quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

𝐒𝐞𝐫𝐯𝐢ç𝐨 𝐌𝐢𝐥𝐢𝐭𝐚𝐫 𝐎𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚𝐭ó𝐫𝐢𝐨 (𝐎𝐬 𝐡𝐞𝐫ó𝐢𝐬 𝐢𝐦𝐩𝐫𝐨𝐯á𝐯𝐞𝐢𝐬!)

A propósito da morte do Tenente-Coronel Marcelino da Mata, ocorrida no passado dia 12 deste mês, muito se tem escrito e surfado em ondas inimagináveis, só possível, para quem não esteve sujeito ao Serviço Militar Obrigatório (SMO) ou estando a ele sujeito, não bateram com os custados, na guerra colonial de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Para aqueles que pensam que estas guerras não existiram ou que existindo, foi coisa de pouca monta, lembro aqui que a maior parte da juventude portuguesa dos anos sessenta e inícios dos anos setenta do século passado, viu as suas vidas interrompidas, alguns para sempre e outros com as sequelas ainda hoje não saradas.

Os milicianos (era assim que se chamava, a quem não era militar de carreira), foram durante 3 (três), treinados para combater o terrorismo, em missões de dois anos em teatro de guerra, em África. Eu estive lá, sei do que falo.

Cerca de 1 milhão de jovens portugueses lutou na guerra colonial e, para a vasta maioria, foi a experiência individual mais avassaladora das suas vidas. Estima-se que entre 100-140 mil combatentes sofram de stress pós-traumático. Mas a face mais negra da guerra, são os 9 mil que pereceram em batalha, os 30 mil feridos e os 14 mil deficientes físicos.

Leio e arrepia-me as barbaridades que são ditas a propósito da participação obrigatória de todos nós na guerra colonial. É claro que quem escreve, sobretudo ideologicamente datado, fá-lo tentando criar a convicção que quem foi para as guerras do ultramar foi-o voluntariamente, para de lá sair herói. Escrevem, como se fosse opcional. Quem quisesse não ia, desertava. Muitos o fizeram, porque não fizemos todos nós? Falta de consciência política? Cobardia, medo, etc., etc., etc. Pois, nada disso!

As realidades daqueles tempos, não se prestam a análises simplistas baseadas em situações de vida atual, em que cada um diz os disparates que quer sem consequências.

Naqueles tempos não havia direito ao disparate. E muito menos à recusa de obrigações consideradas de interesse nacional, como eram aquelas em que decorriam de operações militares para “defesa” da integridade do território (do Minho a Timor!). Sabiam?

É claro que havia (e ainda hoje há), militares de carreira. Aliás, foram estes, que nos deram a liberdade nascida a 25 de abril de 1974. Mas certamente não acreditam que a “carne para canhão”, era “abastecida” pelos militares de carreira? Pois não, não eram.

Eram os milicianos. alferes, sargentos, cabos-milicianos e praças. Estes eram o grosso da coluna, recrutados da sociedade civil, em janeiro de cada ano, por um prazo de três anos, através de um processo de recenseamento obrigatório, para indivíduos do sexo masculino com 18 ou mais anos de idade.

Não pretendam apagar da memória daqueles que participaram nas guerras em Africa, a dor e o sofrimento por que passaram e o desgosto que sentiram por aqueles que lá ficaram e pelos traumas sofridos.

Não erro se disser, que a esmagadora maioria de nós (os milicianos) só tinha um único pensamento. Sair são e salvo, daquele martírio. 

Não sejam exageradamente ignorantes e panfletários. A História do nosso país foi feita de todos estes factos positivos e negativos, todos eles intrinsecamente ligados à época em que se verificaram e são, apesar de tudo, um verdadeiro repositório de saberes que uma parte da sociedade portuguesa tenta renegar.

Coitados daqueles que escrevem e “pensam” sobre as guerras ultramarinas, através de modelos ideológicos saídos das “universidades de verão”, sem terem a menor noção da dimensão e complexidade do assunto de que falam. Numa altura, em que em Portugal (e não só), nascem forças políticas adeptas de nacionalismos exacerbados, racismo, xenofobia e adeptas da agressão de países e pessoas, é de ficar apreensivo com estas pessoas e partidos que são a base de movimentos maiores aqui no ocidente.   

