O Presidente da República, definitivamente, parece padecer de uma qualquer doença, que o impede de ter um pensamento e um comportamento uniforme perante a mesma realidade político. Segundo a imprensa atual, o presidente, vem informando, que “forçará um acordo para pelo menos dois orçamentos.”. Imaginando, por hipótese meramente absurda, que é essa à convicção do Presidente, o que é que o impediu de o fazer nesta legislatura? Será que o Presidente acha que Portugal é um país rico que se pode dar ao luxo de gastar uns milhões na realização de umas eleições antecipadas que por “preguiça” Presidencial, acabam por ser a única alternativa após o chumbo do Orçamento do Estado? O presidente, que mostrou uma fragilidade democrática assombrosa na presente crise do Orçamento de Estado, revelando uma total ausência de capacidade de influência e mediação no seio dos partidos que sustentavam o governo do PS e no próprio PS, vem agora, em grandes parangonas, informar que vai “forçar” um acordo para pelo menos dois orçamentos. Não sei se o Presidente foi acometido ou não de alguma doença grave. O certo é que, o que o senhor vem informar que irá fazer, não se compadece com aquilo que ele agora deveria ter feito e não fez. É certo que agora tem um “Delfim” no PSD o que não acontecia com Rui Rio. Mas caramba, o país é muito mais que isso. Marcelo mostra, que nunca seria a personalidade que o país precisa para os grandes desafios que tem de enfrentar. Marcelo é um “entertainer”, dos serões dos portugueses, que têm dificuldade em adormecer. É difícil entender, o que é que Marcelo pretende em 30 de janeiro de 2022, que não tenha agora. Esperará que os portugueses, façam uma inflexão à direita de tal forma expressiva, que lhe permita realizar o sonho de Sá Carneiro: “Um presidente, uma maioria e um governo”? Porém, tem que tirar o “cavalinho da chuva”. Ainda não estamos nessa! Calma! Sabemos que é um sonho antigo juntar toda a direita e extrema direita nos comandos dos destinos da “pátria lusa”. Mas, durante 47 anos (com pequenos intervalos), foi possível travar o retrocesso do país e esse tem de continuar a ser o objetivo democrático de todos nós. É um imperativo, combater todas formas dissimuladas de retrocesso que muitos dos atuais protagonistas políticos anseiam por realizar, com o apoio cúmplice do Presidente da República.
Entre outras coisas, será um espaço de crítica actual de factos (ou fatos) e acontecimentos que ocorrem e sucedem no nosso país e que potenciam o nosso crescente "direito à indignação". Será também, um espaço de opinião livre, mas responsável, sobre temas diversos. Sevla
sábado, 6 de novembro de 2021
sexta-feira, 5 de novembro de 2021
𝐀 “𝐩𝐫𝐞𝐠𝐮𝐢ç𝐚” 𝐩𝐫𝐞𝐬𝐢𝐝𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐥!
Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou ontem, a dissolução do Parlamento e a data das eleições para 30 de janeiro de 2022. Fraco desempenho, para quem tinha outras obrigações democráticas, para cumprir. A dissolução, aparece porquê? Por ter sido chumbado o Orçamento do Estado? Não pode ser. A Constituição não o permite. Porque ficou em causa o regular funcionamento das instituições democráticas? É muito exagerado e sem fundamento, tanto mais que os partidos que suportavam o governo no parlamento, pediam a apresentação de um novo orçamento. Então onde está o poder moderador do PR? Não está e diz-se que nunca esteve.
O país vai viver no “faz de
conta”, durante mais de 3 meses, porque Marcelo entendeu que assim deveria ser.
