10 DE JUNHO - O DIA DE
PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS
Portugal, de novo, em contraciclo.
As eleições legislativas
antecipadas do passado mês de maio catapultou para a área do poder forças de
extrema-direita de ideologia populista, de direita radical, nacionalista e
conservadora, totalmente contrárias à existência de comunidades de outros
países a viver e trabalhar em Portugal.
Ironia do destino, o 10 de junho
é celebrado como “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”
devido a uma evolução histórica e cultural que transformou o significado desta
data, integrando explicitamente as comunidades portuguesas no exterior.
Após a Revolução dos Cravos, em
1978, a data foi oficialmente redesignada como "Dia de Portugal, de Camões
e das Comunidades Portuguesas". Essa mudança refletiu uma nova visão: rejeição do conceito de "raça",
associado ao nacionalismo opressivo do Estado Novo e reconhecimento da diáspora
portuguesa, que já incluía milhões de emigrantes espalhados pelo mundo.
A inclusão das comunidades no
nome oficial da celebração visou: Valorizar
os emigrantes, como embaixadores da cultura e língua portuguesas, mantendo
laços com a pátria mesmo à distância; Promover a união transnacional,
reconhecendo que a identidade portuguesa ultrapassa fronteiras geográficas. Por
exemplo, em cidades como Paris, Toronto ou Newark, o 10 de junho é marcado por
festivais com música tradicional, gastronomia e desfiles, reforçando a coesão
entre gerações; e Combater a perda cultural, transformando a data em
"ato de resistência" contra a assimilação em países estrangeiros,
como destacam relatos emocionais de emigrante.
Hoje, o 10 de junho sintetiza
três pilares: Camões, Símbolo literário e histórico. Portugal: A nação e sua cultura. Comunidades: A rede global de portugueses que
mantêm viva a lusofonia. Como resume um emigrante: "Ser português não
depende do lugar, mas do que se leva no coração".
Esta transformação reflete uma
visão inclusiva e democrática de Portugal, onde as comunidades no exterior são
parte indissociável da identidade nacional. Este ano, por exemplo, as
celebrações em Lagos incluirão eventos em Macau, sublinhando este vínculo transcontinental.
É, pois, com alguma tristeza e
mágoa, que se assiste hoje a um combate feroz contra comunidades de outras
latitudes a serem escorraçadas, expulsas e maltratadas, em vários lugares do
mundo dito “civilizado”, incluindo Portugal, este, sem um pingo de vergonha
pelas nossas comunidades no exterior, que serão vítimas destas políticas,
depois de tanto terem dado aos países que os acolheram.
Num país de imigrantes, não há
maior ingratidão do que aquela que rejeita aos outros aquilo que outros lhe
deram.
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