A ânsia de distorcer a realidade
dos fatos tolda (há muito), o pensamento dos nossos opinadores “encartados”,
como Henrique Monteiro.
Mas a verdade, caro senhor, é que
as últimas eleições espanholas, naquilo que é importante para o povo espanhol, não
mudaram nada. Veja só o que dizem os seus ‘correligionários’ dos tais jornais
que só dizem falsidades.
O insuspeito (Nuno Garoupa),
refere que “Com este novo Congresso o
bloqueio institucional não foi solucionado”; Por sua vez Helena Matos, mais
crente, vê o sol onde só há nuvens. Diz a jornalista: “Seja o que for e pelo que for os partidos tradicionais (PP e PSOE)
ganharam em Espanha”, como se isto quisesse dizer alguma coisa. Aliás, a
sua própria colega de jornal (Filomena Martins), encarrega-se de a informar.
Diz ela, “Seis meses depois voltou a
ficar quase tudo na mesma. Se antes não houve acordos, será possível fazê-los
agora, quando os líderes já trocaram as piores ofensas? Vem aí uma
belgicalização espanhola?” (Percebeu, Helena Matos?)
Até o historiador da “corte” (Rui
Ramos) reconhece que “É um facto
[que] nenhum partido voltou a obter
maioria absoluta, e as velhas incompatibilidades não foram abandonadas na noite
eleitoral.” Chegando mesmo a vaticinar que “Uma terceira volta das eleições talvez seja o epílogo…”. Dizer
isto, para depois vir a concluir que “… a
política de Espanha, ao contrário dos seus protagonistas, mudou. A dinâmica é
outra”, é caso para dizer: “Oh, valha-me Deus”!
“Na realidade as eleições espanholas não deixaram tudo na mesma. É
certo que delas não resultou qualquer maioria de governo, mas ocorreu nelas uma
inversão de rumo:”, isto é o que diz o seu “amigo” José Manuel Fernandes.
Que significativo aconteceu, para estar tão esperançoso? Que o Podemos passou para terceiro e o PSOE
para segundo? E daí?
Ora bem, Henrique Monteiro, ou
estamos a falar na formação de um governo em Espanha, e todas as “mudanças”
apregoadas por vós, não se manifestaram como interpretam, pois para a formação
de uma maioria de governo, não se pode contar apenas com o PP que ganhou,
certo, como já tinha ganho ou estamos a defender a tese da aproximação ao
governo de maioria absoluta e então aí têm razão, o PP aproximou-se mais da
maioria pois teve mais votos e deputados e o PSOE recuperou o lugar que tinha
perdido nas penúltimas eleições. O.K. E Depois?
Repare: o porta-voz dos
socialistas espanhóis disse que o líder do PP não conta com o apoio do PSOE,
nem de forma explícita nem de forma implícita. Em conferência de imprensa,
Antonio Hernando foi categórico e disse que se Rajoy quer conversar que fale
com os que lhe estão ideologicamente próximos.
Sabendo que uma aliança com o
Cidadãos não basta para chegar à maioria, Mariano Rajoy (presidente do PP)
precisa de Sánchez para formar Governo.
É que não percebo bem se os
nossos jornalistas “encartados” têm presente os resultados eleitorais em
Espanha. Não? Aqui vai. O PP venceu com 33,03% e 137 mandatos, o PSOE ficou na
segunda posição com 22,66% e 85 assentos parlamentares, em terceiro lugar surge
o Unidos Podemos com 21,10% e 71 deputados. Por fim, o Cidadãos teve 13,05% e
garantiu 32 mandatos.
Ou seja, resulta das eleições que
é o PSOE e o seu líder Pedro Sánchez quem assume papel principal em negociações
a haver. Não é o PP. Os socialistas são o pivot quer para a formação de um
Governo de bloco central, quer para um eventual Governo das esquerdas
(“geringonça”, à espanhola, ou artilugio).
Pois então, meus senhores, mais
uma vez o PP de Mariano Rajoy teve uma vitória “pírrica”, com a agravante de
estar enlameado em escândalos de corrupção, que para os nossos “encartados” da
opinião publicada é de somenos. Seja…!
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