Claro que este título para além de não trazer
novidade nenhuma, pois são conhecidas as preferências politicas do seu autor, está
a milhas de "o programa da troika é
o nosso programa e queremos mesmo ir além dele", de Passos Coelho ou
daquele outro de Paulo Portas que nos lembrava «ad nauseam» que «Portugal vive em "protetorado",
com um ‘co-governo de credores’».
No fundo, todos espelham a mesma fraqueza. A
submissão “aos de fora”. Foram formados e formatados, neste singular principio
de que os de fora é que são bons. Os estrangeiros e agora os europeus da união.
Estes sim, burocratas abstratos, autênticos “Aliens”, ‘chantagistas’
improvisados e croupiers da economia de casino. Estes é que são bons. Os
nossos, designadamente, comunas e bloquistas, gente do Portugal infeliz, da
pobreza, da miséria, dos bairros sem condição, dos funcionários, “gorduras do
Estado”, dos médicos, enfermeiros, e pessoal auxiliar do SNS, da escola
pública, autênticos ‘sorvedores’ dos cofres das benesses, dos subsídios e das
recapitalizações dos bancos públicos ou privados, estes é de desconfiar porque “chantageiam”
para eliminar as desigualdades e melhorar as condições para toda uma população
que vive na base da pirâmide cada vez mais larga para que o vértice se mantenha
opulento e desmesuradamente rico e ganancioso, de onde se soltam umas migalhas
para os Henriques Monteiros deste país.
Viver em democracia custa. Mais custa quando muitos
julgavam que a democracia era o ‘centrão’. Cresceram no ‘centrão’ e educaram os
seus filhos no ‘centrão’. Sempre se habituaram a pôr de lado uma parcela da
sociedade portuguesa, mesmo que esta parcela em muito tenha contribuído para
esse afastamento.
O ‘centrão’ do BPN, do BPP, do BANIF, do BES, da PT,
da ONEGOING, etc., etc., é que colocou Portugal a “viver acima das suas
possibilidades”. Hoje, com a fatura, vemos que estas mentes pafiosas não param de “calcar”. Vimos
isso no passado recente e continuamos assistir através dos “homens de palha” do
‘centrão’ que atarantados e ressabiados vão destilando o “veneno” político, próprio
dos répteis acossados.
Mas convínhamos, hoje, em que está assumido que os
comunistas “não comem criancinhas” e os bloquistas não são as “brigadas revolucionárias”,
era de esperar que aqueles democratas beneficiários
da escola pública, autêntico ‘privilégio’ de um “Portugal a viver acima das
suas possibilidades”, pudessem contribuir com uma informação informada, isenta
e não preconceituosa, para que Portugal possa progredir e não seja objeto da
caricatura sistemática de que internamente, o pior de Portugal são os
portugueses (alguns, t’á visto!).
Henrique Monteiro, que a fingir já é Comendador, deve pensar que as
dificuldades dos portugueses são também a fingir.
Pois não, a coisa é muito mais séria que isso!