quarta-feira, 29 de setembro de 2021

𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥 é 𝐋𝐢𝐬𝐛𝐨𝐚 𝐞 𝐨 𝐫𝐞𝐬𝐭𝐨 é 𝐩𝐚𝐢𝐬𝐚𝐠𝐞𝐦?

No passado dia 26 deste mês de setembro, realizaram-se as eleições autárquicas em Portugal. O PS ganhou as eleições, com 34,23% dos votos, o PPD/PSD ficou em 2.º lugar com 13,21% dos votos e a coligação PPD/PSD/CDS com 10,81%, em 3.º lugar. No jogo democrático, por um voto se ganha por um voto se perde. Neste caso, não foi preciso este exercício. O PS ganhou largamente as eleições autárquicas de 2021. Contra factos não há argumentos!...

Porém, as características de alguns portugueses não mudam, e num virar de página, são capazes de transformar uma vitória (indiscutível) em uma derrota. É o que se tem lido e ouvido nestas 48 horas, pós-eleições. Com que fundamento? O PS perdeu Lisboa, para o PSD, logo …

Este argumento, que já teve o seu tempo, é certo, é hoje em dia uma injuria. Portugal já não é mais só Lisboa. Muito foi feito pelo poder autárquico no pós 25 de abril de 1974, de tal forma que hoje temos municípios de excelência que são tão relevantes como Lisboa, apesar desta ser a capital do país. Alguns órgãos de comunicação social, os "opinion makers" ultraconservadores bem como os partidos da extrema-direita pró-fascista, reduzem as eleições autárquicas a Lisboa, com isto pretendendo desvalorizar o que se passou no restante país. A cegueira é tal, que menorizam as “vitórias” que a sua área política alcançou, para dar enfase à perda da capital pelo PS. Mas que Portugal não é só Lisboa, mostrou o eleitorado das 147 autarquias conquistadas pelo PS contra as 109 do PSD. Claro que o PS perdeu Lisboa, mas também perdeu Coimbra ou o Funchal, por exemplo. São autarquias muito importantes? Sem dúvida. Mas não são o país. Esta estreiteza de “guetos” é típica dos antidemocratas que usam as eleições para atividade política neofascista, xenófoba e racista. Hoje, há autarquias, que terão nos seus órgãos pessoas totalmente antidemocratas e cultoras do ódio e da discriminação, nas formas de expressão que propagam, incitam, promovem ou justificam o ódio racial, a xenofobia, a homofobia, o antissemitismo e outras formas de ódio baseadas na intolerância. Desde 2019, que as centrais internacionais do populismo e do fascismo, escolheram os seus homens de palha em Portugal, e financiam a sua existência por forma a propagar as ideias e ações que enfraqueçam ou eliminem a democracia no ocidente.

Os democratas de abril, têm de perceber que as concessões a existirem, têm de ser entre eles, e não através de janelas abertas por onde entrem os antidemocratas e os inimigos do regime. Sempre que há uma eleição em Portugal, os democratas posicionam-se para as ganhar sozinhos, muitos deles sabendo bem que isso nunca vai acontecer. Vejamos o que se passou nestas autárquicas. Tivessem os democratas unidos os seus esforços e o número de autarquias conquistadas seria bem maior. A ânsia de se afirmar a identidade sem proveitos para a democracia, é uma atitude parola e de graves prejuízos para o regime democrático. Os resultados estão, mais uma vez, à vista. O PS como maior partido da esquerda democrática, deveria ter sinalizada a vontade de se unir aos restantes partidos da esquerda, para coligações fortes e ganhadoras. Num passado recente foi assim e com resultados positivos. Para quê insistir nas maiorias absolutas, quando cada vez mais são precisas soluções concertadas com as restantes forças democráticas. Cada posição individual das forças democráticas, nestes tempos mais conflituosos, é uma pedra no caixão da democracia e uma acendalha para o populismo e o protofascismo, latentes. Vem a propósito, o exemplo do Presidente Jorge Sampaio, que não hesitou em formar uma coligação com o PCP para a Câmara de Lisboa. São estes os exemplos e o legado que a nossa democracia criou e que devem ser seguidos.

