segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

𝐎 𝐂𝐄𝐑𝐂𝐎 𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐁𝐀𝐑𝐃𝐄!

Lamentavelmente, a Rússia de Putin, expôs belicamente as suas ideias. Os países que fazem fronteira com a Rússia direta ou indiretamente, estão proibidas de decidir dos seus próprios destinos seja em que matéria for designada e principalmente, em matéria alianças e/ou preferências. Isto é assim, porque, segundo Putin, os países que fazem fronteira (direta ou indireta) com a Rússia, são oriundas da “Pátria mãe”, velho slogan da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), desmantelada em finais de 1991. A nostalgia tomou conta dos governantes russos, pós Gorbachev. A subida ao poder do presidente Boris Yeltsin, trouxe consigo o seu delfim Vladimir Putin, ex-agente do KGB no departamento exterior e chefe dos serviços secretos soviético e russo, KGB e FSB, respetivamente, após a renúncia de Yeltsin.

Putin, além de chefe de serviços dos KGB foi, posteriormente, primeiro-ministro por duas vezes, numa encenação “democrática” a todos os títulos deploráveis. Em 2012, ganha as eleições presidenciais do seu país, sob fortes medidas extraordinárias que foram tomadas para manter as eleições transparentes, incluindo o uso de webcams na grande maioria dos locais de votação. O resultado foi criticado pela oposição russa e por algumas organizações internacionais por irregularidades percetíveis. Daí até à data, Putin tem evidenciado, sem escrúpulos, o desejo de reconstruir a “Pátria mãe”, eliminando ferozmente, quem se oponha. Chechénia é o exemplo mais paradigmático. Mas a oposição interna, também é silenciada, seja pela prisão seja pelo envenenamento até à morte, como se sabe. A Ucrânia foi alvo de operações militares russas em 2014, com a conquista da Crimeia e agora, em 2022, com o reconhecimento de duas autonomias fantoches, Donetsk e Lugansk, ambas com líderes fiéis a Putin, a cujo partido, o Rússia Unida, aderiram em dezembro.

Putin é, sem sombra de dúvidas, um nazi implacável. Também ele, como Hitler (com os arianos), quer “um homem russo”, nas fronteiras da “Pátria mãe”, não admitindo a convivência com outras pátrias com os seus próprios regimes. O ocidente europeu é o inimigo do regime de Putin. Fora do seu círculo, Putin obtém apoio na Bielorrússia, Venezuela, Brasil, Cuba, Síria, Irão, China, India, Trump e, para meu desgosto, alguns dos portugueses que eu tinha por pessoas indefetivelmente defensores dos direitos humanos e que, por razões puramente ideológicas, colocam no mesmo prato as alegadas provocações para legitimarem a invasão à Ucrânia, assim minimizando o sofrimento humano daqueles, mais de 370.000 (trezentos e setenta mil) (por agora), que fogem dos tanques e das armas do agressor cobarde, que não olhando a meios para atingir os seus fins, está disposto a dizimar um povo soberano, para satisfazer os seus desejos czaristas. Putin, que no ocidente, tem obtido apoio de, designadamente, Trump, Salvini, Orban, Bolsonaro, etc., é um escroque que, usando o seu poderio militar, proprio de uma grande potencia militar, que é, usa-o indiscriminadamente para a expansão da “Pátria-mãe”, em detrimento do bem-estar do seu proprio povo que definha às portas da miséria. Putin é um cobarde, que se esconde atrás do seu poderio militar para praticar as maiores atrocidades nos povos vizinhos, de dimensão infinitamente menor e de recursos militares ao mesmo nível.

Putin é um cobarde porque não assume as suas intenções e atitudes, agride quem não se defende ou não pode se defender. Usa sua força ou influência para prejudicar outros injustamente. Age refugiado no seu bando, sabendo que sua atitude não vai ser repreendida. Putin não diz diretamente o que pensa, é uma pessoa sem força moral, fraca, sem personalidade ou senso de justiça e, sobretudo, é manipuladora.

Vários grupos na Rússia, que se têm oposto a Putin, reclamam “contra o imperialismo russo” e exigem que o bando de Putin “tire as mãos da Ucrânia”, acusando o chefe russo de recorrer a um “panegírico anticomunista” a mais terrível e repugnante forma de nacionalismo – o chauvinismo da Grande Rússia”. Segundo estes grupos, Putin culpou Lenine como tendo sido “o fundador da Ucrânia” e “ameaçou mostrar aos ucranianos o que significa descomunização”. Putin é um saudoso estalinista.

