quinta-feira, 26 de outubro de 2023

 A linguagem da guerra

Voltámos à barbárie. Os líderes idiotas, medíocres e os escribas do acessório, diariamente vomitam misseis e noticias, em guerras, predominantemente contra civis e alvos civis. Estabelecem a hierarquia de quem deve ser considerada vítima e relegam para o submundo dos humanos os restantes. Crianças mortas, são só as de um lado. Do outro lado, são terroristas e assassinos. O Direito Internacional ficou suspenso, para que a comunidade internacional desse o seu acordo a retaliação sanguinária. Os líderes mundiais movimentam-se, como abutres, para sugar o sangue das vítimas e dinamizar o comércio da “ajuda humanitária”, das armas e dos despojos de guerra. O mundo está cheio de “abcessos”. Os conflitos regionais, multiplicam-se, os senhores da guerra, igualmente, e a insegurança mundial, aumenta por cada dia que passa. Os cidadãos que não estão em guerra, sente-se impelidos para ela, tomando partido, por um dos lados, sem distinguir agredido do agressor. Invadido, do invasor. Não têm coragem para defender esta divisão, que pressupõe humanidade. Não existe, na cultura atual. Por isso, a generalidade dos líderes é medíocre e a comunicação social, anda pelo mesmo caminho. A guerra só lhes interessa, como espetáculo mediático. As cenas de horror, de mortandade e disseminação, são as mais repetidas. Falta-lhes coragem, para parar com a divulgação de imagens que só perturbam a vida de todos e nada contribuem para a resolução dos conflitos. “Especialistas” são diariamente chamados a explicar o inexplicável. A justificar o injustificável. Mas quando vozes autorizadas, como a do Secretário-Geral da ONU, vêm pedir uma abordagem mais séria aos conflitos, eis que os “senhores da guerra” e os seus “arqueiros”, destilam ódio e espumam raiva, suspendendo as suas obrigações no âmbito do Direito internacional e em particular, nos direitos humanos.  

Impressiona, ver os autores morais destas chacinas, em fóruns e palcos internacionais, rodeados de “Prigozhin’s” e outros mercenários, delineando estratégias, para acabar com outros povos, se necessário for sacrificando a sua própria população.  

O mundo está a radicalizar-se, fruto da insegurança criada pela mediocridade dos seus líderes. A apetência para os extremismos, acentua-se de dia para dia. Ninguém quer, o que aí vem!... 

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

 Madeira, «jardins» desgovernados!

Apesar de “todos os fundos estruturais auferidos”, a Madeira é neste momento a região com os piores índices de pobreza e rendimentos do país, constatando-se que a causa está nos problemas estruturais “desastrosos” do modelo económico desenvolvido pelo Governo Regional da Madeira, que agrava ainda mais a condição ultraperiférica da região, por si só já uma desvantagem. Esta é uma conclusão de todos os quadrantes políticos, económico e sociais, do país. São 47 anos de manutenção dos níveis de pobreza de desigualdade e de obscurantismo. O sistema político nacional, nascido com o 25 de Abril de 1974, e as consequentes autonomias, não souberam afirmar as regiões autónomas como regiões desenvolvidas, de progresso e de prosperidade para as suas populações. Os governos regionais, em particular, o governo regional da Madeira, quer na sua anterior gestão quer na gestão atual, de feição PSD, nunca soube erigir como prioritário, o bem-estar das suas populações, retirando-a dos piores indicadores civilizacionais de que há registo. Os partidos regionais, em particular o PSD da Madeira, é uma amálgama de descendentes de antigas famílias madeirenses, uma elite que, por razões várias, se associou aos súbditos de Sua Majestade, quer através dos negócios, quer pela via do casamento, uma característica que ainda hoje perdura. São estes descendentes que ainda hoje, submetem o povo insular a viver de cabeça curvada. Para além destes descendentes, há toda uma «entourage» de «mangas de alpaca», que não tiveram acesso à descendência que servia os súbditos de Sua Majestade, mas eram e são os assalariados madeirenses, ainda que governantes, que mantém vivas as desigualdades gritantes nesta região. De novo, abre-se uma oportunidade para os povos da Região Autónomo da Madeira, de se libertaram do obscurantismo e da pobreza a que estão irremediavelmente vetados, caso nas próximas eleições legislativas regionais, não afastem de vez, aqueles que, com as suas políticas, há mais de 45 anos, mantêm o cenário indecoroso da pobreza e da indignidade, da população madeirense. No dia 24 de setembro de 2023, abre-se um novo capítulo de esperança para o povo madeirense que, através do voto, tem nas suas mãos a decisão de pôr termo à governação do PSD, que tanto atraso e miséria trouxe à região.

