sábado, 28 de março de 2020

𝐀 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐫𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐜𝐫𝐢𝐬𝐞 𝐝𝐞 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐧𝐚 𝐮𝐧𝐢ã𝐨 𝐞𝐮𝐫𝐨𝐩𝐞𝐢𝐚


Nem perante uma pandemia que quase faz colapsar a Europa, os países que compõem a União, conseguem pôr-se de acordo na criação de um programa excecional de apoio às famílias, aos empregos, às empresas, à economia e, pasme-se, aos sistemas de saúde, da própria união europeia. Quem lidera a destruição desta corrente de solidariedade? Os mesmos de sempre! A Holanda, a Alemanha, a Áustria e outros conhecidos.
Os valores da UE deveriam ser comuns aos países que a compõem, numa sociedade em que deveria prevalecer a inclusão, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a não discriminação. Estes valores são parte integrante do modo de vida europeu.
Porém, sempre que uma crise se instala, estes valores passam para segundo plano e temos alguns países a contrariarem (violarem) estes princípios e valores fundacionais. Foi assim com a crise do “Subprime”, prenúncio da crise econômica de 2008 e é agora, numa dimensão ainda mais grave, na crise de saúde pública mundial, criada pela pandemia do Covid-19.
Em ambas as crises, a desconfiança é sempre a mesma. Porque é que os países do sul da europa, in casu, Itália e Espanha, não têm “𝘤𝘢𝘱𝘢𝘤𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 (𝘰𝘳ç𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘢𝘭) 𝘥𝘦 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘰𝘴𝘵𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘳 𝘧𝘢𝘤𝘦 à 𝘤𝘳𝘪𝘴𝘦 𝘱𝘳𝘰𝘷𝘰𝘤𝘢𝘥𝘢 𝘱𝘦𝘭𝘢 𝘱𝘢𝘯𝘥𝘦𝘮𝘪𝘢”? Investigue-se, pede o ministro das finanças holandês.
Ora isto é inaceitável em qualquer circunstância e inadmissível em termos de união. Mas mais inacreditável e que deve ser totalmente repudiado é que para este governante holandês quer a Espanha quer a Itália estão a gastar recursos com os velhos, não fazendo uma política seletiva nos gastos para combater a epidemia. 
A Holanda (Países Baixos), é o 5.º contribuinte líquido da EU e o maior paraíso fiscal da europa. As suas preocupações sempre foram financeiras. Não admira, por isso, a sua postura pouco rigorosa em relação ao novo vírus. Até há dois dias atrás o país tinha perto de 7500 casos confirmados de Covid-19 e mais de 430 pessoas terão morrido por contágio. 
Atualmente, 14 dos 19 países da zona do euro estão pedindo eurobonds para financiar despesas relacionadas à crise do vírus. Os cinco novos são Letônia, Lituânia, Estônia, Chipre e Eslováquia. Assim, os líderes que se opõem a Ângela Merkel e Mark Rutte, fazem um cerco nesta corrida contra o tempo para salvar a moeda única. 
“𝐀𝐩ó𝐬 𝐚 𝐞𝐦𝐞𝐫𝐠ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐂𝐎𝐕𝐈𝐃-𝟏𝟗, 𝐚 𝐄𝐮𝐫𝐨𝐩𝐚 𝐝𝐞𝐯𝐞 𝐞𝐦𝐢𝐭𝐢𝐫 𝐭í𝐭𝐮𝐥𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐫𝐞𝐜𝐮𝐩𝐞𝐫𝐚çã𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐣𝐮𝐧𝐭𝐨𝐬”, escreve Jacob Funk Kirkegaard, do PIIE - PETERSON INSTITUTE FOR INTERNATIONAL ECONOMICS, em 26-3-20.
“𝐀 𝐜𝐫𝐢𝐬𝐞 𝐬𝐢𝐦é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 𝐝𝐚 𝐄𝐮𝐫𝐨𝐩𝐚 𝐧ã𝐨 𝐝𝐞𝐯𝐞 𝐬𝐞 𝐭𝐫𝐚𝐧𝐬𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐫 𝐞𝐦 (𝐨𝐮𝐭𝐫𝐚) 𝐫𝐞𝐜𝐮𝐩𝐞𝐫𝐚çã𝐨 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚”, diz o mesmo autor. 

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