Putin é tenebroso, e dispõe dos meios militares suficientes, para atemorizar quem quer que seja.

Os lobistas pró-russos e os equipamentos militares de que dispõe são os seus principais e únicos “argumentos”.

Mais uma vez, o mundo, tem no seu seio um líder de uma potência, pronto a “carregar no botão.”

Isolem-no! 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

𝐎 𝐑𝐞𝐬𝐠𝐚𝐭𝐞 𝐝𝐚 ‘𝐁𝐨𝐥𝐚 𝐝𝐞 𝐂𝐫𝐢𝐬𝐭𝐚𝐥’

Depois de uma certa acalmia com os “achismos” da pandemia, ficando o debate praticamente reduzido aos especialistas, que também nadaram nestas águas do “achismos”, o nosso país mostrou uma grande maturidade no tratamento do Covid-19 e, surpreendentemente, as nossas instituições de saúde deram uma resposta a todos os títulos assinalável no combate à pandemia. Os portugueses, dividiram-se, em matéria de vacinação, mas nada que tenha posto em causa as recomendações da ciência e, a grandíssima maioria vacinou-se mais que uma vez.

Ainda em pandemia, os portugueses foram chamados a eleições legislativas. A ‘bola de cristal’ que, entretanto, tinha sido religiosamente guardada, volta a ser chamada ao palco da vida, quer para abrilhantar a pré-campanha quer para a própria campanha eleitoral. Os “videntes”, “bruxos”, “curandeiros” e “cartomantes”, com ou sem alvará, e os jornalistas, com ou sem carteira e os politólogos, claro, lançaram-se numa campanha feroz de “achismos, acolitados pelas agências de sondagens, estudos de opinião e similares. Foi um regabofe. Tudo e o seu contrário era válido. Desta vez, todos tinham certezas e parecia que tinham aprendido a lição das autárquicas de 2021. A sapiência dos politólogos era arrasadora. Os avençados, eram verdadeiros “experts” do cenário político nacional e das saídas que o povo português ia sufragar. A grande coligação de direita ia finalmente para o poder e a extrema-direita fez logo saber que não "abdicaria da participação ministerial num governo eventualmente liderado pelo PSD". Estava aberto o caminho, segundo o programa eleitoral do partido de extrema-direita, para o fim dos serviços públicos na saúde e educação e quer o Presidente da República a chefiar o Governo. No documento que apresentou às eleições de 30 de janeiro, o partido de extrema-direita sustenta que não compete ao Estado “a produção ou distribuição de bens e serviços, sejam esses serviços de educação ou de saúde”, ou sejam “vias de comunicação ou meios de transporte”. Era com estes e outros ditames do mesmo calibre, que a grande coligação de direita ia governar Portugal, pois, segundo diziam, o PS e a esquerda iriam perder as eleições. Fora de questão, mesmo, era a maioria absoluta do PS. Aliás, nos dias que antecederam as eleições, aquilo estava “taco-a-taco”. Com a sua “bola de cristal” todos estes artificies venderam a bom vender, todas as suas ânsias, expetativas, “certezas”, frustrações, ambições e desejos subliminares. O clima político estava todo poluído. Mas eis que chegou o dia da verdade. Balde de água fria!

De repente, o ‘céu’ ficou limpo sem uma nuvem. O silêncio na cidade, era ensurdecedor. O próprio Presidente da República, tão lesto no comentário, emudeceu. Todos emudeceram. A culpa deste silêncio fúnebre, foi como diz uma aberração do PSD, “do povo”, que errou. Depois deste esgar, nada mais se ouviu e os “videntes”, “bruxos”, “curandeiros” e “cartomantes”, com ou sem alvará, e os jornalistas, com ou sem carteira e os politólogos, claro, voltaram a guarda as suas “bolas de cristal”. Voltou a calma e a paz à cidade. Por pouco tempo, porém. Uma nova área de “negócio” se abriu.  O conflito Rússia/Ucrânia. Mais uma enxurrada de novos e velhos “videntes”, “bruxos”, “curandeiros” e “cartomantes”, com ou sem alvará, e os jornalistas, com ou sem carteira e os politólogos, claro, voltaram a utilizar as suas “bolas de cristal”, diariamente, em todas as estações de televisão e a todas as horas. Porque é óbvio que a Rússia vai invadir a Ucrânia, para uns, não é nada óbvio que a Rússia vá invadir a Ucrânia, para outros. Mas uma vez, estes trutas, entraram no achismos desenfreado. Mais uma vez os portugueses, por estas nobres cabeças passaram a perorar, agora, sobre geoestratégia e quejandos. É impressionante, ver e ouvir a leveza (e falta de vergonha, claro) desta gente, para falar de tudo e um par de botas. Não admira, pois, que neste turbilhão de achismos, haja muito dificuldade em separar o “trigo do joio”.  

