A morte dos inocentes.
Portugal viveu nos últimos tempos
das maiores tragédias que há memória. Quase em simultâneo, o colapso na saúde,
na justiça e agora nos incêndios, tornou calamitoso o panorama geral do país de
tal forma, que o governo paralisou e o presidente emudeceu. Salvaram-nos os
voluntários e a solidariedade ativa da Europa. Hoje é dia de luto nacional,
pelas vítimas dos incêndios, nos quais perderam a vida, entre outros, bombeiros
voluntários. Não há palavras para tamanha grandeza humana que põe ao serviço
dos outros, voluntariamente, a sua própria vida. Olhando para o que nos rodeia,
até nos envergonha. A insanidade medíocre daqueles que nos governam, que não
debitam um pingo de emoção perante a tragédia nem esboçam um sentimento mínimo
de consternação, por falência de valores, tornam estas mortes um desperdício
atroz e imerecido perante tamanha ingratidão.
Se nas tempestades o capitão do
navio se esconder no porão, deixando passageiros e tripulantes à deriva, apenas
terá como companheiros os ratos ou outros da sua espécie. O mesmo aqui se
passa.
Só a comunicação social ligada às
ignições e os comentadores ligados ao sensacionalismo ‘rentista’ se fizeram ver
e ouvir durante este período de tragédia. De onde deveria vir o conforto,
segurança, confiança, e esperança no futuro, nem uma palavra, nem uma ação.
Quietos e calados.
“𝗢 𝗵𝗼𝗺𝗲𝗺
𝗾𝘂𝗲
𝗲𝘃𝗶𝘁𝗮
𝗲
𝘁𝗲𝗺𝗲
𝗮
𝘁𝘂𝗱𝗼,
𝗻ã𝗼
𝗲𝗻𝗳𝗿𝗲𝗻𝘁𝗮
𝗰𝗼𝗶𝘀𝗮
𝗮𝗹𝗴𝘂𝗺𝗮,
𝘁𝗼𝗿𝗻𝗮-𝘀𝗲
𝘂𝗺
𝗰𝗼𝗯𝗮𝗿𝗱𝗲.”
(𝗔𝗿𝗶𝘀𝘁ó𝘁𝗲𝗹𝗲𝘀)