Acabo de tomar conhecimento que o PSD indicou como candidato à Câmara Municipal da minha terra (Torres Vedras) o ainda deputado Duarte Pacheco do PSD, nas próximas eleições autárquicas de outubro de 2021.
Nascido e
criado em Torres Vedras até aos meus 18 anos, não me lembro deste candidato,
embora a verdade seja dita que quando sai de Torres o candidato teria acabado
de nascer ao que se diz em Sobral de Monte Agraço, que também é sede de
concelho. O concelho de Sobral de Monte Agraço pertence ao distrito de lisboa,
integrando a sub-região Oeste e a região Centro. É limitado a sul e a poente
pelos concelhos de Mafra e Arruda dos Vinhos, a norte pelo concelho de Torres
Vedras e a nascente pelo concelho de Alenquer.
A minha ideia
não era trazer para aqui um pouco de geografia. Apenas a demonstração de uma
certa surpresa deste candidato à Câmara de Torres Vedras. Porquê, Torres
Vedras? Que eu saiba (posso estar enganado) ele não tem quaisquer afinidades
com Torres Vedras, nem sequer a sua formação de base e/ou secundária foi feita
em Torres Vedras. Tudo se terá passado entre o Sobral de Monte Agraço e Lisboa.
Foi, é ou era vereador da Câmara do Sobral de Monte Agraço. Então, porquê
Torres Vedras? Claro que o nome dele se confunde com o outro Duarte Pacheco, o
empreendedor, engenheiro de formação, que ao longo da sua carreira, quer como
professor ou estadista, promoveu, e revolucionou, o sistema rodoviário de
Portugal, para além das inúmeras construções de obras públicas que mandou
executar, tais como a marginal Lisboa-Cascais, o Estádio Nacional, e a Fonte
Luminosa, em Lisboa. Criou o Parque de Monsanto, e contribuiu para a construção
do aeroporto da cidade de Lisboa.
Torres Vedras
não se iluda. Do deputado e candidato do PSD, Duarte Pacheco, não se conhece
obra, a não ser uma carreira longa e persistente como deputado. É certo que ao
que se diz, também Santana Lopes foi sondado para ser candidato à Câmara de Torres
Vedras. Continuo a achar que quer um quer outro, não servem os interesses dos
torrienses. Aliás, transformar as autarquias locais em «barrigas de aluguer»,
para meia dúzia de desenraizados prosseguirem a sua atividade política, sem
qualquer conhecimento efetivo da realidade social, económica e cultural a que
se candidatam, mostra bem como os partidos tratam esta matéria.
Torres
Vedras, hoje cidade, fundada no século XIII, tem uma história rica e uma pujança
económica invejável, mesmo em tempos de pandemia, que não devem ser desbaratadas,
em jogos políticos de baixo cariz.
Torres Vedras
não precisa de “paraquedistas”, para se afirmar como um município próspero
e culturalmente evoluído. Torres Vedras, precisa dos torrienses (de dentro e de
fora), capazes de prosseguirem o rumo do desenvolvimento e da afirmação socio
cultural de uma região, saloia, mas rica.
Nenhum
sentimento pessoal me move contra o deputado candidato Duarte Pacheco à Câmara
Municipal de Torres Vedras. Simplesmente, não gosto de ver a minha terra a ser
usada para pelouros partidários.
Termino com uma nota de humor. Se é certo que o Carnaval de Torres Vedras é o mais português de Portugal e dele fazem parte as “matrafonas” e os “cabeçudos”, acho, no entanto, que não é preciso mais!...
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