Todos com a sua ‘bola de cristal’, não tiveram a capacidade de adivinhar ou prever acontecimentos do futuro.

Aqui recomendo os “ensinamentos”, de Texugo (Esoterismos, Magia, de 18/09/2019 - Bola de cristal – como fazer previsões): “Eu não recomendaria fazer perguntas sobre o futuro nos primeiros dias, pois elas podem ser imprecisas ou mal interpretadas, uma vez que você será ainda um iniciante. É muito mais útil praticar a exploração do seu espaço interior e, se as respostas que você receber corresponderem, estará seguindo o caminho certo. Depois de algum tempo, aí sim você pode começar a adivinhar eventos futuros.”

Percebesteis?!

 

    

 

sábado, 19 de fevereiro de 2022

𝐑𝐮𝐢 𝐑𝐢𝐨, 𝐝𝐞𝐧𝐮𝐧𝐜𝐢𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐨𝐮 "𝐜𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐨𝐬𝐨"?

Entregamos na PGR a queixa-crime
contra quem boicotou as eleições
para os deputados da emigração,
misturando propositadamente votos
válidos com inválidos. É bom que os
responsáveis por esta vergonha
paguem pelo seu desaforo, porque a
impunidade é própria do
subdesenvolvimento
(Rui Rio, Twitter, 18-02-22)

Com a desfaçatez de quem está de saída, Rui Rio apresenta-se pretensamente como o grande paladino da legalidade, na questão da anulação de 80% dos votos dos emigrantes, quando é hoje indiscutível que o PSD foi um dos principais farsantes desta manigância, que de resto, já tem antecedentes.

 Como refere o MAI, houve um acordo entre os delegados dos partidos (incluindo o PSD) concorrentes para validar os boletins de voto dos círculos da Europa e Fora da Europa recebidos sem cópia do cartão de identificação e que “terá sido a disputa em torno da validade jurídica” desse acordo que determinou a invalidade dos votos.

Todos os presentes, incluindo os representantes do PSD Maria Emília Galego e Lélio Lourenço,  deliberaram que deveriam ser aceites “como válidos todos os boletins cujos envelopes permitam a identificação clara do eleitor e descarga nos cadernos eleitores desmaterializados, mesmo que o envelope não contenha cópia do cartão de cidadão ou bilhete de identidade, já que a ‘remessa pelo eleitor de cópia de documento de identificação serve, afinal e apenas, como reforço das garantias do exercício pessoal do voto’ (CNE, 2019)”. Esta deliberação ficou lavrada em ata e foi assinada por todos os presentes, incluindo o PSD. (bold nosso)

Tendo em consideração a elevadíssima taxa de abstenção nos círculos da Europa e Fora da Europa, os inúmeros constrangimentos que os emigrantes portugueses ainda enfrentam no que respeita ao exercício do seu direito de voto, e também o facto de a exigência da reprodução do cartão do cidadão (CC) ser uma prática excecional (proibida), os representantes dos partidos acordaram, unanimemente,  que o facto de a lei eleitoral, a necessitar de uma urgente atualização, ainda não ter sido revista não podia impedir o exercício de um direito constitucionalmente garantido.

Esta, aliás, não foi uma deliberação inédita por parte dos representantes dos partidos. Nas eleições legislativas de 2019, foi adotado o mesmo posicionamento. Mas, à última da hora, o PSD deu o dito por não dito e foi responsável por largos milhares de votos anulados.

Foi por isso, que este ano, para evitar que a indignidade voltasse a marcar o processo de apuramento de votação do estrangeiro, como aconteceu em 2019, os representantes do PSD, voltaram a ser questionados se, de facto, desta vez não iriam quebrar a sua palavra e, novamente, pôr em causa os direitos dos emigrantes.

Os representantes do PSD garantiram que não. A palavra estava dada, a ata assinada e não recuariam na sua posição. (bold nosso)

Foi o que se viu. Só que desta vez há um elemento novo. O presidente do PSD (Rui Rio), alega que apresentou uma “queixa-crime”, certamente contra os autores deste acordo, designadamente, o PSD. "Alguém objetivamente cometeu um crime", disse Rui Rio numa declaração à imprensa, durante a qual disse que o seu partido "não deixará passar isto em claro". DESFAÇATEZ!

Este é um exemplo claro, da sintonia das estruturas do partido com a presidência.