Está na hora de arrepiar caminho!...

terça-feira, 19 de setembro de 2023

 O RENTISMO – A NOVA FILOSOFIA DO ARRENDAMENTO EM PORTUGAL

Através de um problema real de escassez de habitação no nosso país, uns quantos, adeptos do quanto pior melhor, decidem especular de forma escandalosa os preços das rendas por habitações que não reúnem, sequer, um mínimo legal, para ser considerada apta para esses fins. Os exemplos são em catadupa, e vou servir-me, apenas de um mais recente, como mote ao tema. “14 Setembro 2023, 22:25, Antena 1 visitou um quarto (na cave de uma casa) sem janela que está para arrendar por 600 euros (Lisboa), sem recibo.” O nome da repórter vem no corpo da notícia. Fico siderado com a passividade das autoridades que têm sob a sua tutela, a fiscalização destas e outras situações. Refiro-me, especificamente, ao Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) que, pela Portaria n.º 261/2021, de 22 de novembro, pelo seu Artigo 2.º, comete a esta entidade o “…acompanhamento e a fiscalização do cumprimento da legislação aplicável ao arrendamento habitacional e, nesse âmbito, reportar à entidade pública materialmente competente para agir as situações irregulares ou ilegais que sejam detectadas no exercício dessas competências.” E no seu Artigo 3.º, da referida Portaria, determina-se que: “1 - No exercício da sua atividade de fiscalização, o IHRU, I. P., promove as ações necessárias à verificação do cumprimento da legislação aplicável ao arrendamento habitacional, junto das pessoas singulares ou coletivas, públicas ou privadas, relevantes para a prestação da informação necessária para o efeito; 2 - No desenvolvimento das ações de fiscalização, cabe, nomeadamente, ao IHRU, I. P.: a) Solicitar junto de entidades e serviços da administração direta e indireta do Estado, em especial da Autoridade Tributária e Aduaneira, do Instituto dos Registos e do Notariado, I. P., e das administrações local e regional, incluindo as entidades dos respetivos setores empresariais, a prestação de informação necessária sobre os contratos, as pessoas, empresas ou entidades relevantes nas situações objeto da fiscalização; b) Solicitar às autoridades administrativas e policiais a realização das diligências que se mostrem necessárias para efeito das ações de fiscalização por ele promovidas; c) Obter informações junto de quaisquer pessoas ou entidades que considere relevantes para o conhecimento de situações passíveis de verificação no âmbito da sua atividade de fiscalização.”. Ora, como se percebe, esta entidade dispõe de todas as condições e meios para fazer uma fiscalização eficaz do mercado do arrendamento e não faltam denúncias públicas, para poder e dever atuar, sobre estes merceeiros do arrendamento, que inundam o mercado com preços proibitivos de habitações e que violam o princípio elementar do Direito Humano a uma Habitação Condigna.  Dispõe o artigo 65.º da CRP que: “Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar”. Estes «merceeiros do arrendamento», improdutivos e especuladores sem escrúpulos, acumulam riquezas significativas de forma rápida, através da colocação dos seus imóveis no mercado do arrendamento, sabendo que as autoridades são passivas na exigência do cumprimento da lei. A pressão sobre a habitação resulta em grande parte desta distorção infame, destes rentistas acéfalos, que cometem crimes sem pena. Sim, porque para além da falta de condições de habitabilidade, mínimas, pratica o crime de especulação o senhorio que recusa entregar recibo de rendas recebidas (artigo 14. ° do DL 321-B/90, de 15-10 (RAU). Está tudo na notícia (denúncia)!


terça-feira, 15 de agosto de 2023

 A miscigenação do poder em Inglaterra

 

Mahatma Gandhi, teria ficado maravilhado se pudesse ter assistido à ascendência dos seus Kshatriyas ao poder do governo de Londres, como acontece atualmente na ilha. Este é um feito de enorme significado, já que a democracia britânica é elitista por natureza, com laivos de acentuados preconceitos. Espanta, por isso, a rapidez com que a comunidade de ascendência indiana, tomou as rédeas do poder em Inglaterra, de tal forma que, assiste-se agora a manifestações declaradamente racistas, preconceituosas e xenófobas, protagonizadas pela atual ministra do interior Suella Braverman, cujo maior sonho é ver os aviões levantar em Londres carregados de emigrantes com destino ao Ruanda, no âmbito do acordo entre os dois países, para emigração ilegal. Foi preciso chegar ao poder uma descendência indiana, para que as soluções aos refugiados e à emigração (legal ou ilegal), passassem pela sua deportação para país terceiro (Ruanda) a troco de uns milhões de libras.

