quarta-feira, 13 de julho de 2016

Circunferências de Peçonha


Diz quem sabe, que a peçonha “é um líquido venenoso segregado por alguns animais e que se inocula por meio de picada ou mordedura. Em sentido figurado, quer dizer maldade ou malícia. Deitar peçonha significa, por isso, interpretar malevolamente o que o outro faz ou diz.
Vem isto a propósito de todos aqueles que como Passo Coelho, Maria Luís Albuquerque e outros ligados ao Pote ou que a ele se candidatam afanosamente, vêm agora criticar o atual governo por eventuais sanções da Comissão Europeia a Portugal, por défice excessivo durante o período de 2013/2015.
Vou repetir, 2013/2015.
Ora, diz Maria Luís Albuquerque que a eventual punição de Bruxelas se fica a dever ao atual governo por não ter “defendido eficazmente o legado” orçamental que recebeu por “razões políticas internas”. E como se isto não bastasse acrescenta: “Não faltaram argumentos técnicos ao Governo, terá faltado vontade política e capacidade e competência para convencer os parceiros e a Comissão Europeia”, insistiu a deputada, desejando que nesta segunda oportunidade o Executivo saiba “convencer com credibilidade” as instâncias europeias de que “vai atingir as metas definidas e cumprir as regras europeias”.
Parece inquestionável que esta “serpente” distila peçonha sobre o atual governo que nesta matéria é tudo menos culpado. Mas pior, pretende fazer crer que as sanções eram evitáveis pois no compadrio e submissão da governação PáF a Bruxelas, logo se haveria de obter o perdão pelos pecados passados com a promessa de provas e expiações para a regeneração no futuro.
E talvez o conseguisse, mais uma vez, com a inqualificável sujeição do povo português a humilhações e penúrias muito ao jeito da governação derrotada.
Diz o poeta e com razão: “Em qualquer parte onde a cabeça ponha/Deixa circunferências de peçonha.”
Valha-nos o antídoto para anular os efeitos desta política rasteira e rastejante!



Nenhum comentário:

Postar um comentário