sábado, 11 de setembro de 2021

Jorge Sampaio – Um Democrata Exemplar

Hoje, 10 de setembro de 2021, morreu o Presidente Jorge Sampaio. Perda enorme para o país. O Presidente Jorge Sampaio, foi um político de outra dimensão, raríssima no nosso país. A estatura moral e política de Jorge Sampaio aliado à sua condição de homem do mundo, faz dele uma personalidade singular que dedicou toda a sua vida a favor da liberdade, da democracia, da igualdade e da fraternidade entre povos e civilizações. De uma maneira geral, todos têm realçado esta dimensão única do homem bom e fraterno que foi Jorge Sampaio.

Num país em que cada vez mais vê floresce o egoísmo e o ódio é reconfortante lembrar aqueles que “da lei da morte se vão libertando”.  O Presidente Jorge Sampaio, foi e será sempre um português singular.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

𝐀𝐬 𝐌𝐨𝐫𝐚𝐭ó𝐫𝐢𝐚𝐬 – 𝐔𝐦 𝐧𝐨𝐯𝐨 “𝐢𝐦𝐩𝐨𝐬𝐭𝐨” à𝐬 𝐟𝐚𝐦í𝐥𝐢𝐚𝐬?

Desgraçadamente, a pandemia do Covid-19, trouxe doença e morte ao nosso país, tal qual, aos outros também. Mas não só a saúde foi afetada, também a economia e as finanças das famílias o foram. Um desastre. A esse desastre, sobretudo, económico-financeiro, o governo respondeu com a criação de moratórias, entre outros auxílios, alguns até, a fundo perdido. Mas o fim das moratórios chegou e a nova realidade está prestes a chegar às famílias depauperadas. Não sei em pormenor como este assunto tem sido tratado ao nível da comunidade europeia ou mesmo mundial. Sei da realidade portuguesa e, para já, basta-me.

Têm sido aventadas algumas soluções para o fim das moratórias, a última das quais passaria por permitir aos seus beneficiários o seu pagamento a prestações. É bom que se não esqueça, que estes beneficiários, já têm um plano prestacional a cumprir. As moratórias foram um alívio conjuntural numa conjuntura adversa em termos de saúde pública com reflexos em todos os setores de atividade. As famílias estão mais pobres. Todos os indicadores o dizem. As famílias de menores recursos não têm condições para recuperar se ao endividamento que já têm as “empurrarem” para o sobreendividamento. Pagar moratórias a prestações é criar sobreendividamento nas famílias. Tal não deve ser assumido. O Estado, através do governo, tem de dar uma resposta diferente aos particulares e famílias que beneficiaram de moratórias (ex. credito habitação), que se calcula em cerca de 21 mil milhões de euros. Também aqui, deve ser criado um “fundo de resolução” às famílias. Este “fundo” gerido por um fiduciário, comportaria todos os créditos objetos de moratórias e os titulares beneficiariam de condições idênticas ao que se passa (por exemplo) nas insolvências singulares com a correspondente exoneração do passivo restante, se as condições a tal o permitam.

As instituições mutuantes e o Estado, criariam condições para as respetivas compensações, seja por empréstimos em curso, seja por novas concessões de crédito ou mesmo por benefícios fiscais criados especificamente para o efeito.

Tentar cobrar de quem não tem é um exercício de terceiro mundo e uma fraqueza democrática.

Se não for com este governo, dificilmente será com outro.

 

sábado, 31 de julho de 2021

𝐃𝐄𝐒𝐈𝐋𝐔𝐒Ã𝐎

A semana que ora finda, é mais uma desilusão da vida! Esta semana morreu o estratega militar do 25 de Abril e, sobretudo, a Alice, menina de 7 anos de idade, uma autêntica doçura.