Também lamento que alguns militares de carreira (hoje na reforma), teçam considerações acerca das atrocidades cometidas por uns (Marcelino da Mata, por exemplo), e passem por cima das atrocidades cometidos por outros (tropas especiais, por exemplo). A quem vamos atribuir a responsabilidade por incendiar aldeamentos? Por lançar napalm? (proibido pela Convenção de Genebra)? Aos que acenderam e lançaram a tocha ou àqueles que lançaram a napalm? Mas foram soldados, que sob o comando de oficiais, cumpriam ordens. Sabem quem são?

Não conhecem episódios individuais de tortura e maus tratos a detidos, praticados em teatro de guerra? Eu assisti, impotente.

Todos juntos, uns mais que outros, é certo, fomos atores de episódios da nossa história que não nos deixam felizes, como povo. Porém, outros episódios houve, na nossa história que orgulham não só os portugueses com a nação portuguesa.

Reparem bem que ainda hoje, no Portugal de abril, temos episódios na vida atual que envergonham ou deviam envergonhar os portugueses. Quando cerca de dois milhões de portugueses estão no limiar da pobreza e destes cerca de 150.000 são crianças, que em inquérito recente, perto de 10%, diz sentir “fome todos os dias”, é caso para perguntas se isto não é uma “morte lenta” ou uma atrocidade, tortura ou mesmo maus tratos?

Só de pensar que aqueles que se atrevem a escrever sobre o nosso passado recente no alto da sua ignorância e petulância, são os mesmos que com despudorada indiferença sugam os magros recursos do nosso país, quantas vezes através de atos ilícitos e criminosos, tirando assim o «pão da boca», desta enorme franja da população portuguesa.

Isto, na democracia de abril!

 

 

 

sábado, 13 de fevereiro de 2021

𝐍ã𝐨 𝐡á 𝐝í𝐯𝐢𝐝𝐚𝐬 𝐞𝐦 𝐏𝐚𝐧𝐝𝐞𝐦𝐢𝐚?

Sejamos honestos. Em Estado de Emergência, de Calamidade “whatever”, provocado pela pandemia do Covid-19, o conceito de dívida, perde o significado corrente, ou seja, o de um incumprimento de um acordo ou contrato celebrado entre uma ou mais pessoas, sejam elas singulares ou coletivas. A desestruturação da vida de cada um e das empresas, provocado pela pandemia do Covid-19, é equivalente a um ciclone ou tsunami que arrasa tudo e todos. Nestas circunstâncias, há que salvar vidas e recuperar a «cidade». Ninguém aceita o «cobrador de fraque». Aliás, é indecoroso e antissocial. Ninguém individualmente pode ser responsabilidade pela pandemia, ainda que as teorias da conspiração, tentem culpar países e/ou organizações pela criação e disseminação do vírus. Pouco sentido faz, neste momento, prosseguir esta pista. O que parece essencial é que os governos dos países atentem a esta calamidade, com medidas à sua altura. Se numa primeira fase de combate aos efeitos da pandemia se aceita que as medidas sejam de emergência, numa segunda fase e perante a destruição de famílias e empresas, há que ajudar à recuperação, de uma forma efetiva e substitutiva.

Isto é, os governos devem endividar-se, para que os particulares e as empresas sejam beneficiários de um apoio a fundo perdido. Sim, a fundo perdido. Afinal, foi o que lhes aconteceu de um momento para o outro. Perderam a sua fonte de rendimento. E esta perda de rendimento, teve origem na epidemia de doença infeciosa (Covid-19) que se espalhou por toda a população portuguesa. Assim, cabe ao governo de Portugal, salvar os seus nacionais com apoios efetivos e a fundo perdido e por isso cabe a União Europeia, estudar perdões de dívida aos Estados-membros. Só assim, em esforços conjugados, é possível amenizar o desastre em curso. Não é justo, que o governo perante o arrastar do estado de emergência, opte por soluções que vão culminar em crises sociais e económicas mais tarde. O governo, não pode usar dos mesmos critérios que usam as companhias de seguros perante as calamidades ou catástrofes, furtando-se ao pagamento dos prejuízos das empresas privadas, do comércio e dos particulares.

