (45) anos
depois, Balsemão, quis demonstrar ao presidente Marcelo que não está “Lelé da
cuca” e que até está disposto a “comboiar” com ele, nesta fase final do seu
mandato, embora lamentando “que o Presidente não consiga afinar o
Governo.” Este apoio é enternecedor. É certo que este apoio foi prestado em
vídeo especificamente dirigido aos militantes do PSD, a propósito dos 49 anos
de existência do partido, o que desvaloriza um pouco o alcance do mesmo, porém,
não deixa de não ser um apoio ao presidente Marcelo e de onde (certamente) este
menos esperava. Estará agora Balsemão “Lelé da cuca”? Provavelmente sim, mas
agora também não admira. Em todo o caso, o presidente Marcelo precisa do apoio
de toda a sua parentalidade política, mesmo daqueles que só por afinidade. Marcelo
quis ser útil ao seu partido, mas este não “deixou”. Para além de ter o seu
atual líder enredado em polémicas pouco gratificantes (mas rentáveis), tem um
vice da bancada sob suspeita de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso
de poder e tráfico de influência, para além de outras figuras menores que teimam
em desqualificar o partido. Não é por acaso que a extrema-direita continua a
ganhar dividendos. Ela sente, que a sua «barriga de aluguer» está no PSD. Não
foi, por isso, figura de estilo o parágrafo que Balsemão dedicou a esta
matéria: “Não queremos nada com a extrema-direita. Lembram-se daquela canção
brasileira Chega prá lá?”. Evidentemente que não estamos seguros disso. Não
por Balsemão, que a idade poderá ter consolidado a sua ideologia de social-democrata
de centro-esquerda, mas pelos restantes, aqueles que na amálgama partidária,
ideologicamente vazia, colocam o partido bem longe do ideário político do seu
fundador, Francisco Sá Carneiro.
E esses, estão por tudo!
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