A Dona Clara Ferreira Alves, no jornal Expresso de hoje, profere a frase que serve de título a este escrito. É curiosa esta afirmação (ou não, vinda de onde vem!), quando o jornal para onde a senhora escreve, dizia há menos de uma semana, em grande título, “Tudo empatado. Voto de jovens decide eleições.” (Expresso de 28 janeiro 2022).
Afinal foram os velhos ou os
novos que decidiram as eleições? Seja como for, foram seguramente os
portugueses eleitores, maiores de 18 anos. É claro que a Dona Clara Ferreira
Alves, quando escreve o que está em título, fá-lo de uma forma depreciativa,
querendo com isto dizer, que foram os velhos dependentes do aparelho do Estado,
que possibilitaram tal resultado. O tal “Portugal triste”, com ela escreve.
Volta a ser curioso, porém, que o
jornal que lhe paga a avença, destacava na edição online de 31-01-2022, que a “Maioria
absoluta de Costa foi à custa de 344.861 votos da esquerda.” É da
sociologia política, que o voto à esquerda é, em regra, do eleitorado mais
jovem. O eleitorado mais velho (como diz a Dona Clara), em regra, é mais
conservador e tende a votar em partidos dessa matriz. Mas, com se disse, o
intuito da Dona Clara Ferreira Alves, com aquela frase, tem outros objetivos,
principalmente, a tentativa de denegrir a vitória incontestável do Partido
Socialista. Tendo sido a senhora uma “santanista” e mais tarde uma “pafiosa”,
é de acreditar que esta maioria absoluta do PS, lhe cause engulho senão mesmo
urticária. Como tem o privilégio de usar uma tribuna semanal para afirmar o seu
desconsolo e tendências, o resultado é que quem paga é o povo que, com diz uma
ex-vice-presidente do PSD (Isabel Meirelles), “o povo português falhou”.
Estas criaturas, que se movem no terreno pantanoso da política circular, em
volta de um centrão, já caduco e em morte lenta, ousam passar atestados de
menoridade ao povo português, pelas suas escolhas contrárias aos seus
propósitos. Sim, propósitos, porque a sua sobrevivência, dependia muito da
manutenção dos seus protetores. A verdade, é que estes se vão esvaindo da cena
política portuguesa. Cresce, por isso, o desencanto e o temor. Os “pafiosos”
viram desmoronar os seus castelos, nestas eleições legislativas. O PSD, pelo
vazio de propostas e soluções e pelas posições dúbias em matérias essenciais
como a saúde, emprego, proteção social, etc., foi esvaziado de apoiantes que se
viraram para o liberalismo e/ou extrema-direita. O CDS, partido histórico da democracia
portuguesa, extingue-se, por gritante irresponsabilidade da sua liderança,
fazendo engrossar, igualmente, a extrema-direita portuguesa. Toda esta direita
“pafiosa” colapsou, dando lugar a partidos neoliberais e protofascistas, na
cena política portuguesa. Nada será como dantes. Estas e outras criaturas,
começam a definhar no espaço público e como lapas, tentam agarrar-se às poucas
“rochas” que sobraram, uma vez que a sua adesão à extrema-direita portuguesa é,
por agora, solução que não se põe. Por agora!
Resta-lhes, nestes tempos mais
próximos, aderir ao “partido” do presidente Marcelo, e buscar nele a “tábua de
salvação”, para as suas próprias sobrevivências. Também este, que apostou no
“cavalo errado”, terá de recuperar energias nas tarefas do apoio social aos
mais necessitados, função que desempenha com inegável qualidade e para as quais
tem reconhecido mérito. Pretender, como se diz, exercer a chamada “vigilância
activa”, sobre o governo PS, nos próximos 4 anos, não passa de uma intenção
propagandística, de nulo efeito. António Costa, demonstrou ao longo destes
últimos seis anos, que é um político muitíssimo mais hábil de que Marcelo
Rebelo de Sousa, nunca se preocupando, antes pelo contrário, de lhe dar palco
de “governação”, pois assim o mantinha, com manteve, de “rédea curta”. Marcelo
só deverá ter percebido isso, agora com a maioria absoluta do PS. Um pouco
tarde, convenhamos!...
Nenhum comentário:
Postar um comentário