Razão tem o porta-voz da CNE, que lembrou que a questão já se tinha colocado em 2019 e que os partidos tiveram oportunidade de mudar a lei no local próprio, a Assembleia da República. “Se não quiseram alterá-la por via legislativa, que é a via legal, não devem fazê-lo numa reunião de amigos numa secretaria geral.”

Como todos sabemos, o PSD (deputados) e o seu presidente, são legisladores, há muitos anos.

E este é que é o ponto. Os partidos, incluindo o PSD, agiram no dizer do líder do PSD, com “dolo”, mas onde o “dolo” é mais intenso é nos representantes do PSD, pois não só sabiam o que estavam a fazer, com queriam o resultado e por isso, o colocaram em ata.

O que acontece é que, perante o resultado volumoso do PS, os representantes do PSD dos círculos da Europa e Fora da Europa viraram “arrependidos”, não fosse a coisa a engrossar mais. E Rui Rio, o líder dos “arrependidos”, numa atitude reprovável, pretende passar a responsabilidade, dita, “criminal” para os outros.

Mas o presidente do PSD, aparentemente, tão legalista, estava pronto para aceitar mais uma vez uma ilegalidade. É que, desde 2007, a reprodução do cartão do cidadão (CC), seja através de fotocópia ou de digitalização, só é permitida quando expressamente previsto em lei, mediante decisão de autoridade judiciária ou quando o titular do cartão dê o seu consentimento (cf. artigo 5.º, n.º 2, da Lei 7/2007, que regula o cartão do cidadão).

Para que o consentimento seja válido, ele tem que ser efetivamente livre, isto é, tem de ser dada à pessoa um meio alternativo efetivo para que esta possa comprovar a sua identidade.

Não há registos, que aos eleitores do círculo da Europa e fora da Europa, tenham sido dados meios alternativos de comprovação da sua identidade.

Estamos todos a imaginar, as milhares e milhares de fotocopias do cartão de cidadão num caixote abandonado sabe-se lá aonde, à mercê de mentes expeditas, para as utilizações fraudulentas que vão muito para além de um simples voto à distância. Com isto, não se preocupa o presidente do PSD.

Porém, nas eleições de 2009, 2011, 2015, 2019 e agora em 2022 (legislativas), que a exigência de fotocópia do Cartão de Cidadão para votar é uma ilegalidade, face à Lei N.º 7/2007, de 05 de fevereiro, praticada olimpicamente pelo presidente do PSD e o partido que representa.

Nada que o tenha atormentado!

 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

“𝐀𝐬 𝐥𝐚𝐩𝐚𝐬 𝐝𝐚 𝐫𝐨𝐜𝐡𝐚 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐚 ”

Era uma vez uma rocha muito pequena, que servia de “pouso” a algumas lapas. Tão pequena era a rocha que quando estava a maré cheia, as lapas viam-se aflitas, para se segurarem. Algumas chegavam a flutuar, por não se conseguirem agarrar. Porém, quando a maré estava vazia, a rocha pequena era um “porto seguro”, onde as lapas se acotovelavam, para se agarrarem. Mas tinha um contra; expunha-as demasiado aos “apanhadores de lapas”. Era de fácil acesso, desprotegida das grandes rochas, e à mercê dos predadores. Daí que, há muito se temia, pelo seu desaparecimento. E foi o que aconteceu. No inverno (primaveril) do ano de 2022, em fins de janeiro, um autêntico tsunami, fez desaparecer a rocha pequena e, quando o mar acalmou, viu-se emergir uma rocha grande, tão grande, que a soma das outras rochas, não chegavam ao seu tamanho. Todos ficaram espantados. Há muito que não se via uma coisa assim. Os mais velhos, que já tinham visto muita coisa, diziam que nunca tinham visto nada assim. Os mais novos, esses não sabiam explicar o fenómeno. Até porque, todas as previsões não apontavam para um tsunami. Nem de perto nem de longe. Os mais velhos diziam: “a natureza tem destas coisas”, e com isso se ficavam. Mas o mais problemático, foi para as lapas da rocha pequena que, de um momento para o outro, se viram sem pouso a flutuar, não tendo onde se agarrar. Espetáculo triste, sem dúvida, mas esperado. A rocha pequena, não tinha condições de sobrevivência. As lapas, preguiçosas, sabiam disso, mas deixaram-se estar na esperança de que nada lhes acontecesse, afinal assim estavam há anos e anos. Agora, foram obrigadas, a ficar à mercê dos seus predadores. Algumas colaram-se mesmo aos seus predadores e com eles estão. As outras, flutuam, na esperança de que nada lhes aconteça.

