quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

“𝐀𝐬 𝐥𝐚𝐩𝐚𝐬 𝐝𝐚 𝐫𝐨𝐜𝐡𝐚 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐚 ”

Era uma vez uma rocha muito pequena, que servia de “pouso” a algumas lapas. Tão pequena era a rocha que quando estava a maré cheia, as lapas viam-se aflitas, para se segurarem. Algumas chegavam a flutuar, por não se conseguirem agarrar. Porém, quando a maré estava vazia, a rocha pequena era um “porto seguro”, onde as lapas se acotovelavam, para se agarrarem. Mas tinha um contra; expunha-as demasiado aos “apanhadores de lapas”. Era de fácil acesso, desprotegida das grandes rochas, e à mercê dos predadores. Daí que, há muito se temia, pelo seu desaparecimento. E foi o que aconteceu. No inverno (primaveril) do ano de 2022, em fins de janeiro, um autêntico tsunami, fez desaparecer a rocha pequena e, quando o mar acalmou, viu-se emergir uma rocha grande, tão grande, que a soma das outras rochas, não chegavam ao seu tamanho. Todos ficaram espantados. Há muito que não se via uma coisa assim. Os mais velhos, que já tinham visto muita coisa, diziam que nunca tinham visto nada assim. Os mais novos, esses não sabiam explicar o fenómeno. Até porque, todas as previsões não apontavam para um tsunami. Nem de perto nem de longe. Os mais velhos diziam: “a natureza tem destas coisas”, e com isso se ficavam. Mas o mais problemático, foi para as lapas da rocha pequena que, de um momento para o outro, se viram sem pouso a flutuar, não tendo onde se agarrar. Espetáculo triste, sem dúvida, mas esperado. A rocha pequena, não tinha condições de sobrevivência. As lapas, preguiçosas, sabiam disso, mas deixaram-se estar na esperança de que nada lhes acontecesse, afinal assim estavam há anos e anos. Agora, foram obrigadas, a ficar à mercê dos seus predadores. Algumas colaram-se mesmo aos seus predadores e com eles estão. As outras, flutuam, na esperança de que nada lhes aconteça.

Conclusão da história: as lapas da rocha pequena viraram lesmas!    

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