quinta-feira, 18 de abril de 2013

EQUIVALÊNCIAS, POIS CLARO!...


Como se sabe, o Tribunal Constitucional, entre outras, chumbou o confisco dos subsídios de férias aos funcionários públicos e aos pensionistas, com o fundamento de que esta medida viola o princípio constitucional da igualdade.

Logo tratou o governo de arranjar, para esta e outras normas chumbadas, medidas alternativas. Para tanto reuniu-se no passado dia 17 do corrente mês (dia e noite), com o objectivo de encontrar as tais medidas substitutivas. Chegados ao fim da dita reunião e no briefing que lhe seguiu (já no dia seguinte), veio-se a saber, ou melhor, não se veio a saber, quais foram as medidas substitutivas aprovadas, para colmatar aquelas que foram chumbadas pelo Tribunal Constitucional. Argumentou o porta-voz do governo que só quando for efectuado o Orçamento Rectificativo (lá para meio de Maio) é que se ficarão a conhecer de tais medidas.

Porém, uma coisa parece certa para este governo. O subsídio de férias aos funcionários públicos e aos pensionistas, vai ser pago em Novembro. Ora aí está uma medida sensata, pois, como se sabe, os funcionários públicos e os pensionistas portugueses, têm por principio gozar férias em Novembro…

Aliás, é um hábito dos povos do sul, muito em particular dos portugueses (e de entre estes dos funcionários públicos e dos pensionistas), escolher a melhor estação do ano para gozar férias que é, como se sabe, o Outono. Assim sendo, faz todo o sentido que o subsídio de férias lhes seja pago nesta altura…

É certo que há (havia?) uma lei na administração pública (Decreto-Lei n.º 157/2001 de 11 de Maio, na sua redacção actual) que nos seus artigos 2.º e 4.º, consignavam não só o direito a férias como a obrigação do pagamento do subsídio de férias fosse efectuado no mês de Junho ou em conjunto com a remuneração mensal do mês anterior ao do gozo das férias, quando a aquisição do respectivo direito ocorrer em momento posterior. Esta obrigação, por vontade do governo, passou agora para Novembro. Violação de lei? Tudo indica que sim!...

O que tudo isto demonstra, no entanto, é que o governo não está disposto a «dar de barato» a reposição do subsídio de férias aos funcionários públicos e aos pensionistas. E se não os pode confiscar, como queria, então usa de todos os expedientes dilatórios e persecutórios para protelar o cumprimento das suas obrigações legais, assim infligido, mais uma vez, um duro golpe nos direitos daqueles portugueses.

Diz-se que o governo também poderá enveredar por “trocar” os actuais duodécimos do subsídio de natal por duodécimos agora relativos ao subsídio de férias. Assim, os funcionários e pensionistas que até agora estavam a receber duodécimos do subsidio de natal, deverão convolar tais recebimentos em duodécimos do subsidio de férias, assim ficando tudo «nos conformes», voltando o subsidio de Natal a ser pago no mês de Novembro, como sempre foi.

É caso para dizer que não falta «força anímica» a este governo para prosseguir nas técnicas sofisticadas das equivalências, que tantos “méritos” trouxe a este governo.

Como dizia o outro. O criador sai mas fica a criatura!...  

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