Pandemia, crise económica e financeira, crise de salários, crise social, tudo
pode esperar. Os partidos não se entenderam, paciência, entendessem. Claro que
o PS, que é quem tem a responsabilidade de governar, disse que foi até ao
limite dos possíveis. Os restantes parceiros entendem que não. O papel
moderador de um Presidente da República empenhado, certamente teria um
resultado positivo, pois o que separava as partes, não era inatingível. Mas o presidente
muito antes já tinha expressado a sua preferência. Eleições antecipadas. E aqui
penso que Costa o ajudou. Costa, sentiu ou pressentiu que o presidente já
estava noutra, os sinais eram mais que muitos, e não arriscou, contar com o seu
poder moderador, que sabia que este não iria utilizar. Marcelo (que já tem o
seu delfim), queria que a bazuca fosse utilizada pelo centrão de direita e extrema-direita
e não pela esquerda. Costa, deu-lhe os argumentos que ele precisava. Marcelo voou
para os seus, na esperança de que estes agarrem a oportunidade, para tanto se
dispondo a tomar partido. Vale tudo. Para um país que não tem tempo é
assombroso verificar a falta de pudor destes agentes políticos em subverter as
regras democráticas para atingir os seus fins pessoais ou de partido. Triste.
Triste, porque nunca democracia representativa de cariz parlamentar, pede-se ao
presidente que use de todo o poder moderador que tem para alcançar objetivos que
sirvam os interesses do país. Dir-se-á que não se pode culpar o presidente do
fracasso das negociações entre o PS os partidos que suportavam o governo na Assembleia
da República. Claro que não, nem é esse o ponto. O que se pedia ao presidente e
que ele não fez, era que usasse da influência que tem (ou não tem?), para pôr
as partes de acordo, quanto à aprovação do orçamento. Mesmo que esses esforços
viessem a fracassar, sempre se louvaria a intenção do presidente e ficava mais
a nu, a intransigência de cada uma das partes, base essencial para a respetiva
punição eleitoral.
Não, Marcelo entendeu, que o país
pedia uma resposta urgente. Sofisma, uma vez que irá tê-la, daqui a mais de 90
dias, tempo mais que suficiente, para se encontrar uma solução que não
passasse, necessariamente, pela dissolução da Assembleia da República. Até
porque isto tem custos e avultados, se a “preguiça” presidencial, resultar em mais
do mesmo.
Neste aspeto (como em tantos
outros), Marcelo não tem a dimensão democrática do cargo que ocupa. Vem-nos à
memória o saudoso Presidente Jorge Sampaio que, quer na forma quer no conteúdo,
mostrou com se exerce o poder presidencial em tempos de crise.
Em resumo: fica um vazio ensurdecedor na política portuguesa
quando um dos órgãos de poder, deixa de funcionar. Imagine-se, se a moda pega!...
sábado, 2 de outubro de 2021
Os novos desafios – pós pandemia
É curioso verificar a vertiginosa passagem do tempo, entre o início da pandemia do covid-19 e a sua quase extinção nos dias de hoje. Falo em Portugal e na Europa. Sabemos que há regiões no mundo que estão ainda a braços com a pandemia, nas suas fases mais críticas. Também sabemos o porquê. Certo é que regressados à (quase) “normalidade”, os nossos hábitos de vida mudaram e de que maneira. Seja qual for o prisma porque se pretenda ver, a verdade é que hoje tudo é diferente e já nada volta a ser como dantes. A pandemia afastou-nos ainda mais uns dos outros, ainda que no campo da solidariedade e durante este período pandémico tivéssemos assistido a demonstrações absolutamente extraordinárias de vários profissionais de diferentes áreas com particular destaque para a saúde. Aqui, foi empolgante ver o renascimento do Serviço Nacional de Saúde e a resposta quase exemplar que foi dada por todos os profissionais que lá trabalham. Isto é tão ou mais extraordinário quando ainda há bem pouco tempo um governo em Portugal procedia sem dó nem piedade ao desmantelamento desta estrutura vital para a saúde dos portugueses. Foi, pois, das “cinzas” que o SNS se reergueu e respondeu admiravelmente à pandemia do covid-19 que assolou o nosso país. Com este desafio, o