Este planeamento já deveria estar feito uma vez que estamos no primeiro trimestre de 2021, e as medidas até agora tomadas são mais de emergência e menos de recuperação efetivas das famílias e empresas.

Não vamos repetir o erro de empobrecer e endividar ainda mais as famílias e as empresas, portuguesas.

O mito da «pobreza regeneradora» é uma das frases mais hipócritas e desumanas ouvidas e praticadas no nosso país.

  

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐄𝐒 𝐃𝐀 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐑𝐍𝐄𝐓 – 𝐎𝐒 𝐁𝐀𝐑Õ𝐄𝐒 𝐃𝐀 𝐄𝐋𝐈𝐓𝐄 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐍𝐂𝐄𝐈𝐑𝐀 𝐃𝐀 𝐄𝐂𝐎𝐍𝐎𝐌𝐈𝐀 𝐃𝐄 𝐂𝐀𝐒𝐈𝐍𝐎

 Não esperem do capitalismo financeiro, outra atitude que não seja a de cobrar rendas dos investimentos que fazem … no dinheiro. Portanto, para estes investidores, não há serviços essenciais e muito menos uma pandemia. Há serviços rentáveis e como tal devem ser explorados, nessa vertente de rentabilidade. Ora nessa vertente, o nosso país não é homogéneo e por isso não é tratado por igual, por estes operadores. Zonas de baixa densidade populacional não são servidas por estes meios tecnológicos mais atuais e sofisticados, simplesmente porque não dão lucro. E assim sendo, não haverá resposta positiva dos Barões financeiros das comunicações, enquanto o governo de Portugal, não seguir o exemplo de outros países da Europa, que elegerem a internet como um bem essencial. E já o devia ter feito, já que na primeira fase da pandemia, ficaram evidentes as necessidades nesta matéria quer para as escolas, quer para outras áreas onde o apoio à distância só se pode efetuar através destes meios

 Maior fragilidade, sem dúvida, o apoio ao ensino à distância. E aqui, não há desculpas. Há cerca de um ano atrás previa-se esta necessidade absoluta. Um ano depois, governo, entidade reguladora, ministério de educação, autarquias, etc., com ou sem culpa, mais uma vez deixaram largas faixas das populações de fora e consequentemente as suas sociedades educativas, sem os meios para promover o ensino à distância. E aqui, sem peias, é preciso perguntar se a internet, hoje, é ou não um bem essencial de primeira necessidade. A resposta a esta questão, poderá legitimar ou não a intervenção do governo, de uma forma mais musculada e impositiva. 

Se admitirmos que a internet é um bem de primeira necessidade e um direito essencial, como a saúde e a educação, então está na hora de o governo prever a nacionalização de uma empresa desta órbita e colocar nas mãos do Estado um robusto projeto de infraestruturas, a ser pago por um novo imposto sobre os gigantes da tecnologia que cubra os custos de lançamento e de manutenção do serviço estatal, que deverá ser tendencialmente gratuito.

É uma vergonha, verificar o que a pandemia destapou, em Portugal. Enormes comunidades, quer de estudantes quer da população em geral, sem acesso à rede ou pura e simplesmente, sem qualquer suporte de comunicação, à distância. A internet, é hoje uma ferramenta essencial de comunicação e educação, permitindo a inserção integral na sociedade.

A lentidão com que o problema está a ser atalhado no nosso país é confrangedor. Os operadores entendem que não são a “santa casa da misericórdia” das comunicações e as populações do interior e as famílias mais necessitadas e os filhos destas sofrem as consequências, desta política gananciosa.  

O Governo, perante esta crise, tem de ser mais afirmativo!

