domingo, 10 de maio de 2020

𝐎 𝐃𝐢𝐚 𝐝𝐚 𝐄𝐮𝐫𝐨𝐩𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐧ã𝐨 𝐨 𝐝𝐚 𝐔𝐧𝐢ã𝐨 𝐄𝐮𝐫𝐨𝐩𝐞𝐢𝐚

A 9 de maio de 1950, Robert Schuman, Ministro francês dos Negócios Estrangeiros, proferia a célebre Declaração Schuman. Fazia cinco anos desde a II Guerra Mundial, e a urgência europeia era a reconstrução e o evitar de um novo conflito tão prejudicial no futuro. É com a Declaração Schuman que surge a ideia da instituição da CECA (Comunidade Europeia do Carvão e Aço), a primeira das Comunidades Europeias que, em 1992, se tornariam oficialmente na União Europeia.
Hoje, 09 de maio de 2020, foram iniciadas as comemorações do Dia da Europa no Parlamento Europeu.
Num momento particularmente difícil para a Europa, fruto da pandemia do novo coronavírus, que fustigou com maior intensidade os países os europeus, dir-se-ia que são poucos os motivos para celebrar a declaração de Schuman, desde logo pela forma como a União Europeia e os países que a compõem, estão a lidar com esta crise mais recente de saúde pública, em verdadeira desunião e de egoísmo nacionalista, em total negação com os valores que deveriam ser comuns aos países que a compõem, numa sociedade em que deveriam prevalecer a inclusão, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a não discriminação. Estes valores que são parte integrante do modo de vida europeu, foram atropelados na chamada crise do “subprime” ou crise financeira de 2007/2008 e voltaram de novo a ser espezinhados nesta crise pandémica, em moldes totalmente intoleráveis e que fariam corar de vergonha aqueles que, como Schuman, tanto lutaram para a construção de uma Europa unidade e solidaria.
Não são as diferenças entre países que estão a atrasar o projeto europeu. Essas diferenças, são parte integrante do modo de vida europeu e foi nelas que o projeto fundacional assentou. Difícil, mesmo, tem sido vencer os egoísmos nacionais de alguns estados-membros, que estão pouco disposto a partilhar as suas “riquezas” com os restantes membros, seja em período de “vacas gordas” como e sobretudo em período de “vacas magras”.
E se essas diferenças em crises económico-financeiras, como a de 2007/2008, agravaram as condições de pobreza de vastas populações da europa e retiraram capacidade de gerar rendimento a alguns países europeus durante alguns anos, “que não ganhavam para a dívida”, com a crise sanitária esse egoísmo de alguns estados-membros, mostrou uma faceta inaudita de verdadeiros coveiros ou talvez mais apropriadamente de proprietários de agências funerárias.
A pandemia do novo coronavírus, na Europa, trouxe ao de cima pulsões de alguns Estados-membros, que julgávamos definitivamente ultrapassadas.
Mau sinal, em dia de aniversário!

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