SNS afirmou-se definitivamente como grande estrutura publica de saúde em Portugal e dificilmente será removido e/ou diminuído na sua atividade, seja qual for o governo que nos governe. Cá está um bom exemplo de serviço público que deveria ser replicado noutras áreas, principalmente, na educação e na justiça. Sobretudo, na justiça. Esta, foi “ferida de morte” pela pandemia do covid-19. A suspensão dos prazos e dos atos bem como os atrasos crónicos, tornaram este setor ingerível. É urgente, lançar mão da reforma da justiça numa aceção ampla, ou seja, quer ao nível da gestão judiciaria quer ao nível dos instrumentos para a sua realização. Não se pense só na justiça penal. Esta deverá fazer parte do conjunto da reforma. Hoje, o sector da justiça, mostra-se descaracterizada e muito longe do seu ideal. A realização da Justiça, entendida esta como a atribuição do bem, objeto de disputa num pleito judicial, a um dos sujeitos dessa disputa, de acordo com a decisão a que o juiz chegar mediante o cumprimento e a aplicação regular ao caso de todas as normas legais imperativas, sejam de Direito Público, sejam de Direito Privado, de direito material ou processual, de acordo com as circunstâncias concretas. É essa a missão que lhe foi imposta na Constituição. Não basta, porém, a mera observância das normas legais na decisão judicial. Ela há-de resultar da aplicação dos princípios gerais postos a descoberto pela Ciência do Direito.
Quão longe estamos destes ditames.
Os nossos tribunais dedicam-se à mera observância das normas legais, tantas
vezes desprovidas dos princípios gerais que enformam o nosso Estado de Direito Democrático.
Hoje em dia, os nossos tribunais são a aparência do Direito na sua vertente
mais cruel que é a da injustiça. Os tribunais são injustos, pela sua desorganização
interna e pelo reflexo nefasto na vida de cada cidadão que a eles têm de recorrer;
são injustos na tramitação que praticam, pois produzem atos inúteis e sem
resultados; são injustos, nas sentenças que produzem, que são de forma e não de
conteúdo, perdendo-se em extensas citações tipo “guarda-chuva”; são injustos,
porque acentuam (com o seu laxismo) uma justiça para ricos e uma justiça para
pobres. Estão longe, com órgão de soberania, de administrar a justiça em nome
do povo. Enfim. Precisam de uma “pandemia” especifica para a justiça. Tipo, “caso
Casa Pia”, mas de proporções extraordinárias. Uma situação que abalasse o sector.
Pelos vistos, nada se faz sem convolução ….
É curioso verificar a vertiginosa
passagem do tempo, entre o início da pandemia do covid-19 e a sua quase
extinção nos dias de hoje. Falo em Portugal e na Europa. Sabemos que há regiões
no mundo que estão ainda a braços com a pandemia, nas suas fases mais críticas.
Também sabemos o porquê. Certo é que regressados à (quase) “normalidade”, os
nossos hábitos de vida mudaram e de que maneira. Seja qual for o prisma porque
se pretenda ver, a verdade é que hoje tudo é diferente e já nada volta a ser
como dantes. A pandemia afastou-nos ainda mais uns dos outros, ainda que no
campo da solidariedade e durante este período pandémico tivéssemos assistido a demonstrações
absolutamente extraordinárias de vários profissionais de diferentes áreas com
particular destaque para a saúde. Aqui, foi empolgante ver o renascimento do
Serviço Nacional de Saúde e a resposta quase exemplar que foi dada por todos os
profissionais que lá trabalham. Isto é tão ou mais extraordinário quando ainda
há bem pouco tempo um governo em Portugal procedia sem dó nem piedade ao
desmantelamento desta estrutura vital para a saúde dos portugueses. Foi, pois,
das “cinzas” que o SNS se reergueu e respondeu admiravelmente à pandemia do
covid-19 que assolou o nosso país. Com este desafio, o SNS afirmou-se
definitivamente como grande estrutura publica de saúde em Portugal e
dificilmente será removido e/ou diminuído na sua atividade, seja qual for o
governo que nos governe. Cá está um bom exemplo de serviço público que deveria
ser replicado noutras áreas, principalmente, na educação e na justiça.