E sabermos nós que estes atuais governantes são fruto da emigração, é obra !

 

terça-feira, 11 de julho de 2023

O Centrista Radical!

João Miguel Tavares, afirma-se radical do centro e André Ventura afirma-se radical de direita. Afinal o que é que têm em comum? São radicais, isto é, são pessoas inflexíveis, intransigentes, que não tem em consideração a opinião ou a maneira de pensar dos demais. São verdadeiros instrumentos de protesto, nada acrescentando á vida e bem-estar das populações. Panfletários, raramente assumem um papel construtivo na sociedade. Um pouco como os delinquentes, são em regra inteligentes, mas essa inteligência é colocada ao serviço do “mal”. São inúmeros os exemplos da repescagem de alguns deles para as soluções políticas no país que redundaram num fracasso. Felizmente que, até agora, as experiências foram feitas com radicais de esquerda. Temo o contrário. Os radicais do centro e da direita. Esses, para quem viveu na ditadura, durante mais de um quarto de século, são a antítese de tudo o que é civilizacional. São o obscurantismo, o irracional, o privilégio, o estandarte e uma acentuadíssima discriminação de género.

João Miguel Tavares, num episódio do podcast Geração 70, do Expresso dizia: “Tracem um paralelismo entre a democracia e o Estado Novo. Vão assustar-se quando perceberem as semelhanças”. Esta frase, espelha bem a deformação de quem viveu apenas de um lado da “barricada”, neste caso em democracia onde, apesar de tudo, é possível dizer e escrever baboseiras, sem quaisquer consequências de maior. Nascido em 1973, este cronista, centrista radical, pelo que leu e ouviu contar, vê muitas “semelhanças” entre o Estado Novo e a Democracia. Claro que não viveu na ditadura do Estado Novo. Se tivesse vivido, saberia que a vida talvez lhe sido madrasta, no acesso ao ensino superior; talvez lhe tivesse proporcionado a experiência única de ir defender as “nossas províncias ultramarinas”; talvez hoje, fosse um chefe de falange proeminente, na terra onde nasceu e estivesse a lecionar em qualquer uma das escolas do seu conselho ou, na pior das hipóteses, fosse empregado bancário, lá no “burgo”. É claro que não havia lugar a “Time Out ’s” ou “Governos Sombra”; também pouco importaria, em relação aos “serões para trabalhadores” ou o teatro ou a declamação, nos salões da terra. O acesso à televisão, só se fosse como telespetador; Lisboa, continuaria demasiado longe e “distante” de Portalegre.

Numa coisa, percebe-se a “semelhança”: teria um prol de descendentes.

Porém, nunca teria percebido, que “Deus, Pátria e Família” não eram verdades indiscutíveis e que não há valores absolutos, como não eram indiscutíveis todas as ideias-mestras que deles derivam e, por via dessa legitimidade de inspiração, simultaneamente, natural e divina, Salazar e o Estado Novo justificavam que toda a Oposição (a elas) fosse considerada antinatural e contrária à verdade e ao bem e, por isso mesmo, devia ser contida (e se necessário mesmo reprimida pela violência e pelo encarceramento).

Em suma, as dessemelhanças das ideias mestras de Salazar e do Estado Novo, que assentavam quer na moral cristã e na doutrina católica quer numa caracterologia e numa tipologia cujas principais fontes de inspiração são de matriz biológica (o que é normal num tempo em que a biologia era o paradigma da psicologia, da história, da sociologia e da política), são a antítese da democracia, nascida com o 25 de Abril de 1974. O direito à liberdade defendido por Salazar no Estado Novo era, “o direito à liberdade possível dentro da autoridade necessária". Pelo perfil e dimensão, João Miguel Tavares, seria sem dúvida um indefetível.

Neste ponto, o futuro do seu passado, roubou-lhe o sonho!

  

domingo, 25 de junho de 2023

 Operação Militar Especial do Grupo Wagner na Rússia

As forças mercenárias de Moscovo, conhecidas por grupo Wagner, que atuam em vários teatros de guerra, com particular destaque, para a Ucrânia, sublevaram-se contra o seu chefe, Vladimir Putin, e empreenderam uma marcha militar rumo à capital, no dia de ontem 24 de junho de 2023, a que apelidaram de "marcha pela justiça". Mercenários a utilizarem slogans como “marcha pela justiça”, soa a falso, pois se há conceito ou valor que eles não têm é o da justiça. Por isso são mercenários. São indivíduos que a troco de dinheiro e outras benesses fazem a guerra em outros países, levando a morte e a destruição, enquanto os seus mentores se pavoneiam pelos palcos internacionais, numa espécie de “mãos limpas”.