 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

𝗔 𝗺𝗲𝘀𝘁𝗿𝗲 𝗖𝗮𝘃𝗮𝗰𝗼 – 𝗮 𝗹𝗶𝗻𝗴𝘂𝗮𝗴𝗲𝗺 𝗱𝗮𝘀 𝗼𝗯𝗿𝗮𝘀

 A senhora tinha avisado. Ela é mestre, e, portanto, domina linguagem das obras. Não tem culpa, é de formação e educação. São pessoas com uma autoestima muito baixa, quando chamadas a lugares de destaque, em regra, «salta-lhes o verniz». Quantos de nós já não assistiu ao mestre de obras julgar que é o dono da obra? É uma propensão, há muito enraizada. Mas a mestre Cavaco, para além da linguagem ordinária fora do contexto da construção civil, é, simultaneamente, uma acendalha do ódio, do preconceito e membro envergonhado da extrema direita racista e xenófoba, que emergiu em Portugal. Pouco faltará a esta pobre criatura, para seguir o caminho do outro. Enquanto tal não acontece, decidiu trazer para o debate a linguagem das obras, de que é mestre. Apicoada, em tosco, dela resulta uma textura política rugosa, mais próxima do calhau. Útil a alguns (poucos), a mestre, envergonha toda uma classe, cuja nobre missão é ajudar a viver. Esta D. Branca dos enfermeiros quer mais. Quer protagonismo, que ninguém lhe dá. E porquê? Porque a criatura nada tem para dar? Nem os seus “compagnon de route”, no partido, se atravessam por ela. A mestre Cavaco sofre de “anorexia” intelectual o que a debilita para funções mais exigentes. Trauliteira e ordinária são os predicados desta personagem que, como diz Luís Osório, e bem, “O problema é que Ana Rita Cavaco é rasca.”

Tenho para mim, contudo, que essa rasquice e boçalidade escondem o desespero desta pobre criatura, pelo “Pote” que nunca mais Chega!...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

𝕮𝖆𝖕𝖙𝖆𝖎𝖓 𝕿𝖔𝖒 𝕸𝖔𝖔𝖗𝖊 (𝕺 𝖊𝖝𝖊𝖒𝖕𝖑𝖔 𝖖𝖚𝖊 𝖛𝖊𝖒 𝖉𝖊 𝖋𝖔𝖗𝖆)

 Numa altura em que se assistem às maiores indignidades praticadas por alguns portugueses no locupletamento de vacinas, à custa dos mais necessitados, morre o inglês que, com 100 anos de idade, deu uma prova de solidariedade e humanidade exemplar, ao angariar mais de 40 milhões de libras para ajudar o seu Serviço Nacional de Saúde, no combate ao Covid-19.

Perante esta grandeza de humanidade, realmente não acessível a todos, é ainda mais chocante conhecer os atos destes delinquentes que se priorizaram com base em critérios de abuso de poder, fraude, roubo e concessão de vantagens indevidas.

Perante estes relatos de miséria humana, relembrar o exemplo do capitão britânico Tom Moore, que morreu, esta terça-feira – 02-02-2021, após complicações respiratórias, é reconfortante.

𝑶 𝒗𝒆𝒕𝒆𝒓𝒂𝒏𝒐 𝒅𝒂 𝑰𝑰 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂 𝑴𝒖𝒏𝒅𝒊𝒂𝒍 𝒄𝒐𝒎 100 𝒂𝒏𝒐𝒔, 𝒒𝒖𝒆 𝒄𝒂𝒕𝒊𝒗𝒐𝒖 𝒂 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒃𝒓𝒊𝒕â𝒏𝒊𝒄𝒂 𝒏𝒐 𝒊𝒏í𝒄𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝒑𝒂𝒏𝒅𝒆𝒎𝒊𝒂 𝒑𝒆𝒍𝒐𝒔 𝒔𝒆𝒖𝒔 𝒆𝒔𝒇𝒐𝒓ç𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝒓𝒆𝒄𝒐𝒍𝒉𝒂 𝒅𝒆 𝒇𝒖𝒏𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒐 𝑺𝒆𝒓𝒗𝒊ç𝒐 𝑵𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍 𝒅𝒆 𝑺𝒂ú𝒅𝒆 𝒃𝒓𝒊𝒕â𝒏𝒊𝒄𝒐 (𝑵𝑯𝑺, 𝒏𝒂 𝒔𝒊𝒈𝒍𝒂 𝒐𝒓𝒊𝒈𝒊𝒏𝒂𝒍), 𝒆𝒔𝒕𝒂𝒗𝒂 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒏𝒂𝒅𝒐 𝒄𝒐𝒎 𝒖𝒎 𝒅𝒊𝒂𝒈𝒏ó𝒔𝒕𝒊𝒄𝒐 𝒄𝒐𝒏𝒇𝒊𝒓𝒎𝒂𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒐𝒗𝒊𝒅-19.