Sobretudo, na justiça. Esta, foi “ferida de morte” pela pandemia do covid-19. A
suspensão dos prazos e dos atos bem como os atrasos crónicos, tornaram este
setor ingerível. É urgente, lançar mão da reforma da justiça numa aceção ampla,
ou seja, quer ao nível da gestão judiciaria quer ao nível dos instrumentos para
a sua realização. Não se pense só na justiça penal. Esta deverá fazer parte do
conjunto da reforma. Hoje, o sector da justiça, mostra-se descaracterizada e muito
longe do seu ideal. A realização da Justiça, entendida esta como a atribuição
do bem, objeto de disputa num pleito judicial, a um dos sujeitos dessa disputa,
de acordo com a decisão a que o juiz chegar mediante o cumprimento e a
aplicação regular ao caso de todas as normas legais imperativas, sejam de
Direito Público, sejam de Direito Privado, de direito material ou processual, de
acordo com as circunstâncias concretas. É essa a missão que lhe foi imposta na
Constituição. Não basta, porém, a mera observância das normas legais na decisão
judicial. Ela há-de resultar da aplicação dos princípios gerais postos a
descoberto pela Ciência do Direito.
Quão longe estamos destes ditames.
Os nossos tribunais dedicam-se à mera observância das normas legais, tantas
vezes desprovidas dos princípios gerais que enformam o nosso Estado de Direito Democrático.
Hoje em dia, os nossos tribunais são a aparência do Direito na sua vertente
mais cruel que é a da injustiça. Os tribunais são injustos, pela sua desorganização
interna e pelo reflexo nefasto na vida de cada cidadão que a eles têm de recorrer;
são injustos na tramitação que praticam, pois produzem atos inúteis e sem
resultados; são injustos, nas sentenças que produzem, que são de forma e não de
conteúdo, perdendo-se em extensas citações tipo “guarda-chuva”; são injustos,
porque acentuam (com o seu laxismo) uma justiça para ricos e uma justiça para
pobres. Estão longe, com órgão de soberania, de administrar a justiça em nome
do povo. Enfim. Precisam de uma “pandemia” especifica para a justiça. Tipo, “caso
Casa Pia”, mas de proporções extraordinárias. Uma situação que abalasse o sector.
Pelos vistos, nada se faz sem convolução ….
quarta-feira, 29 de setembro de 2021
𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥 é 𝐋𝐢𝐬𝐛𝐨𝐚 𝐞 𝐨 𝐫𝐞𝐬𝐭𝐨 é 𝐩𝐚𝐢𝐬𝐚𝐠𝐞𝐦?
No passado dia 26 deste mês de setembro, realizaram-se as eleições autárquicas em Portugal. O PS ganhou as eleições, com 34,23% dos votos, o PPD/PSD ficou em 2.º lugar com 13,21% dos votos e a coligação PPD/PSD/CDS com 10,81%, em 3.º lugar. No jogo democrático, por um voto se ganha por um voto se perde. Neste caso, não foi preciso este exercício. O PS ganhou largamente as eleições autárquicas de 2021. Contra factos não há argumentos!...
Porém, as características de
alguns portugueses não mudam, e num virar de página, são capazes de transformar
uma vitória (indiscutível) em uma derrota. É o que se tem lido e ouvido nestas
48 horas, pós-eleições. Com que fundamento? O PS perdeu Lisboa, para o PSD,
logo …
Este argumento, que já teve o seu
tempo, é certo, é hoje em dia uma injuria. Portugal já não é mais só Lisboa.
