No momento em que iniciamos o
presente escrito (dia 04 de Maio às 17,53h), já é do conhecimento de todos que
o ministro PaPo ([1]) comentará o novo plano de
austeridade no próximo domingo (dia da Mãe!...) à tarde, em hora e local ainda
não revelados. Ou seja, e ao que se diz, analisará as medidas relativas a este
ano e aos próximos dois, anunciadas ao País na passada sexta-feira pelo
primeiro-ministro PaCo ([2]).
As medidas anunciadas, como
sabemos, são mais do mesmo. Cortes nos funcionários públicos, nos respectivos
salários, nos sistemas e subsistemas de saúde, e, como não podia deixar de ser,
no esmagamento dos reformados e pensionistas. Estes são fatalmente a grande vítima
dos desmandes deste governo ultraliberal, acolitados pelos “homens da troika”,
e do seu comandante em chefe em Portugal, ViGa ([3]).
É em ViGa que os credores
internacionais depositam todas as esperanças. E porquê? Porque este lhes
garante taxas de rendibilidade do seu (?) dinheiro, muito generosas.
Por isso, nada pode afastar [a]
ViGa do governo. Portugal se quer continuar a receber os apoios tem de manter
[a] ViGa em pé!...
Apesar de na génese deste governo
se encontrar o partido dito dos “reformados
e pensionistas”, que levam mais uma “talhada” monumental, a verdade é que o
peso [da] ViGa coloca o líder deste partido, PaPo, no dito!...
Embora PaPo tenha ficado
incumbido de elaborar o plano de reforma do Estado, no qual se incluiriam,
certamente, as medidas de redução da despesa anunciadas por PaCo, a verdade é
que a força política de [da] ViGa, supera em muito a dupla desavinda PaCo/PaPo,
vindo aquele a “ordenar” que fossem comunicadas as medidas sem que o dito plano
se encontrasse elaborado ou, eventualmente estando, fosse feito à revelia dele.
Aliás, já em anterior intervenção
o ministro ViGa, dava conta que não vergava. Dizia ele que "A especificação das medidas necessárias para alcançar o esforço
[da reforma do Estado] é uma responsabilidade do Governo como um todo".
Assim de uma penada, acabava com
as “pieguices” dos ministros PaPo e AlSaPe ([4]), que
teimavam em ter escritos próprios. De resto quanto a este último, há muito que
ViGa entende que o AlSaPe não desgruda.
Hoje, uma amplíssima maioria de
portugueses de todos os quadrantes políticos entende que [a] ViGa já não é mais o
suporte à sustentação das políticas do governo, que acusam de erradas e
ideologicamente perversas.
Para João Dinis da CNA, por
exemplo, “O Governo, através de um
comissário político do Banco Central Europeu, quer eliminar os agricultores,
via Finanças. O indivíduo [ViGa] não acerta uma. É pior que um cartomante e
suspende desta forma uma Lei da Assembleia da República".
“Para … as Finanças, não basta a credibilidade internacional do actual
titular [ViGa], era fundamental alguém que tivesse credibilidade internacional
mas que no país se acreditasse no que anda a fazer, que não é o caso,
manifestamente". (António Capucho, DN de 11-04-2013)
“Creio que, para o ministro das Finanças [ViGa], esta questão [“OPA
hostil e gratuita” …sobre o regime público de pensões], não é apenas uma
questão de cortes. Ele pensa assim, há aqui também uma perspectiva ideológica.
Repare bem que na intervenção toda do primeiro-ministro não se falou uma vez de
desemprego”. (Bagão Félix, Lusa, 04-05-2013)
Segundo Manuela Ferreira Leite, “andamos a fazer sacrifícios em nome de nada”.
Mais, com o humor que a caracteriza, diz que só com uma “varinha mágica” o executivo “transforma
uma abóbora numa carruagem”.
Quanto ao ministro ViGa, Ferreira
Leite diz-se “chocada” por, no DEO
(Documento de Estratégia Orçamental), ViGa “dizer
mal de Portugal” em documentos internacionais e afirmar que tudo “foi errado e irresponsável”. (Público
online, 05-05-2013).
[*]. – É
nosso propósito no texto que se segue, contribuir para o corte nas “gorduras do
Estado”. Por isso, usaremos os nomes de alguns ministros do actual governo
apenas pelas duas primeiras letras do nome e sobrenome ou apelido. Admitimos
que daqui possam resultar situações ridículas. Como alguém diria: “olha
azar!...”.