𝘈 𝘯𝘰𝘵í𝘤𝘪𝘢 𝘥𝘢 𝘮𝘰𝘳𝘵𝘦 𝘥𝘰 𝘤𝘢𝘱𝘪𝘵ã𝘰 𝘧𝘰𝘪 𝘥𝘢𝘥𝘢, 𝘯𝘢 𝘵𝘢𝘳𝘥𝘦 𝘥𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘵𝘦𝘳ç𝘢-𝘧𝘦𝘪𝘳𝘢, 𝘯𝘢 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘢 𝘥𝘦 𝘛𝘸𝘪𝘵𝘵𝘦𝘳 𝘰𝘧𝘪𝘤𝘪𝘢𝘭. 𝘖 𝘚𝘦𝘳𝘷𝘪ç𝘰 𝘕𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘦 𝘚𝘢ú𝘥𝘦 (𝘕𝘏𝘚) 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰𝘶 𝘤𝘰𝘮 𝘶𝘮 𝘴𝘶𝘤𝘪𝘯𝘵𝘰: “𝘛𝘩𝘢𝘯𝘬𝘴 𝘧𝘰𝘳 𝘦𝘷𝘦𝘳𝘺𝘵𝘩𝘪𝘯𝘨 𝘚𝘪𝘳 𝘛𝘰𝘮" (𝘖𝘣𝘳𝘪𝘨𝘢𝘥𝘰 𝘱𝘰𝘳 𝘵𝘶𝘥𝘰, 𝘴𝘪𝘳 𝘛𝘰𝘮); 𝘦 𝘢𝘤𝘳𝘦𝘴𝘤𝘦𝘯𝘵𝘰𝘶 𝘶𝘮 𝘦𝘮𝘰𝘫𝘪 𝘥𝘦 𝘶𝘮 𝘤𝘰𝘳𝘢çã𝘰 𝘢𝘻𝘶𝘭. 𝘕𝘢 𝘱𝘶𝘣𝘭𝘪𝘤𝘢çã𝘰 𝘮𝘶𝘭𝘵𝘪𝘱𝘭𝘪𝘤𝘢𝘮-𝘴𝘦 𝘰𝘴 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘯𝘵á𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘥𝘦 𝘢𝘨𝘳𝘢𝘥𝘦𝘤𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘢𝘰 𝘷𝘦𝘵𝘦𝘳𝘢𝘯𝘰 𝘥𝘦 𝘨𝘶𝘦𝘳𝘳𝘢.