Muito foi feito pelo poder autárquico no pós 25 de abril de 1974, de tal forma
que hoje temos municípios de excelência que são tão relevantes como Lisboa,
apesar desta ser a capital do país. Alguns órgãos de comunicação social, os "opinion
makers" ultraconservadores bem como os partidos da extrema-direita
pró-fascista, reduzem as eleições autárquicas a Lisboa, com isto pretendendo
desvalorizar o que se passou no restante país. A cegueira é tal, que menorizam
as “vitórias” que a sua área política alcançou, para dar enfase à perda da
capital pelo PS. Mas que Portugal não é só Lisboa, mostrou o eleitorado das 147
autarquias conquistadas pelo PS contra as 109 do PSD. Claro que o PS perdeu
Lisboa, mas também perdeu Coimbra ou o Funchal, por exemplo. São autarquias
muito importantes? Sem dúvida. Mas não são o país. Esta estreiteza de “guetos”
é típica dos antidemocratas que usam as eleições para atividade política
neofascista, xenófoba e racista. Hoje, há autarquias, que terão nos seus órgãos
pessoas totalmente antidemocratas e cultoras do ódio e da discriminação, nas formas
de expressão que propagam, incitam, promovem ou justificam o ódio racial, a
xenofobia, a homofobia, o antissemitismo e outras formas de ódio baseadas na
intolerância. Desde 2019, que as centrais internacionais do populismo e do
fascismo, escolheram os seus homens de palha em Portugal, e financiam a
sua existência por forma a propagar as ideias e ações que enfraqueçam ou
eliminem a democracia no ocidente.
Os democratas de abril, têm de
perceber que as concessões a existirem, têm de ser entre eles, e não através de
janelas abertas por onde entrem os antidemocratas e os inimigos do regime.
Sempre que há uma eleição em Portugal, os democratas posicionam-se para as
ganhar sozinhos, muitos deles sabendo bem que isso nunca vai acontecer. Vejamos
o que se passou nestas autárquicas. Tivessem os democratas unidos os seus
esforços e o número de autarquias conquistadas seria bem maior. A ânsia de se
afirmar a identidade sem proveitos para a democracia, é uma atitude parola e de
graves prejuízos para o regime democrático. Os resultados estão, mais uma vez,
à vista. O PS como maior partido da esquerda democrática, deveria ter sinalizada
a vontade de se unir aos restantes partidos da esquerda, para coligações fortes
e ganhadoras. Num passado recente foi assim e com resultados positivos. Para
quê insistir nas maiorias absolutas, quando cada vez mais são precisas soluções
concertadas com as restantes forças democráticas. Cada posição individual das
forças democráticas, nestes tempos mais conflituosos, é uma pedra no caixão da
democracia e uma acendalha para o populismo e o protofascismo, latentes. Vem a
propósito, o exemplo do Presidente Jorge Sampaio, que não hesitou em formar uma
coligação com o PCP para a Câmara de Lisboa. São estes os exemplos e o legado
que a nossa democracia criou e que devem ser seguidos.
sábado, 11 de setembro de 2021
Jorge Sampaio – Um Democrata Exemplar
Hoje, 10 de setembro de 2021, morreu o Presidente Jorge Sampaio. Perda enorme para o país. O Presidente Jorge Sampaio, foi um político de outra dimensão, raríssima no nosso país. A estatura moral e política de Jorge Sampaio aliado à sua condição de homem do mundo, faz dele uma personalidade singular que dedicou toda a sua vida a favor da liberdade, da democracia, da igualdade e da fraternidade entre povos e civilizações. De uma maneira geral, todos têm realçado esta dimensão única do homem bom e fraterno que foi Jorge Sampaio.
Num país em que cada vez mais vê
floresce o egoísmo e o ódio é reconfortante lembrar aqueles que “da lei da morte
se vão libertando”. O Presidente Jorge
Sampaio, foi e será sempre um português singular.
segunda-feira, 30 de agosto de 2021
𝐀𝐬 𝐌𝐨𝐫𝐚𝐭ó𝐫𝐢𝐚𝐬 – 𝐔𝐦 𝐧𝐨𝐯𝐨 “𝐢𝐦𝐩𝐨𝐬𝐭𝐨” à𝐬 𝐟𝐚𝐦í𝐥𝐢𝐚𝐬?