Conclusão da história: as lapas da rocha pequena viraram lesmas!    

sábado, 5 de fevereiro de 2022

"𝐌𝐚𝐢𝐨𝐫𝐢𝐚 𝐚𝐛𝐬𝐨𝐥𝐮𝐭𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐯𝐨𝐭𝐨 𝐝𝐨𝐬 𝐯𝐞𝐥𝐡𝐨𝐬”?

A Dona Clara Ferreira Alves, no jornal Expresso de hoje, profere a frase que serve de título a este escrito. É curiosa esta afirmação (ou não, vinda de onde vem!), quando o jornal para onde a senhora escreve, dizia há menos de uma semana, em grande título, “Tudo empatado. Voto de jovens decide eleições.” (Expresso de 28 janeiro 2022).

Afinal foram os velhos ou os novos que decidiram as eleições? Seja como for, foram seguramente os portugueses eleitores, maiores de 18 anos. É claro que a Dona Clara Ferreira Alves, quando escreve o que está em título, fá-lo de uma forma depreciativa, querendo com isto dizer, que foram os velhos dependentes do aparelho do Estado, que possibilitaram tal resultado. O tal “Portugal triste”, com ela escreve.

Volta a ser curioso, porém, que o jornal que lhe paga a avença, destacava na edição online de 31-01-2022, que a “Maioria absoluta de Costa foi à custa de 344.861 votos da esquerda.” É da sociologia política, que o voto à esquerda é, em regra, do eleitorado mais jovem. O eleitorado mais velho (como diz a Dona Clara), em regra, é mais conservador e tende a votar em partidos dessa matriz. Mas, com se disse, o intuito da Dona Clara Ferreira Alves, com aquela frase, tem outros objetivos, principalmente, a tentativa de denegrir a vitória incontestável do Partido Socialista. Tendo sido a senhora uma “santanista” e mais tarde uma “pafiosa”, é de acreditar que esta maioria absoluta do PS, lhe cause engulho senão mesmo urticária. Como tem o privilégio de usar uma tribuna semanal para afirmar o seu desconsolo e tendências, o resultado é que quem paga é o povo que, com diz uma ex-vice-presidente do PSD (Isabel Meirelles), “o povo português falhou”. Estas criaturas, que se movem no terreno pantanoso da política circular, em volta de um centrão, já caduco e em morte lenta, ousam passar atestados de menoridade ao povo português, pelas suas escolhas contrárias aos seus propósitos. Sim, propósitos, porque a sua sobrevivência, dependia muito da manutenção dos seus protetores. A verdade, é que estes se vão esvaindo da cena política portuguesa. Cresce, por isso, o desencanto e o temor. Os “pafiosos” viram desmoronar os seus castelos, nestas eleições legislativas. O PSD, pelo vazio de propostas e soluções e pelas posições dúbias em matérias essenciais como a saúde, emprego, proteção social, etc., foi esvaziado de apoiantes que se viraram para o liberalismo e/ou extrema-direita. O CDS, partido histórico da democracia portuguesa, extingue-se, por gritante irresponsabilidade da sua liderança, fazendo engrossar, igualmente, a extrema-direita portuguesa. Toda esta direita “pafiosa” colapsou, dando lugar a partidos neoliberais e protofascistas, na cena política portuguesa. Nada será como dantes. Estas e outras criaturas, começam a definhar no espaço público e como lapas, tentam agarrar-se às poucas “rochas” que sobraram, uma vez que a sua adesão à extrema-direita portuguesa é, por agora, solução que não se põe. Por agora!

Resta-lhes, nestes tempos mais próximos, aderir ao “partido” do presidente Marcelo, e buscar nele a “tábua de salvação”, para as suas próprias sobrevivências. Também este, que apostou no “cavalo errado”, terá de recuperar energias nas tarefas do apoio social aos mais necessitados, função que desempenha com inegável qualidade e para as quais tem reconhecido mérito. Pretender, como se diz, exercer a chamada “vigilância activa”, sobre o governo PS, nos próximos 4 anos, não passa de uma intenção propagandística, de nulo efeito. António Costa, demonstrou ao longo destes últimos seis anos, que é um político muitíssimo mais hábil de que Marcelo Rebelo de Sousa, nunca se preocupando, antes pelo contrário, de lhe dar palco de “governação”, pois assim o mantinha, com manteve, de “rédea curta”. Marcelo só deverá ter percebido isso, agora com a maioria absoluta do PS. Um pouco tarde, convenhamos!...