𝘖𝘴 𝘦𝘴𝘧𝘰𝘳ç𝘰𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘤𝘢𝘱𝘪𝘵ã𝘰 𝘧𝘦𝘻 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘢𝘳𝘳𝘦𝘤𝘢𝘥𝘢𝘳 𝘧𝘶𝘯𝘥𝘰𝘴 𝘥𝘶𝘳𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘰 𝘱𝘳𝘪𝘮𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘤𝘰𝘯𝘧𝘪𝘯𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘯𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭 𝘦𝘮 𝘢𝘣𝘳𝘪𝘭 𝘥𝘰 𝘢𝘯𝘰 𝘱𝘢𝘴𝘴𝘢𝘥𝘰 𝘳𝘦𝘴𝘶𝘭𝘵𝘢𝘳𝘢𝘮 𝘦𝘮 𝘤𝘦𝘳𝘤𝘢 𝘥𝘦 44 𝘮𝘪𝘭𝘩õ𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘦𝘶𝘳𝘰𝘴 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘪𝘯𝘴𝘵𝘪𝘵𝘶𝘪çõ𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘤𝘢𝘳𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦 𝘥𝘰 𝘕𝘏𝘚, 𝘰 𝘴𝘦𝘳𝘷𝘪ç𝘰 𝘯𝘢𝘤𝘪𝘰𝘯𝘢𝘭 𝘥𝘦 𝘴𝘢ú𝘥𝘦 𝘣𝘳𝘪𝘵â𝘯𝘪𝘤𝘰, 𝘢𝘱ó𝘴 𝘵𝘦𝘳 𝘱𝘳𝘰𝘮𝘦𝘵𝘪𝘥𝘰 𝘥𝘢𝘳 100 𝘷𝘰𝘭𝘵𝘢𝘴 𝘦𝘮 𝘴𝘦𝘶 𝘫𝘢𝘳𝘥𝘪𝘮 𝘢𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘶 100º 𝘢𝘯𝘪𝘷𝘦𝘳𝘴á𝘳𝘪𝘰. 𝘖 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘢𝘱𝘵𝘰𝘶 𝘢 𝘢𝘥𝘮𝘪𝘳𝘢çã𝘰 𝘥𝘦 𝘧ã𝘴 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘰 𝘰 𝘮𝘶𝘯𝘥𝘰.

Paz à sua Alma!


P.S 𝓒𝓸𝓷𝓱𝓮𝓬𝓮𝓶 𝓪𝓵𝓰𝓾𝓶 𝓬𝓪𝓼𝓸 𝓭𝓮 𝓹𝓮𝓼𝓼𝓸𝓪𝓼 𝓸𝓾 𝓲𝓷𝓼𝓽𝓲𝓽𝓾𝓲çõ𝓮𝓼 𝓺𝓾𝓮 𝓽𝓮𝓷𝓱𝓪𝓶 𝓽𝓲𝓭𝓸 𝓾𝓶 𝓰𝓮𝓼𝓽𝓸 𝓲𝓭ê𝓷𝓽𝓲𝓬𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓸 𝓷𝓸𝓼𝓼𝓸 𝓢𝓮𝓻𝓿𝓲ç𝓸 𝓝𝓪𝓬𝓲𝓸𝓷𝓪𝓵 𝓭𝓮 𝓢𝓪ú𝓭𝓮?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Os Indignos!

Há um conjunto de cidadãos portugueses, que não são dignos. Isto é, que não merecem a consideração e respeito dos outros. São desprovidos daquela qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade. Cabem aqui, tanto os que desviam vacinas como aqueles que estão no negócio do sangue ou da imigração clandestina. Vacinar amigos em detrimentos dos que mais necessitam é ultrajante. Violar as regras que estão estabelecidas no plano de vacinação para se vacinar a ele próprio, à mulher, aos filhos e sabe-se lá quem mais, é uma prova de indignidade absoluta. Imagine-se, esta gente, a quem foi confiado um cargo ou função de carater publico ou privado, abusar desse cargo e/ou função em proveito próprio, dos familiares e amigos, negando aos mais necessitados, àqueles que estão entre a vida e morte, o acesso ao medicamento, a eles prioritariamente destinados. Que vergonha! Que mais é preciso fazer para retirar esta gente do palco do poder. À semelhança do que se faz para os devedores ao fisco, também agora deveria ser publicado uma lista com os nomes dos violadores do processo de vacinação, seus cargos, e as entidades onde prestaram serviço. Os nomes destes “violadores”, só deveriam poder ser removidos das respetivas listas no termo de 5 (cinco) anos, tal como se faz, em regra, em matéria de registo criminal.  