Otelo tinha 84 anos de idade e não fora a valorização da vida, e diríamos que estava em idade de morrer. Mas a Alice? Porquê? Era frágil? sem dúvida, mas onde está escrito que só os “fortes” têm direito a viver? Porquê roubar a vida de uma criança? Quem ganha com isso? Os que acreditam numa entidade sobrenatural, onde encontram a explicação? Acreditar em quê e porquê? A Alice mercia viver uma vida como milhões de crianças, longa duradoura e repleta de sonhos materializados em realidade, alguns deles. Interromper este ciclo da vida, logo à nascença é, aos olhos da vida, “um crime”. Porquê esta arbitrariedade? Que raio de vida é esta, que rouba os seus melhores à nascença? A Alice era uma criança viva, cheia de genica e de vontade de viver. Brincava, como qualquer um, não se dava pela sua fraqueza física. Tinha tudo o que uma criança tem. Vida! Era gémea, tinha uma irmã do coração e uma família “abençoada”.

Eu conhecia a Alice, brincava com a Alice como brincava com a irmã e a minha neta. Adorava.

Este “roubo”, como tantos outros, mais uma vez ficará impune. Eu denuncio, porque não sou não nunca serei cúmplice destas atrocidades.

A Alice, estará sempre no meu pensamento. Otelo Também, mas por motivos diferentes.

Sempre que morre uma criança, definitivamente, ficamos mais pobres.

Alice, descansa em paz, onde quer que te encontres!  

terça-feira, 27 de julho de 2021

𝐀 𝐛𝐚𝐧𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 𝐚 𝐦𝐞𝐢𝐚 𝐡𝐚𝐬𝐭𝐞!

Morreu o comandante operacional do 25 de Abril de 1974.

Os representantes legítimos dos poderes democráticos em Portugal, hoje, julho de 2021, tiveram um momento de fraqueza, e não souberam honrar a memória de Otelo Saraiva de Carvalho e o contributo ímpar, que ele deu, para a instauração do regime democrático em Portugal. Os poderes instituídos, tiveram vergonha de decretar luto nacional, pelas ações posteriores de Otelo Saraiva de Carvalho. A ele, não lhe perdoaram as fraquezas, “mas a ele a Pátria deve a Liberdade e a Democracia. Esta é uma dívida que nada nem ninguém pode recusar.” (ex-presidente da República Ramalho Eanes).

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues e o primeiro-ministro, António Costa, ao não decretar luto nacional, pela morte de Otelo Saraiva de Carvalho, demonstram que não são depositários dignos da democracia de abril. Governantes que pretendem apresentar-se como “puros” e apenas glorificar os “puros”, são o embrião de uma democracia sem história e sem futuro.

Um Mário Soares, um Vasco da Gama Fernandes, um Henrique de Barros, um Jorge Sampaio, um Ramalho Eanes e tantos outros, nunca permitiriam que a morte do comandante operacional do 25 de abril, não fosse assinalado, pela Pátria, com luto nacional.

Mais um dia triste para Portugal …

sexta-feira, 23 de julho de 2021

𝗣𝗲𝗱𝗿𝗼 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗮𝗻𝗮 𝗟𝗼𝗽𝗲𝘀 𝗲 𝗮 "𝗦í𝗻𝗱𝗿𝗼𝗺𝗲 𝗱𝗮 𝗣𝗿𝗲𝘀𝘂𝗻çã𝗼" (𝗛𝘂𝗯𝗿𝗶𝘀 𝘀𝘆𝗻𝗱𝗿𝗼𝗺𝗲)

Pedro Santana Lopes (PSL), ruma de novo à Figueira da Foz, para “surfar a onda” da presidência da respetiva Câmara. 

Com um planeamento “às três tabelas”, como é seu timbre; uma preparação e treino baseado no improviso, PSL, leva para a Nazaré uma passado que os nazarenos, já viveram e (certamente) não desejam repetir. A condição de independente, nem sequer é um trunfo, é uma fraqueza. “Dos fracos, não reza a história”. O que move, PSL, depois do mar de incongruências dos últimos anos? Este homem precisa de notoriedade, pelos vistos, a qualquer preço. Será que ele sofre da “Síndrome do Pequeno Poder” ou da “Síndrome de Húbris”, mais conhecida pela “Síndrome da Presunção”?

