O Senhor Procurador-Geral da República (PGR), da era Montenegro, inaugurou uma nova perspectiva investigatória, aos políticos, sob rumores ou suspeitas, provenientes de denuncias anônimas, não os submetendo a inquérito crime, mas antes, passando pelo crivo da chamada “Averiguação Preventiva”, fase em que não há arguidos. Foi, sobre ‘brasas’, no caso Montenegro/Spinumviva, que o ‘corajoso’ PGR inaugurou esta nova ferramenta investigatória sob o primeiro-ministro demissionário, deixando a recato o mais que pôde, o candidato à reeleição (o que veio a acontecer). Porém, para que o processo fosse equitativo, abriu também uma “averiguação preventiva”, ao então líder do PS, Pedro Nuno Santos (PNS), sobre a compra de dois imóveis, um em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo. Até aqui, como diria o outro, perfeito. Como disse, PNS, “As denúncias são anónimas, mas a verdade é pública”. Então, qual a diferença? A diferença, que é muita, está no facto de, desde novembro 2023, uma investigação da revista “Sábado” levantou suspeitas sobre a origem dos fundos utilizados por PNS, para adquirir os dois imóveis. Essas suspeitas incluíam inconsistências nas declarações sobre o pagamento de um crédito bancário de 450 mil euros e a relação entre a compra do terreno em Montemor-o-Novo e a localização do novo aeroporto de Lisboa. Pois foi exatamente com base nestas suspeitas que, repito, datam de novembro de 2023, o MP, em abril de 2025, abriu uma ‘averiguação preventiva’, com o objetivo de verificar indícios de crimes como corrupção ou uso indevido de fundos públicos. Porém, perdidas as eleições legislativas, realizadas a 18 de maio de 2025, pelo ex-líder do PS, em 25 de maio de 2025, o MP anunciou que a averiguação seria “arquivada’, considerando os esclarecimentos de Pedro Nuno Santos satisfatórios e sem indícios suficientes para abrir um inquérito criminal. Tudo se torna mais fácil, quando o caminho é limpo, previamente.
Agora é deixar ‘apodrecer’ as
‘averiguações preventivas’ em curso, tal como as insinuações criminais que
retêm o Presidente do Conselho Europeu. Ambas, já não fazem ‘mossa’.
Sou do tempo em que alguns fumadores, fumavam cigarros da marca ‘Provisórios’ e outros da marca ‘Definitivos’. Os primeiros, convenciam-se que era fácil deixar o vício. Já os segundos vincavam o seu apego ao vício, Não sei a que propósito me lembrei disto agora!