 

 

sábado, 30 de janeiro de 2021

𝐆𝐎𝐕𝐄𝐑𝐍𝐎 𝐃𝐄 “𝐒𝐀𝐋𝐕𝐀ÇÃ𝐎 𝐍𝐀𝐂𝐈𝐎𝐍𝐀𝐋”

 Está lançado o mote de ataque à pandemia do Covid-19, em Portugal. A criação de um governo de salvação nacional. Quem são os obreiros desta variante governativa, aqui vão: Pedro Santana Lopes, o “hibrido”, Miguel Sousa Tavares, o “inconstante”, João Vieira Pereira, “o diretor” e, naturalmente, André Ventura, o facho, pois não haverá governo em Portugal sem a presença do “chega, segundo diz.

Será nisto que estão a pensar os «opinion makers» e os «opinion leaders»? Um grande governo de “salvação nacional” à direita e à extrema direita do espectro político partidário português? “É bom que ouçam aquelas 500 mil cruzes”, diz o “diretor”. E diz mais: “Não acordamos um dia e descobrimos que há 500 mil fascistas em Portugal”. É evidente, que o “diretor” é novo, talvez produto do 21 de abril de 74, e, portanto, sem conhecimento efetivo das vivências em ditadura e dos pensamentos únicos em “união nacional”, que governaram este país, em quase cinco décadas. É claro que nas escolas por onde andaram, ouviram e estudaram (?) estes períodos políticos portugueses. Pouca atenção devem ter dado a esta matéria. Senão, não teriam dúvidas, que o Portugal democrático nascido em 25 de abril de 1974, comporta dentro de si, um número significativo de antidemocratas e grandes apoiantes das ideologias de extrema direita e de cariz fascista. Não se manifestaram tão abertamente como hoje, porque os tempos eram outros e as cicatrizes estavam ainda muito vivas. Mas eles estavam cá, quer pelos genuínos quer pelos seus herdeiros. Todos sabíamos disso. Mas enquanto os partidos do sistema iam reunido em si, as clivagens da sociedade portuguesa, tudo se esbatia sobre o “manto da democracia”. As crises de 2008 e agora a de 2020, propiciaram o aparecimento na Europa e nas Américas, de verdadeiros populistas, nacionalistas, xenófobos e racistas, à frente dos respetivos governos. Esta onda, serviu de pasto aos protofascistas da Hungria, da Itália, de Espanha, de Portugal, etc. E as eleições legislativas de 2019, traduziram este “boom”, da extrema direita, no nosso País.

Menos de dois anos depois, já se apela a “governos de salvação nacional”, querendo com isto significar que a onda populista, xenófoba e racista, julga ter chegado a hora de trazer a direita e a extrema direita para o poder. Miguel Sousa Tavares, lembra o episódio de 1939, quando a Alemanha invadiu a Polónia, tornando inevitável a declaração de guerra das potências aliadas e a [inevitável]substituição do primeiro ministro inglês (Chamberlain) por Winston Churchill. Esta comparação, entre aqueles factos e os factos causados pela pandemia do coivd-19, que justificariam a substituição do governo atual por um governo de “salvação nacional”, é abusiva e até incompreensível no campo democrático. De resto, basta olhar para o que se passa à nossa volta, para já na Europa, para ver que não tem sido necessário recorrer ao conceito de “governo de salvação nacional”, para combater a crise. Os principais partidos do sistema democrático, têm dado o seu apoio critico ao combate à pandemia, todos, sem exceção, com a presunção de que fariam melhor. Claro que as dúvidas são muitas. Desde logo, porque boa parte da direita em Portugal, não é propriamente fã do SNS, o que nos leva à interrogação legitima, de como teria sido este combate à pandemia, sem o apoio governamental efetivo, ao Serviço Universal de Saúde e baseado apenas, na lei da oferta e da procura. Todos se lembram da “pobreza regeneradora”, como lema de um governo de direita ultraliberal em Portugal. Não foi há muito!

Aliás, hoje, basta ouvir os bastonários das Ordens Profissionais da área da saúde (e não só), para se perceber que o combate político é feito com todas as armas ao dispor, sejam elas legitimas ou ilegítimas. E aqui não tem havido contemplações. Trate-se de morte ou não, isso é indiferente, para esta gente.

Esqueçam a “salvação nacional”. Basta não deitar petróleo na fogueira…