Na realidade, no caso de PSL, tudo parece indicar que ele sofre desta última patologia, que “partilha elementos com o narcisismo e a psicopatia, corresponde a um padrão de comportamento provocado pela exposição a um cargo de poder por um período variável de um a nove anos”, como nos indica David Owen médico e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros inglês que, em conjunto com o psiquiatra Jonathan Davidson, defendeu a existência de uma doença psiquiátrica, originada pelo exercício do poder (2009)

Os dois autores desta posição afirmam que, “há vários sintomas envolvidos, sendo de destacar a perda de contacto com a realidade, predisposição para ver o mundo como um lugar para a auto-glorificação através do uso do poder, preocupação exagerada com a imagem e a apresentação, forma messiânica de falar acerca do que estão a fazer, utilização recorrente do ‘nós’ em tom majestático, identificação de si próprios (ideias e pensamentos) com o Estado, como se fossem um só, excesso de autoconfiança com desdém perante os conselhos ou críticas dos outros, assumir apenas responsabilidade para um tribunal superior (história ou Deus), ao mesmo tempo que reitera a crença de que será recompensado nesse julgamento”.

Creio que, com propriedade, podemos dizer que PSL sofre desta patologia que se caracteriza pela “desordem psicológica desencadeada pelo poder”, e à “perda do equilíbrio moral e mental”.

No caso de PSL, só pode ser isso!...

sábado, 10 de julho de 2021

𝐏𝐄𝐍𝐒𝐄 𝐃𝐔𝐀𝐒 𝐕𝐄𝐙𝐄𝐒 𝐀𝐍𝐓𝐄𝐒 𝐃𝐄 𝐂𝐇𝐀𝐌𝐀𝐑 𝐀 𝐀𝐋𝐆𝐔É𝐌 𝐀𝐓𝐑𝐀𝐒𝐀𝐃𝐎 𝐌𝐄𝐍𝐓𝐀𝐋!

Pensei e decidi. Clara Ferreira Alves (CFA) é uma atrasada mental, pelo menos em termos políticos.

O discurso desta “paciente” sobre a forma como a pandemia do Covid-19, tem sido tratada em Portugal, é colocada ao nível dos piores países que, em esforço, reconhecem a pandemia. Brasil no topo.
Os comentários de CFA, por exemplo, no programa da SIC “Eixo do Mal”, são arrepiantes, sobre esta matéria. Nem os colegas de painel, se mostram solidários com a opinião desta “paineleira”
Para esta “paciente”, tudo reside no “Costa”. Para esta “paciente”, o “Costa” está gasto. Embora não o assuma explicitamente, para esta “paciente” o “Costa” é o responsável por isto tudo, ao nível do combate (“frustrado”?), à epidemia. E porquê? Pela variante indiana (delta), é óbvio. Só não vê quem quer …!
Isto não tem nada a ver com racismos ou preconceito, para a “paciente”. Isto é um facto, para a “paciente”.
“Costa”, transporta em si a propagação do vírus, segundo a “paciente”. É óbvio. São não vê que quer. Né?
A “paciente”, não o diz, mas reconhece. Se a variante fosse outra, ainda poderia haver o benefício da dúvida que ela não estava disposta a dar. Mas sendo a variante a indiana, não há qualquer benefício de dúvida. “Costa” é o principal e único responsável, por esta degradação da pandemia do Covid-19 em Portugal. É preciso fazer um desenho? Não fosse o “enigmático” Passos Coelho, se manter no silêncio ensurdecedor em que está, e para esta “paciente” e “viúva”, a pandemia há muito que teria sido debelada, nem que fosse através da política da “pobreza regeneradora”.
Tal como sugeria a presidente da associação “BIPP - Inclusão Para a Deficiência”, “há outras palavras mais adequadas para insultar. Há que ser criativo. Até no insulto.”. Tem razão. CFA é uma “paciente”, que não merece comparação com aquelas pessoas que necessitam e exigem o apoio de integração pela sua deficiência.
Clara Ferreira Alves, não faz uso da razão que tem. É insensata!