Desgraçadamente, a pandemia do Covid-19, trouxe doença e morte ao nosso país, tal qual, aos outros também. Mas não só a saúde foi afetada, também a economia e as finanças das famílias o foram. Um desastre. A esse desastre, sobretudo, económico-financeiro, o governo respondeu com a criação de moratórias, entre outros auxílios, alguns até, a fundo perdido. Mas o fim das moratórios chegou e a nova realidade está prestes a chegar às famílias depauperadas. Não sei em pormenor como este assunto tem sido tratado ao nível da comunidade europeia ou mesmo mundial. Sei da realidade portuguesa e, para já, basta-me.
Têm sido aventadas algumas soluções
para o fim das moratórias, a última das quais passaria por permitir aos seus beneficiários
o seu pagamento a prestações. É bom que se não esqueça, que estes
beneficiários, já têm um plano prestacional a cumprir. As moratórias foram um
alívio conjuntural numa conjuntura adversa em termos de saúde pública com
reflexos em todos os setores de atividade. As famílias estão mais pobres. Todos
os indicadores o dizem. As famílias de menores recursos não têm condições para
recuperar se ao endividamento que já têm as “empurrarem” para o
sobreendividamento. Pagar moratórias a prestações é criar sobreendividamento
nas famílias. Tal não deve ser assumido. O Estado, através do governo, tem de
dar uma resposta diferente aos particulares e famílias que beneficiaram de
moratórias (ex. credito habitação), que se calcula em cerca de 21 mil milhões
de euros. Também aqui, deve ser criado um “fundo de resolução” às
famílias. Este “fundo” gerido por um fiduciário, comportaria todos os
créditos objetos de moratórias e os titulares beneficiariam de condições
idênticas ao que se passa (por exemplo) nas insolvências singulares com a correspondente
exoneração do passivo restante, se as condições a tal o permitam.
As instituições mutuantes e o
Estado, criariam condições para as respetivas compensações, seja por empréstimos
em curso, seja por novas concessões de crédito ou mesmo por benefícios fiscais
criados especificamente para o efeito.
Tentar cobrar de quem não tem é
um exercício de terceiro mundo e uma fraqueza democrática.
Se não for com este governo,
dificilmente será com outro.
sábado, 31 de julho de 2021
𝐃𝐄𝐒𝐈𝐋𝐔𝐒Ã𝐎
A semana que ora finda, é mais uma desilusão da vida! Esta semana morreu o estratega militar do 25 de Abril e, sobretudo, a Alice, menina de 7 anos de idade, uma autêntica doçura.
Otelo tinha 84 anos de idade e
não fora a valorização da vida, e diríamos que estava em idade de morrer. Mas a
Alice? Porquê? Era frágil? sem dúvida, mas onde está escrito que só os “fortes”
têm direito a viver? Porquê roubar a vida de uma criança? Quem ganha com isso?
Os que acreditam numa entidade sobrenatural, onde encontram a explicação?
Acreditar em quê e porquê? A Alice mercia viver uma vida como milhões de crianças,
longa duradoura e repleta de sonhos materializados em realidade, alguns deles.
Interromper este ciclo da vida, logo à nascença é, aos olhos da vida, “um crime”.
Porquê esta arbitrariedade? Que raio de vida é esta, que rouba os seus melhores
à nascença? A Alice era uma criança viva, cheia de genica e de vontade de
viver. Brincava, como qualquer um, não se dava pela sua fraqueza física. Tinha
tudo o que uma criança tem. Vida! Era gémea, tinha uma irmã do coração e uma família
“abençoada”.
Eu conhecia a Alice, brincava com
a Alice como brincava com a irmã e a minha neta. Adorava.
Este “roubo”, como tantos outros,
mais uma vez ficará impune. Eu denuncio, porque não sou não nunca serei cúmplice
destas atrocidades.
A Alice, estará sempre no meu
pensamento. Otelo Também, mas por motivos diferentes.
Sempre que morre uma criança,
definitivamente, ficamos mais pobres.
Alice, descansa em paz, onde quer
que te encontres!