A operação militar especial na Ucrânia levada a cabo pelo presidente russo, mostra à saciedade isso mesmo. Foi o grupo mercenário Wagner, a principal força destruidora na Ucrânia e aquela que ocupou a maior parte dos territórios rapinados à Ucrânia. Diz o mercenário chefe, que as suas forças terão perdido cerca de 20 mil homens, nesta operação especial na Ucrânia. Assim, efetivamente, não custa. Porém, tem um preço. E o preço, está aí. Quando os altos comandos militares russos perceberam que andavam a “toque de Wagner”, na Ucrânia, rapidamente tentaram alterar o contrato, com vista à submissão dessas forças à hierarquia militar. Foi a “gota de água” e o mote à rebelião. Num ápice, eles tomam cidades russas e ameaçaram avançar até ao Kremlin, para depor Putin. Este, naturalmente, não ficou em Moscovo à espera dos seus mercenários revoltosos. Partiu. Entretanto, pediu ao seu homem de mão Lukashenko (Bielorrússia) que entabulasse negociações como o chefe mercenário, com vista a este parar com a marcha até moscovo, contra a garantia de que o processo criminal contra ele seria arquivado e que iria para uma zona de conforto na Bielorrússia, para guardar as fronteiras com a Polonia, evidentemente, com as condições económicas principescamente melhoradas. Aparentemente, isto foi aceite. E assim terá terminado a Operação Militar Especial do Grupo Wagner na Rússia. Que, relembro, é uma força paramilitar mercenária, de Vladimir Putin. Afinal não se cumpriu a profecia do líder dos mercenários de que “em breve teremos um novo presidente" e de que “vai ter gente enforcada na Praça Vermelha”. E agora?

O atual vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev‎, alertou, este sábado, que o mundo poderá enfrentar uma "catástrofe" se os mercenários do Grupo Wagner, que estão a levar a cabo uma "rebelião armada no país", tiverem acesso a "armas nucleares russas".

"A história da humanidade ainda não viu o maior arsenal de armas nucleares sob o controlo de bandidos", disse Medvedev‎, referindo-se ao Grupo Wagner. Os pais da criatura, agora rejeitam-na. Medonho.

Perante tudo isto, a grande e principal preocupação será agora a deslocação desta força mercenária na fronteira da Bielorrússia com a Polónia e o potencial bélico e provocatório que representa para aquela região. O que acontece presentemente na Ucrânia poderá repetir-se na Polónia, agora com contornos mais dramáticos. Enquanto o partido militar estiver no poder na Rússia, muitas serão as tentações para a reconstituição da “Mãe Russa”

 

 

quinta-feira, 22 de junho de 2023

 “Orgulho e preconceito” – fotografia ou cartaz?

 O Senhor Presidente da República, falou com o Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), exprimindo toda a solidariedade em relação ao anúncio de um concurso para oficiais da PSP, bem com a atuação desta Instituição neste contexto.”, lê-se na página oficial da presidência de república, de 20 de junho de 2023.

Esta solidariedade com a PSP, que deu direito a esta nota oficial, surge após o anúncio de um curso para formação de oficiais com a fotografia de um agente da PSP de ascendência negra, que se tornou alvo de muitos comentários racistas no Twitter. “Parece-me que alguém trocou a foto do polícia e do ladrão”, “Contratem o pessoal na Amadora e Cova da Moura, e por aí acabam logo os crimes”, “Anúncio da PSP… De Moçambique?”, etc., etc.

Estas manifestações inequívocas de racismo que mereceram e bem o repudio do PR, são exatamente do mesmo tipo de que foi alvo o primeiro-ministro de Portugal nas comemorações do 10 de junho e na presença do mesmo PR que, sobre o facto, não expressou qualquer repúdio e/ou solidariedade. Como entender esta dualidade de critérios, em questões tão importantes com as da dignidade da pessoa humana?

Se os representantes máximos das instituições democráticas, não praticam solidariedade entre si, transmitem à sociedade uma imagem terrível de laxismo e de falta de cultura democrática, que “inspira” os inimigos da democracia nas suas ações de descrédito e degradação que diariamente são levadas a cabo, quer na Assembleia da República quer em alguns órgãos de comunicação social. O Presidente da República, com estas condutas, mostra fraqueza democrática intolerável.