sábado, 23 de maio de 2020

𝙊 𝙢𝙚𝙪 𝙥𝙧𝙞𝙢𝙚𝙞𝙧𝙤 𝙘𝙤𝙣𝙛𝙞𝙣𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤!..

Desde 19 de Março de 2020, que os portugueses vêm reduzidos os seus direitos, liberdades e garantias cujo exercício ficaram suspensos de uma forma gradual até aos dias de hoje, pela declaração da pandemia do Covid-19.
Esta experiência nefasta do confinamento é uma novidade para a maioria da população jovem do nosso país, e ainda bem. Porém, para os menos jovens ou adultos avançados, a experiência do confinamento, não passa de uma repetição daquilo a que ficaram sujeitos durante a chamada “guerra colonial”. Também aqui, os nossos movimentos cingiam-se ao estritamente necessário. E o estritamente necessário, eram as acções militares programadas. Salvo uma ou outra atitude mais temerária de alguns dos nossos militares (tal como agora no Covid-19), a maioria de nós sujeitava-se a estar “confinado” no quartel, aguardando instruções de saída, normalmente para situações arriscadas. Também aqui, o “inimigo” não se deixava ver, dissimulava-se no meio da população e, em regra, atacava através de minas ou emboscadas. Guerra traiçoeira diziam alguns. Até certo ponto, sim. Mas a casa era deles, nós é que fomos lá arrombá-la…!
O Covid-19, também não se deixa ver. Não se sabe onde está e de onde veio. É traiçoeiro e perigoso, porque os seus efeitos letais são de dimensão colectiva, abrangem vastos grupos da população, entre eles, os mais vulneráveis. Curiosa diferença: a “guerra colonial” matava os mais jovens e saudáveis enquanto o Covid-19, propende para os mais idosos e vulneráveis.
De resto, nos seus efeitos externos, são iguais. Ambos restringem as nossas liberdades e expõem-nos a riscos não controláveis e desconhecidos. Quer com máscaras ou camuflagem, em ambas as situações tentamos afastar o “inimigo”. Lá como cá, devemos evitar o contacto. Nunca se sabe “quem é que está infectado”. “Vale mais prevenir do que remediar”.
Dei comigo a pensar, 50 anos depois, como afinal a história se repete!

Nenhum comentário:

Postar um comentário